"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

21 agosto 2010

Deus é Soberano




Por Mizael Reis *

 
Afirmar-se ao lado de uma declaração qualquer, mesmo não provando-a,  e não experimentando nos lábios o sabor de sua veracidade não é difícil. Palavras podem ser irresponsavelmente ditas por lábios de corações não tão entranhavelmente comprometidos com as implicações que inevitavelmente carregam algumas declarações que se pretende afirmar. E sem dúvida a afirmação em voga elenca infelizmente no rol de muitas dessas más intenções, ou seja, afirmar que Deus é Soberano sem responsabilizar-se das conseqüências inevitáveis que essa declaração carrega, não é difícil, conquanto ditas por mentes não submetidas ao que as Escrituras Sagradas dizem a respeito dela. 

Deus é Soberano. Eis uma argumentação perpetrada por não poucas comunidades cristãs que se declaram ortodoxas e por muitos cristãos que dizem crer no Deus que a tudo sabe e a tudo governa. Por vezes, muitos sem hesitar, ratificam-na sem a devida consciência teológica, que deveria levá-los às últimas conseqüências de uma teologia que faz com que todas as coisas, sem exceção, de quaisquer naturezas, sejam submetidas à regência mestra da soberania de Deus. Dizer por dizer, por mero chavão litúrgico-denominacional, que Deus é soberano é fácil. Agora, afirmar essa incomensurável verdade, interpretando-a lado à lado dos acontecimentos da história à luz do escrutínio bíblico acarretará com que muitos sejam demovidos de sua zona de conforto que sustenta uma crença em um deus fraco, em detrimento da crença em um homem forte. A verdade é que, quando tratamos de questões, julgadas por muitos de nós, como não tão importantes à fé que se professa (Algo que não seja a Soberania de Deus – algo mais simples), sempre existe um meio de alinharmos tais questões e alguns questionamentos, com algumas das fracas concepções de Soberania divina que muitos insistem em defender. Contudo, quando ousamos argumentar sobre algumas questões que fazem sucumbir este fraco casamento de idéias, como a existência do mal, do pecado e da dor, alguns se dão por vencidos e já o deus que afirmam ser soberano, não reina o suficiente para por ao chão algumas questões que tais pessoas julgam-nas como dilemas insolúveis. Essa confusão mental e humana, em grande medida, tem como alvos vulneráveis, pessoas que não abraçam inegociavelmente tudo quanto as Escrituras sagradas banqueteia-nos sobre a Supremacia de Deus sobre todas as coisas. 

Portanto, Dizer que Deus é Soberano significa responsabilizá-lo por tudo que aconteceu, ora acontece e ainda acontecerá, pois não há nada que se suceda no mundo dos homens, que não seja decretado pela vontade irreduzível de Deus. Para Deus não existem planos frustrados, isso porque “nenhum dos teus propósitos pode ser impedido” (Jó 42.2), e não há nada que tenha saído de uma maneira por ele não determinado, tal como um tiro pela culatra, pois, “Tudo o que o SENHOR quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos.” (Sl 135.6). Analise comigo, se nenhum dos planos de Deus pode ser frustrado então a possibilidade de que algo esteja acontecendo na terra a seu contragosto, longe de seu diretivo controle, é totalmente impossível de conceber-se sendo, portanto, descartada pelas Escrituras, porque o Eterno assegura: “O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Is 46.10). Em nenhum momento da história a criatura sublevou as intenções de seu Criador, que não olha para trás em busca de erros que ele jamais cometeu, e que olha para frente dirigindo a história, sobre a certeza de que nunca, jamais errará em tudo que realizar isso porque o que “O SENHOR dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás?”. (Is 14.27) Não houve momento algum que sua vontade tenha sido preterida pela intervenção de uma suposta volição humana, isso porque tal volição é impossível, pois é “Ele é que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.” (Sl 33.15). Os homens podem até gloriarem-se por levar a cabo seus próprios planos, mas no final das contas é o SENHOR quem determina os seus passos  (Pv 16.9). Isso nos leva a crer que  Deus conhece todos os nossos passos, que são soberanamente delimitados pelo tempo que ele próprio contabilizou para cada ser humano, isso porque “Os passos do homem são dirigidos pelo SENHOR” (Pv 20.24) e os “seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além deles” (Jó 14.5). Deus ainda é aquele que diz que “ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos” (Is 43,13), e se os homens forem surpreendidos pelas insólitas dores do mal, O Eterno não estará à margem dos seus infortúnios, de forma que o não-desejado ocorra, contra o que supostamente deveria acontecer, ou Porventura da boca do Altíssimo não sai tanto o mal como o bem?”(Lm 3.38). E se o homem iníquo resistindo a Deus, dos seus planos nesciamente se queixar, o tal queixar-se-á, “cada um dos seus pecados” (Lm 3.39), e jamais contra o beneplácito irrevogável do Eterno, pois quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?”(Rm 9.19), porque “Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos? Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? E à mulher: Que dás tu à luz? “Assim diz o SENHOR, o Santo de Israel, aquele que o formou: Perguntai-me as coisas futuras; demandai-me acerca de meus filhos, e acerca da obra das minhas mãos”. (Is 45.9). Ainda quanto ao mal, não podemos categorizá-lo como algo que o Eterno não tenha determinado como se fosse algo desconexo à sua vontade, pois veja: Deus estava por trás da traição dos irmãos de José (Gn 45.5-8), na esterilidade de Ana (1 Sm 1.15), no Furor dos Babilônios (Is 14.26,27), no desejo de Sansão de tomar um mulher entre os filisteus (Jz 14.4), no desprezo que teve Roboão contra os sábios conselhos dos anciãos, deflagrando a divisão do Reino de Israel (1 Rs 12.15) até o ódio que teve um tal faraó que não conhecia a José, em tempos posteriores à fome, também vinha de Deus:
“E aumentou o seu povo em grande maneira, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos.Virou o coração deles para que odiassem o seu povo, para que tratassem astutamente aos seus servos”. (Sl 105.24,25)

