"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

25 maio 2009

As Paredes da Prisão Falam
















Por Haralan Popov*

Fui levado de minha cela a um confortável escritório, no andar térreo. Para minha surpresa, encontrei ali um jovem que eu conhecia bem. Seu nome era Veltcho Tchankov... Apesar das diferenças de nossa maneira de viver, há muito parecia que tínhamos uma espécie de respeito mútuo. Portanto, alegrei-me por vê-lo novamente e pensei que aquele seria o primeiro raio de esperança, desde o meu aprisionamento. Mas, como ele havia mudado!... Eu vi o que o poder é capaz de fazer com um homem.
Quando os comunistas estão fora do poder, frequentemente se mostram cordiais, cooperadores e brandos. Mas, se chegarem ao poder, veremos o que eles realmente são! Aqueles que "brincam" com o comunismo devem lembrar-se da história de Veltcho, o "gentil" comunista que obteve o poder.
Os partidos comunistas quando estão fora do poder parecem propositalmente "razoáveis" e gentis; mas, logo que chegam ao poder, revelam a sua verdadeira natureza. As prisões estavam repletas de pessoas que pensavam que os comunistgas eram somente outro partido político.
Muitas das pessoas que diziam serem os comunistas "apenas outro partido político", e que os toleravam, foram executadas quando eles tomara o poder. Os países ocidentais que toleram partidos comunistas devem tomar cuidado! Aqueles "pequenos" partidos talvez pareçam brandos agora, mas, se conquistarem o poder, esses países verão a verdadeira natureza dos comunistas, assim como aconteceu conosco!
Eu disse: "Veltcho, é ótimo vê-lo novamente". Ele me olhou com hostilidade e disse: "Conhecemo-nos um ao outro, Popov, e eu lhe aviso que, se quiser ver novamente sua esposa, terá de fazer exatamente o que eu lhe disser".
"Mas, o que fiz eu, Veltcho?".
Ele replicou, gritando: "Nunca me chame de Veltcho, novamente. Sou o Camarada Tchankov, e você é o prisioneiro Popov. Nunca esqueça isso!"... "Se você se recusar a obedecer-me, estará fazendo o pior erro de sua vida; e só terá de lamentar-se. Aprenderá que não estamos brincando e não permitiremos que você se transforme um mártir religioso. Você gostaria disso, não é mesmo, Popov? Pois bem, não vamos lhe dar essa chance. Se fizéssemos de você um mártir religioso, isso fortaleceria os cristãos. Não permitiremos que isso aconteça. Você pensa que somos estúpidos? Vamos caluniá-lo e difamá-lo até os cristãos mencionarem o seu nome com desgoto".
Eu repliquei: "O povo da Bulgária me conhece. Eles saberão a verdadeira razão". Veltcho apenas riu. Mais tarde percebi que eu estava lutando contra especialistas em fazerem o preto parecer branco, e a verdade parecer mentira.
Os nazistas eram cruéis, mas os comunistas são cruéis e diabolicamente astutos. Na prática, esta é a verdadeira diferença entre os nazistas e os comunistas. As ameaças de Veltcho se cumpriram mais tarde, com precisão matemática, ponto por ponto.
Veltcho ordenou-me que voltasse à cela. Retornei em completo desespero... Sentei-me, quase atordoado. Eu pensara que os comunistas eram apenas homens mal orientados. Mas aquele encontro com Veltcho me abalou profundamente. Percebi que estava combatendo a astúcia e a maldade do próprio Satanás. Pela primeira vez, a enormidade do que eu enfrentava e astúcia daqueles homens diabolicamente inspirados me atingiram.
Do livro "Torturado Por Sua Fé" - Editora Fiel - Pg 24-26 - Adquira um exemplar AQUI
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*Para os cristãos-marxistas (um termo autocontraditório) seria aconselhável e boa a leitura desse livro do pr. Popov. Através dele poderiam ter os olhos abertos, e emergiriam da profunda ilusão e trevas em que a dialética socialista lançou-os (na verdade, tudo começa com a insurreição contra Deus, e a não-submissão à Sua autoridade; onde os discursos retóricos substituem a pregação e exposição bíblica, e os valores cristãos são abandonados ou mascarados pelo falso cristianismo, pelo proselitismo marxista).
Infelizmente, para si mesma, a esquerda "cristã" trocou o Evangelho de Cristo pelo discurso de pastores e teólogos anti-evangelho de Cristo, e fazem jus à afirmação de Paulo: "E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe" (Ef 5.11-12).

