"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

07 fevereiro 2011

Primeiro a Bíblia. O resto vem depois.



Por Marcos David Muhlpointne

Dizem que a vida começa aos 40. Então nem comecei ainda, mas estou perto de começar. E como somos feitos de fases na vida, percebo que estou passando por uma fase bem importante. Muitas coisas novas têm acontecido - casamento, profissão, igreja - nas três áreas que julgo serem as mais importantes que tenho. Um dia o Nelson Bomilcar me disse que ele renovava os votos do casamento todos os dias. Na época não entendi direito, mas hoje, depois de cinco anos casado, entendo que o casamento é uma construção diária.

Esse ano recebi vários desafios profissionais, como ficar em apenas um colégio, integrar um grupo de professores para um aperfeiçoamento profissional, prestar a prova do Mestrado e começar uma vida acadêmica. Além disso tudo, estamos implementando uma metodologia de ensino de Ciências mais formalizada, mas não rígida. Esse ano os meninos vão aprender habilidades e competências para aprender Ciências. É um desafio e tanto tirar o foco do conteúdo e ensinar o aluno a, simplesmente, pensar de modo científico. O resto, ele vai atrás.

E os desafios na e da Igreja de Cristo. Faço parte da Igreja de Cristo. Aquela Igreja, com "I" maiúsculo, a Igreja invisível para os olhos humanos, mas viva para Deus. Aquela Igreja que é Universal, mas não é a do bispo. A Igreja santa - porque foi separada; perfeita - porque quer viver no vínculo da perfeição que é o amor; imaculada - porque está sendo santificada por Deus; combativa - porque luta contra o pecado, contra o mundo, contra o erro e a mentira.

A Igreja é perfeita, mas eu não. A Igreja é santa, mas eu ainda peco diariamente. A Igreja é única, mas ainda há dentro de mim vozes que teimam querer falar mais alto do que a Palavra de Deus. E no campo da Igreja eu também estou sendo a desafiado. Desafiado a "fazer a coisa direito", a andar duas milhas, a dar a capa e a túnica, a oferecer o outro lado da face. Isso custa, isso dói, isso cansa, isso machuca, porém isso é compensador pois é a Igreja de Cristo, o corpo de Cristo que está sendo edificado.

"De repente" redescobri a Palavra de Deus e o quanto eu a amo. Ela ficou meio escondida no coração, mas não como o salmista a escondeu. Ela estava, na verdade, esquecida no fundo do coração. Lá no fundinho, junto das teias de aranha que vão se acumulando nos recônditos da alma. Não sei onde eu li isso, mas nada como uma crise para um novo despertamento. E ao redescobrir o amor pela Palavra de Deus, lembrei-me que se ela não nortear a minha vida, a desgraceira será certa. Isso tenho aprendido com o Fabiano, uma grande amigo (e bota grande aí - risos).

Com ele tenho redescoberto que se eu não submeter tudo na minha vida à Palavra de Deus, eu vou errar em tudo, no casamento, na profissão e na igreja local. A Palavra de Deus deve realmente ser a palavra final em todas as questões. O que ela diz, deve ser dito por nós. O que ela sugere, deve ser considerado por nós. E onde ela se cala, não devemos questionar. A Palavra de Deus é o "fiel da balança", é a bússola, é a direção, "é a lâmpada para os meus e a luz para o meu caminho". Como amo a Palavra de Deus!!!

Mas há um perigo nisso. A Palavra de Deus fala coisas contrárias a mim. Você já percebeu que a livro mais lido no mundo em todos os tempos - a Bíblia - tem passagens que nos encostam contra a parede, que mostram nossos erros e que mostram que o nosso fim pode ser trágico! A palavra de Deus mostra que se o homem não tomar certas atitudes ele vai para o inferno e, mesmo assim, ela continua sendo o livro mais lido de todos os tempos!!! Aí eu me pergunto: Marcos, você realmente está disposto a crer na Palavra de Deus? Marcos, você realmente está interessado em ter sua vida direcionada por ela?

Querido leitor, se realmente quisermos ter a Palavra de Deus escondida no nosso coração, como o salmista a tinha, temos que ser lembrados sempre: primeiro ela, depois as minhas opiniões, as minhas vontades, as minhas convicções, os meus "achismos". De todos os autores bíblicos que eu li até hoje, nenhum deles pode ser maior que a própria Bíblia. Se algum deles fala ou faz algo que é contrário à Bíblia eu devo tomar muito cuidado. Se a Palavra de Deus está sendo relativizada, há um grande perigo do erro e da queda. Sua autoridade é inquestionável. Sua inspiração é divina e seu alcance é para todas as áreas da minha vida.

Fonte: Texto gentilmente cedido pelo autor e disponível originariamente em "Música, Ciência e Teologia"

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