Deus é aquele que endureceu o coração de Faraó, afim de que este o resistisse, por um pouco de tempo, enquanto ELE envergonhava-o diante do seu povo eleito, na magistral intervenção milagrosa das dez pragas. E isso é-nos afirmado em inúmeras passagens de Êxodo, como uma linha a costurar as suas páginas, certificando-nos do controle de Deus em todos os momentos. (4.21; 7.3,13; 9.12; 10.1,20, 27; 11.10; 14.4,87).
Diante da Palavra do Senhor, como olvidá-lo ou como não imputar-lhe a soberania ao desenrolar da história, se até o dia da calamidade que aflorará contra os perversos fora determinado por Deus? (Pv 16.4)
Se do Senhor vem a salvação (Jn 2.9), então  o objeto sobre o qual ele despensa sua redenção não poderá interrogá-lo, exigindo-lhe explicações sobre sua Soberania na salvação, e ainda a todo homem é vedado a revelação dos caminhos que ele toma para tal “pois compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.”(Rm 9.18). E a estes a quem Deus deseja salvar que são alvos de sua misericórdia que soberanamente os atrai para o seu reduto paterno, são afortunadamente ditosos, pois “Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos fartos da bondade da tua casa e do teu santo templo”(SL 65.4) 

Há muito ainda a ser dito, sobre a Soberania de Deus, mormente sobre a Soberania de Deus na salvação (intencionalmente reduzida no presente artigo), e tão vastíssima doutrina ainda a ser conhecida, faz com que esse ínfimo artigo se assemelhe a minoridade de uma minúscula ponta de gelo a esconder a grandiosidade de um iceberg. Não que tal doutrina esteja inacessível tal como a parte maior de um Iceberg, mas sim como ainda não compreendida por aqueles que não mergulham na profundidade das Escrituras, no afã de visualizarem a grandeza dessa doutrina, larga e exaustivamente proclamada em suas páginas. Essa doutrina doravante permanecerá oculta aos que não abdicarem de suas compreensões demasiadamente sentimentais de ver os acontecimentos do mundo, forma essa ingenuinamente acunhada, embora não sem dolo, por alguns cristãos, do racionalismo, e até do ateísmo que tentam explicar todas as coisas sem entronizar Deus como a medidas de todas as coisas, e sua vontade como a explicação final de tudo que acontece. Não resta dúvida, Deus não está perdido no mundo que ele mesmo criou, enquanto os homens, como dizem alguns controlam a história com base em suas decisões, isso porque o cetro não está em mãos humanas; a coroa não está sobre sua cabeça; o trono não é o adorno de sua moradia, sequer é divino, senão um verme (Jó 25.6), ou ainda, um gafanhoto (Is 40.22) diante da imponente soberania daquele que não consulta a homens quando deseja agir.
“Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?” (Rm 11.34,35)

“E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?” (Daniel 4:35)


É Deus quem governa, e tudo quando deseja, levará a cabo na consecução dos seus planos, sem que nada, absolutamente nada, se interponha aos seus desígnios, isso porque “dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11.36)

*Nota: Texto gentilmente cedido pelo autor, e disponível originariamente no blog Somente pela Escritura e por ela Somente

17 agosto 2010

Presciência, a soberania do acaso












 Por Paulo Brasil*
 
 
Igreja Batista Regular Renascer. 
Manaus, 08.08.2010.


