"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

29 julho 2011

Carta a um Pastor que se diz Calvinista





Por Filipe Luiz C. Machado

*A presente carta é de gênero fictício, embora contenha situações da vida real.
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Boa noite, amado Amadeu.

Por já ser esse o nosso quarto e-mail, não me delongarei muito naqueles pontos que já conversamos, ok? Apenas comentarei sobre aqueles que creio serem mais importantes no momento.

Recentemente lembro-me de você ter comentando comigo acerca das dificuldades que tem tido para conciliar a doutrina calvinista com a geração de hoje. Lembro-me também de você ter expressado o profundo desejo de ser relevante para o mundo de hoje, na expectativa de que o reino de Deus seja proclamado com força e vigor. Permita-me, porém, reforçar aquilo que já havia conversado com você anteriormente.

Fico grato a Deus que tem levado-o a buscar a fé em nosso Senhor Jesus Cristo e que isso o tem motivado para um desejo ainda maior de cuidar dos que estão sob seu cuidado. O problema, meu caro Amadeu, é que tenho visto que esse seu desejo de conformar-se à fé calvinista na verdade está sendo deturpado por visões errôneas quanto ao que vem a ser o verdadeiro calvinismo. Sei que você tem lido alguns autores dessa fé, contudo, vejo que ainda resta-lhe um longo caminho para compreender as reais doutrinas da graça. Não que você não tenha conhecimento - pois disso todos nós carecemos - mas parece-me que há uma disparidade entre o calvinista sério e aquele que apenas simpatiza com ele.

O calvinista sério - e nesse ponto poder-se-ia ler também como cristão reformado - leva as doutrinas da graça no mais profundo esmero, tentando conformar-se àquilo que o Senhor nos delegou em sua santa palavra. É dever desse homem buscar fazer somente aquilo que encontra permissão nas sagradas escrituras. Sim, é lógico que há coisas que fazemos que não estão explicitadas nas escrituras (horário do culto, tipo de banco, quantidade de orações antes da palavra...), porém, todas elas devem ser norteadas pela Palavra. Para aquela sua dificuldade de entender o "Sola Scriptura", mais tarde lhe recomendarei alguns bons livros. Permita-me também dizer: o calvinista sério não é aquele que tenta ser relevante para esse mundo.

Meu querido, a igreja nunca será relevante para o mundo - pois odeia o que a igreja ama (a santidade, a injúria pelo pecado, a soberania total de Deus...). Sim, eu sei que você sabe disso, mas sua prática até aqui tem sido diferente daquilo que tem professado e conversado comigo. Sim, Amadeu, sei também que você tem lutado para introduzir a fé calvinista em sua igreja, mas você se lembra da última vez que fui visitar sua igreja e ao final do culto você perguntou-me: "O que achou da pregação?" ao passo que lhe respondi em amor: "Qual pregação, meu amado? Não ouvi pregação, apenas algumas historietas e seu testemunho, mas não ouvi pregação da palavra"? É disso que falo: enquanto o púlpito não for forte, a igreja será fraca.

Sei também que você não deseja dar comida sólida demais para os seus, mas é necessário compreender que muitas vezes aquilo que achamos ser sólido demais, na verdade é o leite espiritual (1Pe 2.2), muitíssmo necessário e porque não, indispensável para a fé cristã. Não caia no conto de homens que perverteram seus caminhos em busca de fábulas e engenhos humanistas e que dizem que os membros da igreja precisam apenas do superficial, do feijão com arroz e que os que quiserem aprender mais, que leiam muito e frequentem um seminário. Sim, concordo com você que devemos ter toda cautela necessária para que o entendimento do evangelho seja de forma gradual - para melhor assimilação e edificação pessoal- mas receio que você esteja indo devagar demais nessa caminhada.

É necessário que todo nós entendamos o que é ser igreja de Cristo nesse mundo. Ser igreja não é ser sequer um pouco parecido com o mundo. Novamente, lembro-me do seu desejo de expalhar o evangelho por esse geração incrédula, mas lembre-se - e nesse ponto gostaria que você meditasse e buscasse a Deus em oração - que apresentações musicais, danças, teatro, filmes "bíblicos" no lugar da pregação e coisas desse tipo, em nada diferem desse mundo e por isso são perniciosas para o evangelho de Cristo quando incorporadas no culto ao Senhor. Não que essas coisas sejam erradas em si - não me compreenda mal - mas elas tem o seu devido lugar; e com todo o respeito que lhe é devido, esse lugar não é a igreja.