16 maio 2009

A MÃO DE DEUS NO SOFRIMENTO


Por Mark R. Talbot*

Desde acontecimentos tão pequenos, como a queda do menor pardal (Mt 10.29), até a morte de seu querido filho nas mãos de homens iníquos (At 2.23 c/ 4.28), Deus fala e depois cumpre ou executa a sua palavra (Is 46.11). Nada que existe ou ocorre escapa da vontade ordenadora de Deus.
Nada, inclusive nenhuma pessoa, coisa, acontecimento ou feito iníquio e mal. A preordenação ou predestinação de Deus é a razão final por que tudo acontece, até mesmo a existência de todas as pessoas e coisas más e a ocorrência de todo e qualquer ato ou acontecimento iníquo. Nesse caso, não seria impróprio falar de Deus como o criador, o mandante, o autorizador e, algumas vezes, como o instigador do mal. É isso que as Escrituras alegam explicitamente. Por exemplo, Isaías 45.7 apresenta Deus declarando: "Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas". A palavra para "criar" nesse versículo é o termo hebraico "bara", a mesma palavra que é usada para descrever o trabalho criativo de Deus em Gênesis 1; e a palavra para "mal" é "ra' ", que é quase sempre traduzida por "mal" no Antigo Testamento, e que podemos encontrar em lugares como Gênesis 2-3; 6.5; 13.13; e 50.15,20. E também quando Amós pergunta retoricamente: "Tocar-se-á a trombeta na cidade, sem que o povo estremeça? Sucederá algum mal à cidade sem que o Senhor o tenha feito?" (3.6). Isaías também diz: "O Senhor derramou no coração deles [os líderes das cidades egípcias de Zoã e Mênfis] um espírito estonteante, eles fizeram estontear o Egito em toda a sua obra" (19.14).
Tampouco manter que Deus nunca faz o mal é equivalente a dizer que ele não envia o mal. Algumas vezes ele envia espíritos maus - como o que atormentou o rei Saul 16.14-23), outro que levou os líderes de Siquém a agir traiçoeiramente com o rei Abimeleque (Jz 9.23), e um terceiro para mentir por meio dos profetas de Acabe, levando-o a viajar até Ramote-Gileade, onde seria morto (1Rs 22.13-40). E algumas vezes ele envia ilusão, como afirma Paulo quando diz que: "aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos... Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça" (2Ts 2.10).
Deus manda seus anjos para destruirem Sodoma e Gomorra (Gn 19); em Êxodo 7-12, ele envia dez pragas; ele envia cobras venenosas para picar os israelitas resmungões (Nm 12.6); ele enviou sobre Israel uma peste que matou 70 mil homens (2Sm 24); após haver jurado anteriormente que, em razão dos pecados de Manassés ele traria sobre Jerusalém e sobre Judá "tais males (ra')... que todo o que os ouvir, lhe tinirão ambos os ouvidos" (2Rs 21.12); mandou sobre Judá, bandos de saqueadores estrangeiros para destruí-la por causa dos pecados do rei Manassés. Tudo isso veio sobre Judá pela palavra de Deus (ver 24.3); Deus promete enviar a Assíria contra Judá infiel, mas depois promete também que "castigará a arrogância do coração do rei da Assíria" (Is 10.12), enviando uma praga entre seus guerreiros (v.16).
As Escrituras também estabelecem que Deus permite que outros façam o mal, como quando ele permitiu a Satanás que destruísse as propriedades e os filhos de Jó, pois isso deixaria claro que mesmo assim Jó não amaldiçoaria a Deus (Jó 1.6-12), e quando ele permitiu que as nações estrangeiras no A. T. andassem cada uma em seus caminhos pecaminosos (At 14.16). A idéia de que ninguém jamais fará o mal contra outra pessoa a não ser que Deus o permita ou conceda é sugerida por outras passagens como Gn 31.7; e em Ex 12.23; e em Lc 22.31.
Na realidade, algumas passagens bíblicas, como Isaías 19.2, retratam Deus induzindo outros a fazer o mal: "Farei com que egípcios se levantem contra egípicios, e cada um pelejará contra seu irmão e cada um contra seu próximo; cidade contra cidade, reino contra reino" (ver 9.11). Outras passagens: 2Sm 24.1; Jó 1.6-12.
Debrucei-me sobre as Escrituras com o propósito de provar este ponto: como um de meus alunos afirmou maravilhosamente em resposta ao teísmo aberto: "Os adeptos do teísmo aberto estão tentando inocentar Deus do mal. Mas Deus não quer ser inocentado"... Nada - nenhuma obra, pessoa, acontecimento ou ação maligna - está fora da vontade ordenadora de Deus. Nada acontece, existe ou permanece independentemente da vontade Deus. Portanto, mesmo quando o pior dos males nos assalta, em última análise ele não procede de nenhum outro lugar senão das mãos de Deus.