Sabendo, pois, Jesus tudo o que lhe havia de suceder, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Jo 18:4
Este texto ressalta e salta aos nossos olhos: “Sabendo, pois, Jesus tudo o que lhe havia de suceder”. Traz a clareza dos céus, simples assim, Nosso Senhor sabia o que lhe sobreviria, sempre soube.
Como podem a partir daqui ensinar algo que não chegue até o trono soberano do Deus Altíssimo? Como ousam alguns a colocar o próprio coração como guia das verdades eternas?
Mesmo assim, em sentido contrário, vem o desafio feito pelo ensino das milhões de vozes mundo afora, vozes que são ouvidas. Elas forjam  texto dando-lhe um novo sentido, assaltam nossa consciência na busca de roubar Deus de Deus.  Incluem a soberania do acaso em lugar do poder de Deus, são tentativas de sedução e tem logrado êxito, vejam a multidão que aceita tal infâmia, e ainda sorri altiva.
É a oferta das glórias e reinos da terra, fazer do homem senhor, dar-lhe as rédeas do destino de todo o universo, enquanto o Criador é feito refém dessas escolhas, isto é o que propõem.
Não nos deixemos seduzir por tais ensinos, são doutrinas das trevas, a obra mestra da sabedoria humana.
Não nos deixemos enganar por essa falácia evangélica, pois nada mais é que a incredulidade ungida pela psicologia, filosofia e seus agregados naturais. Estão entorpecidos e rugem em nosso derredor para tragar corações altivos. acautelem-se desses lobos, que nem mais aparência de ovelhas possuem.
Que o Senhor seja abundante em meio de nossa congregação, luz às nossas mentes e conforto aos nossos corações seja nossa oração.
Percorreremos as sagradas Letras e mais uma vez não me furtarei de afirmar quem é nosso Deus. Comecemos pelos momentos que antecederam o texto lido, iniciemos na última páscoa. 
"E achou Jesus um jumentinho e montou nele, CONFORME ESTÁ ESCRITO: Não temas, ó filha de Sião; eis que vem teu Rei, montado sobre o filho de uma jumenta". (Jo 12:14)
É a chegada do Senhor em triunfo para ser aclamado Rei, conforme Zc 9.9. Estava ali um pequeno animal, nunca montado para servir ao Senhor em sua chegada a Jerusalém. Desceria entre hosanas e aleluias das multidões para que se cumprisse as Escrituras, caso não o fizessem as pedras o fariam, a Palavra do Senhor se cumpriria.
Lemos mais, “Em verdade o Filho do homem vai, CONFORME ESTÁ ESCRITO a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! bom seria para esse homem se não houvera nascido.” (Mt 26:24).
Deus nos deu palavras para uso em seu sentido natural, comum, e devemos lê-las de acordo com essa graça. Vale ressaltar que nem a soberba punida em Babel revogou-a, pelo contrário multiplicou-a: a comunicação se dá pelo sentido natural das palavras. E isso se multiplica através das Escrituras, onde há poder e soberania: Jesus sabia tudo o que viria acontecer.
Prossigamos um pouco mais, leiamos a sentença do Mestre a Judas: “o que pretendes fazer, faze-o depressa” (Jo 13.27). Assim satanás e Judas em conluio, reproduzido nas ribaltas evangélicas de nossos dias, saiu para realizar livremente a determinação do Senhor.  Como negar soberano poder sobre satanás, sobre Judas, sobre todos os eventos, tudo se ajustaria à sua caminhada rumo ao Calvário.
E em oração ao Pai: “nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se CUMPRISSE A ESCRITURA. (jo 17:12).  Apenas os onze discípulos, ficariam com o Senhor, e outra vez lemos, ”para que se cumpra a Escritura”. Uma textura eterna de poder e honra são desenhadas por este dois textos: O cumprimento da Escritura, o mandamento do Senhor e a vontade escrava de Judas.
Somente a desonestidade intelectual ou incredulidade tentam diminuir a forças dessas evidências. Toda a realidade que percebemos e que não percebemos foram determinadas conforme o conselho do Santo Deus  na eternidade passada.
Prossigamos, Marcos nos relata: “E eles, havendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras”. Um pequeno coral entoa louvores, e caminha ao lado Deus de Israel, na verdade antecipam a morte do Senhor, que em meio a eles caminha sabendo TUDO O QUE LHE HAVIA DE SUCEDER. O Senhor tem contado todos os passos que dará ... como ovelha muda perante seus tosquiadores segue rumo à cruz, em Isaías o Senhor determinou.
E mais, antes que chegasse o beijo da traição, antecipa a reação de todos seus discípulos: "Todos vós esta noite vos escandalizareis em Mim; PORQUE TEM SIDO ESCRITO: 'Ferirei o pastor, e as ovelhas serão dispersas. (Mc 14.26-27).  