Por fim, permita-me ainda insistir mais vez para que você leia os verdadeiros calvinistas: os puritanos. Ao contrário do que você tem me dito e do que se ouve por aí, os puritanos não eram gente retrógrada, ultrapassada e que não tinham amor pela criação de Deus - bem pelo contrário, eram homens e mulheres que tentavam viver e fazer tudo para a glória de Deus (1Co 10.31), a fim de que Cristo fosse exaltado em suas vidas e nas suas comunidades locais.

Que o Senhor possa conceder-lhe um avanço à verdadeira fé trilhada pelos grandes homens bíblicos que já pisaram por essa terra e que Ele conceda-lhe intrepidez para fazer as mudanças necessárias em sua vida e em sua igreja.

Em Cristo e para a progressão do Seu reino,
Filipe Luiz C. Machado

Texto publicado originalmente em "2Timóteo 3.16"

23 julho 2011

Deus Peleja por Nós!













Pr. Luiz Carlos Tibúrcio

Êxodo, 14.13-14, diz: " Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis"... A Palavra de Deus diz: Calai e marchai! Muitas vezes, em nossas vidas, em muitas circunstâncias, Deus nos orientará a, tão somente, continuar com o Seu serviço, caminhando em Sua presença, esperando totalmente n'Ele.
O povo de Israel, durante séculos, foi escravo dos egípcios. E Deus, através do profeta Moíses, fez maravilhas no Egito; e por elas, o povo egípcio conheceu o poder de Deus, porque a mão do Senhor pesava sobre eles. Mas era também um tempo de temor de Israel. E assim, muitas vezes, será um tempo de temor, de lutas, de dificuldades nas nossas vidas, e não sabemos o que acontecerá conosco, mas podemos ter a confiança e a firmeza de que Deus peleja por nós! A única certeza que temos é de que o Senhor cuida do Seu povo, e jamais o abandonará. Ao vislumbrar as dificuldades que o povo de Israel atravessou, olhando para nós, devemos pensar sobre aquilo pelo qual passamos em nossas vidas.
Êxodo 14.10: "E aproximando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao Senhor". Há circunstâncias difíceis pelas quais o povo de Deus passa, e esse tempo foi anunciado por Deus à Abraão; e os Seus planos são cumpridos aqui na vida do Seu povo.
O Senhor enviou Moíses para libertar o Seu povo; para livrá-lo do cativeiro. E Moíses fez muitos sinais no Egito, sinais de morte, de destruição, mostrando qual poder havia na terra. Após Deus ferir os primogênitos egípcios, crianças e animais, todos morreram! Então, Israel é liberto da escravidão, e o povo de Deus sai do meio dos seus opressores com mão forte, pois, o poder de Deus foi manifestado aos olhos de todos.
Êxodo 14.8: "Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse aos filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão". Israel sai do Egito, livre do jugo da nação mais poderosa em toda a Terra, e sai confiado em Deus, o qual os libertou pelo Seu infinito poder. Mas no deserto, com o Mar Vermelho à sua frente, Israel vê os egípcios, que com grande força de guerra o persegue. Versículo 7: "E tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos". Faraó tomou consigo todos os carros de guerra, e saiu ao encalço dos judeus. Vejam a situação do povo de Deus, meus irmãos, ele era um povo escravo, que não tinha armas e nem sabia lutar; e Faraó encurralá-os com toda a sua força de guerra: à frente o mar, e atrás, as tropas egípcias. E eles estão ali, acossados, desesperados, sem recursos e meios para escapar, a derrota parece iminente... eles nada podem fazer... Circunstâncias semelhantes a essa encontramos diversas vezes em nossas vidas!
Salmo 66.10: "Certamente a cólera do homem redundará em teu louvor". As pessoas que se julgam poderosas, que se julgam sempre certas, e de que nada as abalará, são quase invencíveis, cuidado com a mão de Deus! Pois Ele usará a maldade do homem para a Sua glória.
Faraó, em perseguição a Israel, quer destrui-lo, e para isso, usa de todo o seu poder, de todas as suas armas para aniquilar o povo de Deus. E o Senhor usará a cólera do homem para a Sua glória, mas o restante da cólera Ele a restringirá (Sl 66.10). Deus não permitirá que o mal nos vença, porque Ele não o permitirá além da Sua vontade; e não permitirá o mal na nossa vida além daquilo que é exclusivamente para a Sua glória. Amém, irmãos!
Os filhos de Israel temeram, e temeram muito, enquanto viam o exército inimigo chegar, e cada vez se aproximavam mais do mar. É possível imaginar a aflição deles; e as vezes, também é assim em nossas vidas. Somos afligidos, e nos preocupamos com os ataques de satanás, com o rumo que as coisas vão tomando, os problemas nos encurralando... e, então, vem o medo. Há uma doença moderna que é a sindrome do pânico, a qual leva as pessoas ao desespero, fruto das dúvidas, da inquietação com o futuro; e por fim, chegam ao pavor, sem saber como lidar com os problemas.