*Fiz uma síntese de parte do texto de Talbot sem, contudo, comprometer a sua mensagem. Apesar da afirmativa do autor de que Deus "permite" o mal, presumivelmente como algo alheio à Sua vontade, como se o poder de permitir fosse uma submissão ao desejo de suas criaturas, Talbot apenas "ameniza" a situação, visto que ele sustenta ser Deus o criador, o planejador, aquele que decreta, ordena e faz cumprir seus decretos, ou seja, toda a ação de Deus é objetiva e positiva em relação a tudo o que acontece no universo, inclusive o mal. Portanto, para não deixar os seus leitores mais "chocados", ele não usou o termo "autor do mal" para Deus. O que, no fim das contas, dá na mesma.
Como Talbot vai muito além do que a maioria em relação à soberania de Deus e o mal, considero a sua abordagem correta, ainda que seja amenizada e diluída em alguns aspectos, tornando-a indiretamente conclusiva.
(Jorge Fernandes)

Leia os meus comentários ao livro AQUI.
Extraído do ótimo "O Sofrimento e a Soberania de Deus", Editora Cultura Cristã, o qual pode ser adquirido AQUI

07 maio 2009

A RECUSA DE REPUDIAR O MUNDO




















Por John MacArthur Jr.

Já indicamos outro fator que contribui para o declínio de discernimento na igreja contemporânea. É a preocupação com a imagem e a influência. Ela surge da falsa idéia de que, a fim de ganharmos o mundo para Cristo, precisamos, primeiramente, conquistar o favor do mundo. Se conseguirmos que o mundo goste de nós, ele aceitará o nosso Salvador. Por muito tempo, essa tem sido a filosofia das igrejas sensíveis aos interessados. Esta é, também, uma das suposições motivadoras do movimento da Igreja Emergente.
Essa filosofia sugere que os cristãos devem tentar fazer com que os pecadores não-convertidos sintam-se confortáveis com a mensagem cristã. O objetivo é tornar a igreja em um lugar totalmente livre de ameaças, no qual os incrédulos, em vez de confrontar a incredulidade deles; fazer amizade com o mundo, em vez de separar-se dele. Tudo isso parece muito agradável, caloroso e amável às pessoas de sensibilidade pós-modernas, mas não é a estratégia de evangelismo que as Escrituras nos propõem. Na realidade, essa filosofia é totalmente incompatível com a sã doutrina. É uma forma de comprometimento com o mundo. Tiago o chamava de adultério espiritual (Tiago 4.4).
E observe os efeitos dessa estratégia. No movimento das igrejas sensíveis aos interessados, a pregação tem sido substituída por entretenimento. No movimento da Igreja Emergente, a própria verdade deu lugar ao ceticismo. Em ambos os movimentos, qualquer pregador que tentar assumir uma posição em favor da verdade, falar com clareza, tornando compreensível a mensagem bíblica, provavelmente será convidado a voltar ao seu assento. Esse tipo de pregador é um problema, um embaraço e um tropeço para os não-cristãos.
Se a verdade não pode ser proclamada sem temor na igreja, que lugar existe para a verdade? Como podemos edificar uma geração de cristãos perspicazes, se nos aterrorizamos com a idéia de que os não-cristãos talvez não gostem de ouvir a verdade pura e simples?
Desde quando tem sido legítimo para a igreja o procurar o amor do mundo? O apóstolo João não escreveu: "Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia" (1Jo 3.13)? E Jesus não disse: "O mundo... a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más" (Jo 7.7)? Os cristãos bíblicos sempre entenderam que devem repudiar o mundo. Eis as palavras de nosso Senhor:
"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isso, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou" (Jo 15.18--21).
Por acaso essa mensagem dá a entender que temos liberdade para usar uma estratégia evangelística que abranda a mensagem da cruz?
Acredito que o apóstolo Paulo não teria paciência com táticas desse tipo. Ele nunca procurava conquistar o mundo por meio de aceitabilidade intelectual, popularidade pessoal, imagem, status, reputação ou coisas desse tipo. Ele escreveu: "Temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos (1Co 4.13). A igreja contemporânea está correta ao tentar uma abordagem "mais sofisticada"? Ousamos abandonar o exemplo de homens piedosos do passado, os quais, todos, tiveram de lutar pela verdade?
E, podemos acrescentar, no momento em que qualquer igreja se propõe a fazer amizade com o mundo, essa igreja se coloca em inimizade contra Deus (Tg 4.4).
Em termos práticos, o movimento para acomodar a igreja ao mundo diminui a confiança dos cristãos na verdade revelada por Deus. Se não podemos confiar na pregação da Palavra de Deus para converter os perdidos e edificar a igreja, como podemos, de algum modo, confiar na Bíblia - até como um guia para nosso viver diário?
As pessoas estão sendo enganadas pelo exemplo de alguns de seus líderes eclesiásticos. Estão aceitando a ilusão de que a fidelidade à Palavra de Deus é opcional.
Além disso, à medida que a pregação bíblica continua a diminuir, a ignorância acerca das Escrituras aumenta. Esse fato agrava, ainda mais, todos os problemas que resultam do declínio do discernimento, e o ciclo de desgraças continua.
Extraído do excelente livro "A Guerra Pela Verdade" - Pg 235/238 - Editora Fiel - Adquira um exemplar AQUI .
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