Com coração abatido, sabe que ouvirá de todos, “Ainda que seja necessário, morrerei por ti” (Mc 14.31). Há tristeza e pesar no semblante do Cristo de Deus, assim frente à criaturas tão pequenas e frágeis, pensando contribuirem para o Mestre, manifestam sua bravata contrária às Escrituras. Todos deixariam o Mestre só, igual faríamos caso lá estivéssemos. A promessa de fidelidade eterna é declarada ao Senhor, que sabe resistiria apenas alguns minutos,CONFORME ESTAVA ESCRITO.
Pergunto: O Senhor construiu esse cenário, ou apenas se aproveitou da crueldade humana, em apatia celeste? Ao ver a morte do Filho, morto pelo acaso, propôs a redenção? 
Os textos lidos reafirmam a soberania de Deus e garantem que os ensinos contrários vem daquele sob maldição do “rastejarás sobre o pó da terra”. 
Percebamos sobre o poder de mudar todas as coisas: ”Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me mandaria agora mesmo mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?” (Mt 26:53.54). Havia no Senhor todo o poder e autoridade para cancelar a sentença da cruz, mas não o fez para que se cumprissem as Escrituras, para que a vontade e a palavra do Pai conduzissem a história. 
Todos os pequenos e grandes detalhes foram soberanamente determinados para que o Santo chegasse à bendita cruz. E para regozijo nosso e confrontação com nossos adversário lemos: “Jesus, o nazareno, varão aprovado foi entregue pelo  desígnio e presciência de Deus.” (At 2.23). 
É hora de por de lado nossos fardos, lançarmos mãos de nossas espadas, é a luta contra as hostes do mal. Leiamos novamente, para o relato da morte de Jesus, Deus utilizou o termos DESÍGNIO E PRESCIÊNCIA. Jesus foi morto de acordo com a presciência de Deus. Isso exige nossa atenção:
Nossos acusadores humanistas – e há aqui seus representantes - afirmam ser a presciência a aceitação da parte de Deus das decisões humanas. E vendo Deus  antecipadamente - daí, dizem eles, a presciência - todas as coisas que adviriam montou seu plano.  É isso mesmo que pensam homens e mulheres cujo coração tem se elevado acima das nuvens. Não afastemos nossas mentes desta afirmação: Isso é ensinado mundo afora, e, pior, aprovado por homens e mulheres que se dizem povo de Deus.
Asseveram eles, que Deus viu que iria ocorrer, e daí AJUSTOU seu plano. Logo presciência é a passividade poderosa de Deus, pois fez um plano baseado nas escolhas humanas. 
Ao aceitar tal tese – violência hermenêutica e corrupção exegética, além de um engodo etimológico – concordamos que nossa salvação foi obra do acaso. Isto posto, destitui de Deus o poder de santificar-nos, de preservar-nos e mais chegaremos ao céu baseados em nós mesmos. O Senhor dos Exércitos, o Santo viu que eu iria crer; mais, viu que iria me santificar; mais, viu que "não me desviaria", viu que cheguei ao céu. Essa abordagem não é a salvação por obras? Não há Deus Pai na escolha, Deus Filho na redenção e Deus Espírito na santificação. Presenciamos a exumação das doutrinas romanas. A morte ressurgiu em manto evangélico. É o poder das trevas, e sutilmente sem imagens – não nas paredes. Assim, é possível entender o cristo evangélico, pois nada mais é que  retórica e mantra.
Mas quantas vezes lemos que o Filho do homem vai conforme está escrito? para que se cumprisse a Escritura? Há dolo no Altíssimo que se fez poderoso apenas para nos impressionar? Seu poder nada me oferece além de minhas próprias possiblidades? Esse é o deus que tem sido pregado por lábios profanos. Anátema sejam todos que proclamam tal discurso, são porta-vozes das trevas, não lhes tarda o juízo lavrado desde a eternidade.
Não, assim não, esse não é nosso Deus que escreveu com sangue o caminho da paz e liberdade. Que desde a eternidade determinou todas as coisas conforme o conselho de Sua vontade, senão, leiamos o que foi estabelecido para seu Filho: Nascido de uma virgem, na cidade de Davi, anunciado por João, o batista, traído, abandonado, pendurado no madeiro, morto desde a fundação do mundo, em glória ressuscitou, subiu aos céus. O Rei, Justo e Justificador, Juiz, Alfa e Ômega e tanto mais que Ele próprio, em sua humildade não revelou.
Adverte aos seus adversários: “Mas, se não credes nos escritos, como crereis nas minhas palavras?” ( Jo 5:47).
Conforta os nossos corações pois nos chama para Si e ensina: A fé não é de todos, isto nos basta, levantemo-nos. 
A Ele honra, louvor e glória de eternidade a eternidade. 