A Palavra de Deus diz que o povo de Israel estava em pânico, amedrontado, então, os hebreus clamaram ao Senhor! Graças a Deus porque temos a quem clamar!... E os irmãos têm clamado ao Senhor?... E os filhos de Israel clamaram ao Senhor. Que maravilha quando lembramos que o povo do Senhor são os filhos de Israel. Os irmãos se lembram quem era Israel? Israel era Jacó, e Jacó era um enganador, que se tornou Israel, príncipe de Deus, um servo do Senhor. Não devemos jamais nos esquecer da nossa identidade, e termos sempre em mente, de que somos servos do Senhor!... Outra coisa que devemos ter em mente é de que devemos, continuamente, clamar ao Senhor. O povo de Israel está clamando, mas não é um clamor de fé, porém, de medo. E não podemos amedrontar-nos pelas circunstâncias, mas ter os olhos fixados no Senhor.
Êxodo 14.11: "E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito?". Claramente, Israel está amedrontado pela sua situação.Versículo 12: "Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto". Mesmo clamando a Deus, mas diante da proximidade de Faraó, e da dificuldade em que se encontravam, Israel considerava melhor ser escravo do que morrer.Irmãos, a escravidão é algo terrível com a qual nos acostumamos; e podemos nos habituar a servir ao diabo. Muitas vezes, preferimos nos render ao diabo do que sofrer e ser liberto por Deus.
Versículo 13: "Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver". A fé não é algo que nasce de nossas entranhas, a fé não vem de nós, ela vem de Deus. Em Efésios 2.8: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus". A fé salvadora, aquela fé que salva é um dom de Deus. A graça, igualmente, é um dom de Deus.
Faraó era poderoso, tinha um exército de homens fortes, armados, acostumados a guerrear, mas não era maior do que o nosso Deus. Porque não há ninguém maior do que o nosso Deus. Amém, irmãos!
A Palavra de Deus diz mais: "O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis". Fantástico! Deus está nos dizendo: pare de murmurrar! Aquiete-se! Nenhuma circunstância, seja o exército do Egito ou as lutas que enfretamos, é maior do que o nosso Deus. Será que andamos assim diante do Senhor? Confiando e esperando n'Ele? Ou será que estamos tão angustiados que não nos calamos, e murmuramos por causa da situação pela qual passamos? As lutas têm nos aproximado do Senhor, ou nos afastado d'Ele?... Não temais; estai quietos, e vede o livramento que o Senhor nos dá! Está é a orientação de Deus para as nossas vidas.
Versículo 15: "Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem". O plano de Deus nem sempre parecerá ter lógica para nós, nem sempre parecerá certo, "Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1Co 1.25). O que Deus propõe a Israel parece-lhe estranho. O Senhor ordena que eles marchem, mas marchar para aonde? Para o lado de Faraó ou para o mar? Não é o que sucede muitas vezes conosco? No momento em que olhamos para um lado e para o outro, e dizemos a Deus: Senhor, me mostra o que fazer! Mas se Ele não nos dá direção, é porque quer que fiquemos onde estamos, naquele mesmo lugar, fazendo o que Ele nos mandou realizar. É tempo de esperar no Senhor... Estou passando por dificuldades, por apertos, devo continuar orando e buscando a Deus, a espera de que Ele faça a obra; e continuar firme nos caminhos do Senhor, porque os Seus cuidados são eternos e perfeitos, embora, nem sempre faça sentido para nós. A Palavra de Deus nos diz que os pensamentos do Senhor são mais altos do que os nossos pensamentos (Is 55.9). Graças a Deus por isso! Porque o nosso Deus faz tudo perfeito, e conforme lhE agrada.
Versículo 16: "E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco". O plano de Deus era que Israel passasse em seco pelo meio do mar... Em que estamos confiando, irmãos? Na sabedoria do mundo ou na loucura para o mundo que é a Palavra de Deus? Onde está depositada a nossa confiança? Faremos o que é necessário segundo o padrão do mundo, ou segundo a direção de Deus? São caminhos diferentes! As coisas do mundo têm uma lógica do mundo; mas, no plano de Deus que é perfeito, o plano do mundo não entra. Precisamos nos decidir, e escolher se seguimos conforme o plano de Deus, ou seguimos conforme o padrão do mundo... Nós veremos a glória salvadora do Senhor, mas o mundo verá a glória do Senhor na Sua ira!
Portanto, meus irmãos, a Palavra nos ensina a não invejar o homem mau. Não ter inveja daquele que peca e se deleita no pecado, não invejar aquele que prospera segundo a maldade do seu coração. Em breve ele será destruído. E Deus será glorificado na vida dos egípcios, e será glorificado na vida do povo de Deus.