Nota: * Texto gentilmente cedido pelo autor e disponível originariamente no blog "Através das Escrituras"

11 agosto 2010

Inclusivismo X Solus Christus


Por Mizael Reis *


Inclusivismo.

O inclusivismo é uma das respostas apresentadas para o problema soteriológico do mal, que procura apresentar possíveis soluções argumentativas para o destino final dos não-evangelizados, ou seja, como se dá a intervenção salvífica de Deus em terras virgens do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, ou ao menos, quais seriam os meios que porventura, Deus usaria para justificar alguém que habite em terras onde o evangelho pregado e anunciado permanece inacessível. O inclusivismo em seu pensamento conversor, não pretende, afirmam os inclusivistas, sob nenhuma hipótese, destronar o Cristianismo de seu fundador e Rei Jesus Cristo, pois alegam a exclusividade de salvação por meio de Cristo. Portanto, O inclusivista, quando na exposição da defesa do seu pensamento, jamais, segundo ele, comprometerá sua devoção ao verbo encarnado, que vem condicionando a salvação, sendo o meio pela qual Deus resolve falar nesses últimos tempos. No afã de provar a idoneidade do pensamento inclusivista, John Sanders escreveu um livro (Que será daqueles que nunca ouviram) sobre tema em nota, e no livro, Sanders apresenta alguns dos vultos que defenderam o pensamento inclusivista, são eles: Justino mártir, Abelardo, Erasmo de Roterdã, Zwínglio, John Wesley, William Shedd, A.H Strong, Karl Rahner, C.S Lewis e Wolfhart Pannenberg (pg. 24). Se analisarmos cuidadosamente os teólogos que segundo Sanders, apologizaram o pensamento inclusivista, veremos confirmada sua afirmação, alegando que os inclusivistas estão presentes nas mais diversas confissões e denominações. Portanto o inclusivismo é um pensamento que trilha sobre os teólogos, a despeito de possuírem diferentes definições em outros pensamentos. O primeiro ponto de apoio da crença inclusivista é o obstinado amor de Deus, ou como diz John Sanders, o Amor radical de Deus. Segundo a maneira inclusivista de compreender o Amor de Deus, Deus não se vê refém do tempo, nem da mensagem cristã anunciada para salvar os que jazem na escuridão, mensagem essa definida por Ele mesmo, mas não presente em alguns lugares. Daí, o amor de Deus é compelido a zelar por aqueles que partem sem terem ouvido a revelação especial de Deus, que é o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Jamais Deus permitirá que os ignorantes da mensagem do evangelho via-exposição escriturística, atravessem a outra vida, pela morte, sem que antes tenham tido a possibilidade de ouvirem o evangelho.O amor de Deus segundo os inclusivistas fala mais alto do que as suposições narcisistas e egocêntricas daqueles que não se preocupam com o paradeiro final daqueles que diferente deles próprios, não possuem a mesma oportunidade. Sendo o Evangelho uni – abrangente, pois leva sobre sua mensagem o Amor do Eterno, e diante da ausência da mensagem padrão, por Deus estabelecido para salvação, que é a revelação especial, Deus levará a efeito a mesma salvação por vias multifacetadas, manifestas por aquilo que é comumente conceituado de a revelação geral de Deus, tendo como pré-requisito ao não evangelizado a existência de uma fé que, a despeito de não ser associada diretamente a revelação de Jesus cristo, ele credita sobre tal revelação geral (pg. 40). A ação salvifica é realizada sobre os não evangelizados quando eles, no exercício da fé que manifestam, buscam a Deus pelos seus meios já concebidos, e alcançam do Deus verdadeiro, misericórdia, quando positivamente exercem essa fé. O inclusivismo superestima, ao seu modo, uma visão inclusiva do desejo de Deus na salvação, e subestima qualquer visão que delimite Deus a uma visão exclusiva. Deus é acolhedor, condescendente, longânimo, complacente, Todo-benevolente e tais epítetos não podem ser concomitalmente tecidos sobre a figura de um Deus que se antecipe em punir e condenar a reunir e salvar. Diante dessa defesa proposta pelos inclusivistas, alguém poderá questioná-los pela inexistência da pregação do lado esquerdo do julgamento de Cristo, a condenação, e tal questionamento deve sim ser respondido pelos inclusivistas, uma vez que não são universalistas. Para tal indagação, os inclusivistas manifestam-se dizendo que o inferno existe, bem como a condenação daqueles que rejeitam a salvação, mas não para os grupos menos favorecidos, ou mais discriminados. Deus abraça os convalescidos, os exauridos ao invés de bajular a casta hipócrita. Defendem que Deus sempre surpreende na salvação. Ele convida os excluídos para o banquete e os privilegia com o melhor vinho. Mesmo que essa defesa não pareça estranha às demais correntes existentes, essa é uma das bases que fundamentam o pensamento inclusivista, pois se Deus sempre favorece o excluído e isso é fato, aos mais distantes ser-lhes-ão de igual modo estendida tão grande salvação. No uso de sua misericórdia, Deus é tão abrangente, que até os esquecidos pelos conhecidos, serão por Ele reunidos no grande reduto espiritual, o reino do filho do seu amor, desde que para isso, respondam a Deus no exercício fiel daquilo que eles se identificam como fé ao seu deus, em resposta a sua revelação geral. Diante do já apresentado, tudo que fora dito, nada valeria para firmar um argumento bíblico se não houvesse um embasamento bíblico do qual tal argumento possa ser balizado. As bases bíblicas que defendem o inclusivismo, segundo os inclusivistas são elas (Jo 12:32, At 10:43, 1 Tm 4:10 ).