Versículo 18: "E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros". Deus está permitindo que os egípcios persigam a Israel, para ser glorificado por eles. O Senhor não tem prazer na morte do ímpio, mas é glorificado em todas as circunstâncias. Os egípicios, um povo desobediente, que não temia a Deus, que não quis ouvir a voz de Deus, e que buscava a destruição de Israel; a morte chegaria para eles, e a sua consequente destruição.
Versículo 19: "E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles". Israel estava sendo guiado por Deus em direção ao mar, e o anjo ia adiante dos hebreus. Mas no momento em que o exército de Faraó se aproximava, o anjo do Senhor se pôs atrás do povo de Deus. A Palavra diz que "O Senhor te guardará de todo o mal, e guardará a sua alma" (Sl 121.7); e "Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti" (91.7). Amém, irmãos!
Versículo 20: "E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro". A noite tornou-se em densa escuridão para os inimigos do Senhor, e aquele que lutar contra o Senhor aprofundar-se-á nas trevas. A escuridão nos enche de incertezas... Imagine-se em um lugar escuro, no meio da mata à noite, sem o luar e o brilho das estrelas, podendo ser surpreendido por animais selvagens, podendo cair em um buraco, ou mesmo em uma armadilha... são muitos perigos, e nos sentimos atemorizados. Faraó e o seu exército estavam em densas trevas, e o homem sem Deus está igualmente envolto em trevas.
Muitas vezes, nós, o povo de Deus nos preocupamos com os inimigos, esquecendo-nos de que, aqueles que são os nossos inimigos são também inimigos de Deus, o qual peleja por nós.
Versículo 21: "Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas". Na fuga de Israel pelo mar à noite, uma noite longa, Deus impediu que os carros de Faraó alcançassem o povo hebreu. Os egípcios não sabiam mas o Senhor estava agindo; tanto na vida do Seu povo como na vida dos Seus inimigos. E Ele realizou um milagre maravilhoso, partindo as águas do mar para o Seu povo atravessar.
Versículo 24: "E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna do fogo e da nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios. E tirou-lhes as rodas dos seus carros, e dificultosamente os governavam. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios".Finalmente, ao amanhecer, os inimigos de Deus reconheceram que havia algo estranho, que o Senhor de Israel estava contra eles.
Irmãos, o Senhor dá muitas chances para um homem se arrepender, mas chega o momento em que Deus pesa a Sua mão. As dez pragas do Egito foram oportunidades para o Faraó temer a Deus e arrepender-se dos seus pecados. Mas a cada nova praga, o seu coração endurecia-se contra Deus. E agora, os egípcios percebiam que a mão de Deus pesava sobre eles.
Versículo 30: "Assim o Senhor salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar". Deus vingou o Seu povo, vingou a maldade dos inimigos de Israel.
Versículo 31: "E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao Senhor, e creu no Senhor e em Moisés, seu servo". Quando Israel viu o castigo dos ímpios, quando viu a maldade sendo punida, temeu ao Senhor, e creu.
Durante a nossa caminhada nesta vida, encontraremos muitos servos do Senhor, mas encontraremos também muitos inimigos do povo de Deus. Vamos orar por aqueles que ainda não conhecem ao Senhor, por aqueles que ainda não se arrependeram, peçamos a Deus pela vida deles, porque um dia desses eles enfrentarão o Senhor, e ninguem pode enfrentar o Senhor. Oremos a Deus para que derrame a Sua misericórdia sobre o nosso povo, porque todos carecem da Sua misericórdia... Não devemos nos angustiar pelas circunstâncias difíceis, nem por causa das pessoas que se opõem a Deus, mas devemos estar quietos, não temer, e marchar. O Senhor peleja por nós!
Oração: Santo Deus e Pai nós te louvamos e agradecemos. Vivemos num mundo cheio de impiedade, num mundo onde as pessoas não O temem, nem respeitam Suas leis, nem andar nos Seus caminhos. Estamos no mundo criado por Ti, e o Senhor não é respeitado nem amado. Sabemos que satanás tem dominado os corações e as mentes para que se revoltem contra Ti. E muitos cristãos estão amedrontados, sem saber o que fazer das suas vidas. A Tua Palavra nos mostrou que devemos ter fé, ter confiança, porque o Senhor peleja por nós. O Senhor ordena que marche; a marchar e confiar cada dia, certos de que o Senhor está cuidando de nós. Ajuda-nos a falar da Tua Palavra aos nossos queridos e familiares, para que não venham a se colocar na posição de inimigos do Senhor; e para aqueles que estão na posição de inimizade, que venham a se arrepender, e voltem-se para Ti. Pai, agradecemos pelo Teu cuidado para com nós, aumente-nos a nossa fé, e nos fortaleça a andar cada dia nos Teus caminhos. No nome santo de Jesus, amém!