Solus Christus

O inclusivismo é nocivo, é subjetivo, cheio de pressupostos, que são alimentados por vôos irresponsavelmente mais altos além do permitido e sua guinada máxima é dada sem o conceito da Soberania de Deus. Julgo ser uma boa intenção a busca frenética pelos inclusivistas de provar a autenticidade dessa doutrina, porém só de boas intenções não será feitauma doutrina bíblica, além do que, as aferições inclusivistas são insuficientes para apresentar uma cosmovisão consistentemente cristã. O inclusivismo em sua espinha dorsal, ladeada com supostas provas bíblicas procura analisar os textos onde a palavra salvação ou seus derivantes aparecem construídos com a palavra “TODOS”, senão vejamos um de seus versículos chaves: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos até mim.” (Jo 12.32). Esse versículo garante-nos, que o propósito pelo qual Jesus morre é eficientemente cumprido, pois é garantido por sua própria palavra. Esse texto não prova que pessoas sem o conhecimento, predispostas, com alguns valores morais, serão salvas, mas sim que Jesus cristo atrairá seu povo para si. Não há garantia alguma de que aqueles que por ele serão salvos não o verão conscientemente, ou se salvarão por um conhecimento ininteligível de Jesus, mas sim serão por ele atraídos e pelo conhecimento de sua morte e ressurreição, ademais, o inclusivismo procura resolver o problema soteriológico do mal sem ponderar por quais motivos culpáveis o homem agora se vê pecador, incapaz de por si só, lograr êxito na sua salvação.

Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.” Ec 7.29

A verdade que se obscura nos dias hoje, ao lado de uma teologia mancomunada com a proposta secularizante da pós-modernidade que relega Deus de sua soberania, é que o homem é pecador, nele não há bondade que o incline para Deus (Gn 6.5).

Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras.” Sl 58.3

Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol; a todos sucede o mesmo; e que também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade, e que há desvarios no seu coração enquanto vivem, e depois se vão aos mortos.” Ec 9.3

E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.” Sl 143.2

Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado?” Pv 20.9


 O inclusivismo por carecer de base bíblica consistente, permanece no campo movediço das conjecturas. As escrituras revelam-nos que o conhecimento cristalino da obra substitutiva de Cristo é quesito necessário para nossa salvação: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (jo 17:3). E esse conhecimento só se dará satisfatoriamente pelo conhecimento que a palavra de Deus possui em sua exclusividade: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.” (Jo 7.38). A Escritura Sagrada não abre o leque para hipotecarmos sobre quaisquer meios além do já apresentado por ela mesma, que sem reservas apresenta-nos que a salvação sempre é, e sempre será antecedida pelo conhecimento de nossa dependência da graça que é conclusivamente manifesta em Jesus Cristo. O desejo desenfreado de sanar a questão soteriológica do mal superestima o homem, colocando-o em uma condição em que ele não está, conforme diz-nos a Palavra de Deus. Ele não está em condições legais para questionar a Deus por salvação, pois “Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32). Não foi Deus quem se distanciou de nós, fomos nós que obstinadamente nos afastamos de Deus, e em decorrência dessa ação da qual somos plenamente responsáveis, Deus, no uso de sua justiça, julga-nos como culpados, e é isso que é inequivocamente declarado pelas escrituras (EF 2.1 - Rm 5.6). Sendo cada um de nós culpados por nossos erros, ante o Tribunal de Deus, agarrando-nos tão somente na graça que a nós se manifesta, oferecendo-nos a salvação que nós não merecíamos; como agora após o advento de Cristo, pela salvação, inquirimos de Deus que o mesmo agora apresente outros meios de efetuar a obra que ele, voluntariamente propôs em seu coração nos conceder, a despeito do juízo condenatório que justamente recai sobre nós como pecadores? Caso Deus não interviesse na terra, a favor da salvação humana, o que seria de nós? Essa pergunta não é nenhum pouco banal, pois fora feita de igual modo pelo Salmista:

“Se tu, SENHOR, observares as iniqüidades, Senhor, quem subsistirá?” SL 130.3

 O inclusivismo constitui-se numa argumentação ultrajante, egoísta e sobretudo antropocêntrica. Negar o Inclusivismo não significa restringir a magnitude do amor de Deus, pois esse amor já se manifesta pelas simples ação do Deus encarnado, que se revestindo de nossa restritibilidade humana, cumpre a lei do qual somos incapazes de cumprir, afim de que pela fé, confiemos em sua justiça, para que a mesma, pela fé seja imputadaem nós. E por essa obra salvífica, Deus oportuniza ao ser caído, um único meio, uma única via, concedida por um único Deus, que exige dos pecadores uma única Fé. Quaisquer afirmações que se enveredem além do que a Palavra de Deus delimita, são meras especulações, impulsionadas por um mundo que a cada dia se distancia de Deus e de sua palavra, destronando assim a prova do seu amor, sua vinda sobre a terra, mediado por ele, e somente por ele a salvação dos pecadores. Pela Escritura, certificamo-nos de que tais suposições estavam por Ela preditas, como sinais do fim dos tempos: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos, repentina perdição” (2 Pe 2:1). Confesso que recorrer a esse versículo para contra-argumentar o inclusivismo, pode parecer à primeira vista, como uma tentativa violentamente fundamentalista. Contudo, mesmo que os que advogam a favor do inclusivismo não estejam se enquadrando entre aqueles que pelos versículos acima são denunciados como disseminadores de heresias, a proposta inclusivista, co-participa a obra salvífica de Cristo e sua exclusividade com demais formas religiosas de compreender a salvação, e quando esse “trem” estiver completamente descarrilado, é no cumprimento da profecia bíblica acima que isso tudo chegará. Cristo não pode ser ladeado com demais deuses, pois a “via dolorosa que ele caminhou”, é suficientemente poderosa para prover salvação para todos os que nele hão de crer: “E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1Jo 2:2). Quando os homens envolveram-se com ídolos, imputando sobre eles a Glória que só a Deus pertence, foram pelo Senhor veementemente repreendidos: “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens” (Sl 115:4). Se fosse possível, efetivar a salvação de forma sincrética entre o verdadeiro Deus e os demais deuses, não haveria motivos justificáveis da existência de tal versículo na Bíblia, mas é como declarou John Macarthur: “A heresia vem montada nos lombos da tolerância”, e não há heresia mais imperdoável do que manipular as Escrituras para adequá-la a uma compreensão pós-moderna de se pensarem Salvação. O mundo em que vivemos não se vê dependente de um Deus, de uma Lei, não consegue se ver dependendo da visão de um Deus que a tudo governa e transitar sobre um mundo que para esse Deus nada acontece a contragosto, pois nos detalhes da vida, ele Reina. E no tocante a salvação, nós vemos um mundo onde se manifestam diversas formas de se compreender Deus, e sua relação com a humanidade. Sendo o Cristianismo mais uma delas, atribuir-lhe a notoriedade, sobrepujando-o dos demais, diante de um mundo de inúmeras religiões, será no mínimo contraproducente, quando o desejo é nivelar o cristianismo com qualquer religião que tenha uma ética moral, no mínimo aproveitável. Porém, o Deus que conhecemos por sua palavra, corta a história destituindo deuses que comparados a Ele, nada são. Ele destronou Faraó, deus dos egípcios, Dagom, o deus dos Filisteus, Baal deus dos cananeus, Bel deus dos babilônicos, e em Cristo, ele se apresenta como o caminho, a verdade, e a vida e condiciona unicamente sobre si, a via que conduzirá o homem a salvação, quando diz “ninguém vem ao Pai, senão por mim”I (Jo 14: 6). É possível inferir desse texto e de outros correlatos, algo além da declaração de que por Jesus, e unicamente pelo conhecimento sobre esse Jesus, o homem será salvo? Temos legalidade bíblica para entendermos a obra da salvação sobre outro fundamento, que não seja Cristo Jesus? Quando Cornélio apresentou-se diante de Deus como homem, piedoso, as suas obras não lhe foram suficientes para abraçar a salvação, senão pela palavra que fora dada a Pedro, que por ordem de Deus, a Cornélio revelasse: “A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos); Esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judéia, começando pela Galiléia, depois do batismo que João pregou; Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.36-37). E a todos quanto Deus, quiser salvar, tal palavra será soberanamente dispensada, não importa quão longínquo estejam os pecadores, pois a Escritura Sagrada garante: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37 – 1 Co 18.10), e Deus pela sua soberania, revelará ao pecador sua salvação, mesmo que nós, as vezes, devido ao nosso “conhecimento”, aprisionando Deus na torre de marfim de nossa exegese, não contabilizemos por não sabermos, aqueles a quem Deus tem se revelado: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” (Mt 11:27). Deus salvará o seu povo, não importa onde habitem, nem a cultura pela qual estejam aprisionados, quando essa se interpõe contra o evangelho, e toda hipótese, construída sobre uma argumentação marginal, equiparando Jesus a outras formas de se compreender a fé, que não estejam fundamentadas pelas escrituras, devem ser repudiadas, mesmo que faça chover milagres, mesmo que unam todos os homens em concórdia (do ponto de vista religioso), pois nada podemos contra verdade senão pela verdade (2 Co 3.18).