FONTE: Tabernáculo Batista Bíblico

20 julho 2011

Dizimar? Ofertar? Isso é coisa de crente?












Por Jorge Fernandes Isah

Recebi o seguinte comentário no meu blog de livros,"O que estou lendo... ou li", de um anônimo [interessante como o anonimato revela como o sujeito é indefinido, e no caso do dito cujo, também um mau leitor da Escrituraa] [1]. O livro em questão é "Sacrifício & Domínio", do Dr. Gary North, Editora Monergismo. E vai muito além da simples discussão sobre "dinheiro" a partir dos relatos de Lucas no livro de Atos dos Apóstolos.
A minha resposta encontra-se em seguida.

Anônimo: "Já percebi que falar em dinheiro na igreja causa um certo receio. Por que digo isso? Se reparar, você deu seus comentários de todos os livros que você leu dessa página do seu blog, e só faltou esta aqui. Gostaria de entende porque não deu seu comentário a respeito desse livro; é de grande importância saber o que pensa sobre o assunto nos dias de hoje, sobre os lideres de hoje, como manipulam os fiéis a doarem o que tem. Será que é medo de dizer a verdade? Omitir a verdade também é uma falta grave. Muitas igrejas cobram os dízimos dos fiéis e até ameaçam com maldições se não derem. Isso está certo? Omitir a verdade, que o dízimo não é mais obrigatório e sim ofertas voluntárias, como Paulo ensina, não é correto. Por que será que o lideres não dizem a verdade? Será por medo? Será que se falar a verdade perderão as regalias que os dízimos trazem para eles? Por isso ficam em silêncio? Não estou aqui dizendo que você dar a décima parte de tudo que você ganha é errado, e sim obrigar, ameaçar seus fieis a darem algo que simplesmente é um mandamento exclusivo para os judeus, e é um mandamento do Antigo Testamento, já que Jesus cumpriu todas as leis. Sei que não irá postar este meu comentário, mas reflita aqui o que lhe digo"[2].