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” At 4.12

 Essa verdade fez com que Paulo, dentro do Panteão, onde se cultuava a vários deuses, pregasse, a despeito das diversas compreensões de deuses ali existentes, O Deus por quem o mundo foi criado: “O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; em tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E deum só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação” (At 17: 24-26). Se caso estivéssemos na mesma condição, da experiência de Paulo, ante a uma diversidade de deuses, procuraríamos pregar com fidelidade a Fé em Cristo somente, ou reduziríamos a fé ao famigerado Sincretismo? Pois não renunciando essa verdade, porque sustentar a afirmação de que Deus a renunciaria, se valendo da compreensão que o mundo possa ter de deuses que não correspondem a sua Glória? “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura” (Is 42.8). Evidentemente, essa verdade tem sido preterida por uma visão mais racional ante ao pluriverso religioso que temos assistido. Mas aos que se rendem ao escrutínio da Palavra de Deus, não encontrarão nada além do Cristo, e a este crucificado (1 Co 2.2). O inclusivismo diante do crivo bíblico desmorona-se pela sua insuficiência e incoerência. Longe de apresentar a minha verdade, agarro-me naquilo que a Bíblia diz ser verdadeiro, e por ela declaro que, mesmo que porventura Deus, optasse por soberanamente intervir na história de outras formas mais, para salvar o homem, tal afirmação não poderia nunca, ser extraída da Bíblia posto que sobre algo além do Cristo revelado, ela se cala. Todos nós podemos ser classificados como povos não-evangelizados até que o evangelho se apresente a nós, e sempre o esforço evangelístico será justificado por aqueles que desconhecem o nome de Jesus, e isso soa-nos claramente como uma necessidade, ou seja, anunciarmos o nome de Jesus para que os que ainda não o conhecem, ouçam tal mensagem, para salvação. É como declara o Apostolo Paulo: “E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20). É necessário que o precioso nome de Jesus Cristo seja anunciado entre os homens para salvação, pois do contrário: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10.14). Perceba a necessidade, declarada por Paulo de anunciarmos o nome de Cristo, pois deste conhecimento, como claramente é declarado, sobrevém-nos a crença para salvação. Selo minhas palavras, transcrevendo o texto que julgo ser decisivo sobre essa questão, que coloca-nos como puníveis diante de Deus, não importando onde habitemos.

Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. (Rm 1:  18-23, 2:12).

Onde a prédica não é cristocêntrica, não existe espaço para salvação, senão densas trevas de condenação.

Graça e Paz
Mizael Reis

*Nota: Texto gentilmente cedido pelo autor, e disponível originariamente no endereço Somente pela Escritura e por ela Somente