Eu: Sua pressa em me julgar é maior do que o tempo que eu tenho para terminar a leitura deste livro. Como ainda estou no início, não encontrei algo que pudesse me levar a postar um comentário. Uma boa ideia seria você comprar o livro e lê-lo para inteirar-se sobre o assunto.
Nunca deixo de comentar um livro, senão, não haveria necessidade do blog, concorda? Acontece que não faço postagens sequenciais sobre todos os livros, deixando para postar um comentário ao final da leitura, uma espécie de resenha. Por estar na página 36, acho que o meu comentário demorará um pouco ainda... é que faço múltiplas leituras, trabalho, tenho as atividades familiares, a igreja, e nem sempre dá para manter o blog atualizado do jeito que gostaria; até, porque, tenho outros blogs também. Mas deixe estar que comentarei o livro por aqui, fique tranquilo. 
Agora, somente um tolo dizimaria ou ofertaria por causa de ameaças, a menos que ele também tenha interesses escusos de fazer um "negocinho" ou uma negociata com Deus. Ou então, por ignorância, por completo desconhecimento da Escritura. Em todos os casos, a fala do Senhor é mais do que apropriada: "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento" [Os 4.6].
O fato é que Deus não se sujeita a isso. O que ele promete, está prometido, o que não prometeu, jamais prometará. Esses egoístas e interesseiros sequer conhecem a Deus. E você espera que eu tenha pena deles? É mais ou menos como os traficantes, se não houvesse o usuário, não haveria o tráfico. Se não houvesse "cristãos" olhando apenas para os seus umbigos, e desprezando o conselho do Senhor, não haveria igrejas e pastores venais. No fim das contas, é tudo farinha do mesmo saco; tanto os líderes como os liderados. A ignorância e o descaso para com a palavra não é justificativa para inocentar ninguém; pelo contrário, ele também será julgado e condenado por sua omissão, assim como os falsos líderes e mestres serão.
Dizimamos e ofertamos porque o Senhor é aquele que nos deu e dá tudo o que temos, desde a vida até o sustento dela, sempre cuidando dos seus eleitos em amor, por sua graça. Fazemos isso por gratidão e obediência, sabendo que a obediência é também uma forma de gratidão, por tudo o que ele tem nos dado, quando mereceríamos incontinentes o inferno e nada mais. Quando as pessoas dão alguma coisa procurando obter algo em troca, zombam do Senhor, e mostram a sua verdadeira face, servindo a mamom, que não é ninguém mais nem menos do que o próprio diabo: o ladrão desde sempre [Jo 10.10] [3]. O crente não só deve, mas tem o dever de sustentar a igreja. Foi o apóstolo Paulo quem afirmou em II Co 11.7-9: "Pequei, porventura, humilhando-me a mim mesmo, para que vós fôsseis exaltados, porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus? Outras igrejas DESPOJEI eu para vos servir, recebendo delas SALÁRIO; e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado. Porque os irmãos que vieram da Macedônia SUPRIRAM a minha necessidade, e em tudo me guardei de vos ser pesado, e ainda me guardarei" [grifo meu]. Paulo reprova os coríntios por não lhe terem suprido as necessidades. E de que os Macedônios e outras igrejas o fizeram. E ainda assim, ele pregou-lhes o evangelho. Ou seja, ele cumpriu o seu chamado como ministro da palavra, enquanto a igreja de Corinto não cumpriu o seu chamado de sustentá-lo financeiramente. O mesmo Paulo disse em I Tm 5.17-18: "Os presbíteros que governam BEM sejam estimados por dignos de DUPLICADA HONRA, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: DIGNO é o obreiro do seu SALÁRIO" [grifo meu]. Se o apóstolo dos gentios não afirmou a necessidade de honrar os obreiros [presbíteros, pastores, missionários, etc] com o salário, não faço a menor ideia do que ele quis dizer nesta parte da epístola.
Como pactualista, não concordo com a sua visão dispensacionalista de que o dízimo é algo circunscrito apenas à nação de Israel no A.T. Porque a Lei não tem um caráter apenas moral, de foro íntimo, mas também legal. Todos serão julgados por ela, no glorioso dia do Senhor. Se fosse assim, se houvesse uma ruptura radical ou mesmo parcial entre o AT e o NT, por que os crentes de hoje ainda cumprem os mandamentos de não mentir, furtar, matar e desobedecer aos pais? Se Cristo cumpriu toda a Lei e não é necessário que nós a cumpramos, então, tudo é-me permitido fazer, inclusive, mentir, matar, furtar, adulterar, etc. É contra esse engano que toda a Escritura, não uma parte dela, se levanta. O mesmo erro de se descontinuar os relatos testamentários, vetero e neo, foi cometido por inúmeros hereges no decorrer da história. Marcião é um exemplo. Para ele, apenas as palavras de Jesus, constando no Evangelho de Lucas, e parte do livro de Atos eram inspiradas. Da mesma forma, muitos como você pensam possível desvincular o Novo do Antigo Testamento. Então, pergunto: Com qual autoridade você foi investido para fazer isso?
Se você não está disposto a ser obediente nem grato a Deus dizimando e ofertando, o problema é seu. Nada que eu diga o demoverá dessa atitude.
Se você não confia nos líderes da sua igreja para dizimar ou ofertar, saía dela e procure uma igreja onde o dinheiro seja empregado na obra de Deus, não para o enriquecimento pessoal de ninguém.
O certo é que o padrão bíblico para o crente é dizimar e ofertar. Porém, parece-me que o autor do livro, o Dr. Gary North, está muito mais preocupado em nos revelar o caráter piedoso e fraterno da Igreja Primitiva, o qual transcende a simples discussão, quase carnal, que se desenvolve nos dias de hoje sobre a questão do dizimar ou não dizimar.
O exemplo da igreja primitiva nos leva a refletir que para nos distinguir do mundo, e para que as pessoas nos vejam como emissários de Cristo, o nosso testemunho não pode constar apenas de palavras mas também de ação; para que reconheçam-nos como sendo do Senhor, e de que as coisas velhas já passaram e tudo, realmente, se fez novidade.
A igreja primitiva demonstrou desapego ao dinheiro, de forma que se cumpriu o verso: aquele que muito tem, dele muito será exigido; e a exigência é em todos os aspectos, inclusive, financeiro.

Nota: [1] Eu mesmo me enganei por muito tempo com essa visão de que o crente neotestamentário não está obrigado a dizimar e nem mesmo ofertar, mas deve fazê-lo espontaneamente, quando quiser, tiver "sobrando" ou tiver vontade. Portanto, conheço bem o que é uma má leitura da Bíblia, pois eu mesmo a lia erradamente. Contudo, pela graça de Deus, entendo hoje que temos obrigações para com a Igreja, e Deus se agrada do servo que dá com alegria, ajudando no sustento e manutenção de sua obra aqui neste mundo.
[2] Não somente publiquei o comentário dele no meu blog de livros, como o faço, novamente, aqui.
[3] Fui alertado por um irmão que me disse: "Jo 10.10 não fala sobre o diabo, mas sobre os falsos mestres. Jesus está falando que os falsos mestres são os ladrões - 'Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram' (v.8 - ênfase minha) - e complementa dizendo: 'O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância' (v.10 - ênfase minha)". Ele está certo; porém, ainda que o nome do diabo não esteja explícito, ele está implícito, pois é o pai de todos os mentirosos, ladrões, assassinos, etc. E os seus filhos têm por objetivo satisfazer a sua vontade, ou seja, mesmo que Cristo não esteja se referindo diretamente ao diabo na passagem [e concordo que não se refere a ele, mas a todos os falsos mestres, sacerdotes e profetas que o antecederam, e mesmo os que o precederam], chamá-lo então de ladrão é pleonasmo, redundância.
[4] Em relação ao meu comentário original, fiz algumas inclusões e pequenas alterações. E no comentário do "anônimo", foram necessárias correções ortográficas para que se fizesse inteligível.

08 julho 2011

Cego guiando cegos: quem é culpado?











Por Jorge Fernandes Isah

Eclestone perguntou[1]: "Um pastor, ou psicoterapeuta, ou mesmo uma pessoa, pode destruir espiritualmente a vida de outra pessoa pelo simples motivo de indiferença ou de conduzi-la por um caminho trevoso e tempestuoso, sem tirar da pessoa sua responsabilidade pessoal pelo que fez ou faz em sua vida?"
Eu respondi: Se entendi o que você quis dizer, o pastor ou psicólogo será responsabilizado por suas atividades, sejam conscientes ou não. A Bíblia nos exorta a não ser pedra de tropeço para alguém, nem levá-lo ao escândalo[2], e o Senhor Jesus disse, falando aos fariseus, que eles tentavam impedir de entrar no céu aqueles que estavam entrando[3]. Trocando em miúdos, quem estava entrando no céu não poderia deixar de entrar, mas os falsos mestres tentavam de todo jeito impedi-los, como mensageiros de satanás.
Muitos serão usados conscientemente, com a certeza de que estão errados e mesmos assim querem prosseguir no erro, pois realizam a obra do pai deles, o diabo, disseminando-o e levando outros aos erros. Outros pensarão que estão certos, são os impedidos de ver os próprios erros, de tal forma que os consideram acertos. Em ambos os casos, são cegos guiando cegos[4].
Por outro lado, quem os segue, seja consciente [sabendo do erro e mesmo assim assumindo-o] ou inconscientes [acreditando que o erro é o certo], são igualmente cegos sendo guiados por cegos; pois não foram diligentes nem prudentes, antes deram ouvidos ao engano, e terminarão ambos no mesmo lugar de tormento.
Tanto quem guia como quem é guiado é culpado pelos erros, sendo que o "guia" comete-o duplamente: ao se autoenganar e levar outros ao engano, sejam conscientes ou não. É impossível se transferir a responsabilidade decorrente dos erros pessoais a outros, ou melhor, a culpa pelos erros a outros. Elas somente podem ser imputadas a quem os cometeu, aos que forem praticantes do erro. Veja o caso de Adão e Eva no Éden, mesmo iludidos e enganados pela serpente, foram responsabilizados pelos seus pecados, a desobediência a Deus, e por isso, como castigo, morreram, física e espiritualmente.
Contudo, se forem eleitos, quem guia e é guiado, em determinado momento, Deus os resgatará do pecado, se arrependerão e terão as vidas restauradas, estando livres do pecado. Como o salmista diz, suas almas serão mais brancas do que a neve[5]. Se não forem eleitos, o castigo que sobrevirá sobre eles é certo e justo, e ambos pagarão por disseminar o erro e por aceitá-lo. O pecado ser-lhe-á imputado, e a punição e condenação sobrevirá sobre eles no dia do Juízo.
Notas:[1] Eclestone é um nome fictício, mas a pergunta e a minha resposta são reais.
[2] O sentido de escândalo na Tradução Almeida Fiel, da SBTB, do texto de 1Co 8.13, é o de levar alguém ao erro, induzi-lo ao pecado, provocá-lo ao mal; o mesmo significado de "pedra de tropeço" existente na Tradução Brasileira da SBB.
[3] Mt 23.13: "Mas aí de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrias nem deixais entrar aos que estão entrando" [Almeida Fiel].
[4] Mt 15.14: "Deixai-os; são cegos condutores de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova" [Almeida Fiel].
[5] Is 1.18: "Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" [Almeida Fiel]

01 julho 2011

Tristeza e esperança, deserto e sarça

Por Roberto Vargas Jr. 

pastorgeremias Geremias Couto (via twitter)
Embora o deserto seja, aos nossos olhos, um lugar inadequado, é ali que a sarça arde.
A mitologia de Tolkien é densa para muito além de “O Senhor dos Anéis” e do filme de Peter Jackson. Gosto dela porque as histórias (pois são muitas) em si são boas. Mas gosto principalmente porque há uma constante nostalgia nelas. Uma nostalgia que mescla tristeza e esperança.
Na mitologia há os filhos do Único, elfos e homens, primogênitos e sucessores. As histórias são contadas pelo ponto de vista dos primeiros, que são “imortais”, com seu destino ligado ao do mundo em que vivem. Já os homens, mortais, possuem a dádiva, concedida pelo Um, de passar para além dos círculos do mundo.
É interessante, ao menos para mim, que são os elfos que vivem esta nostalgia, mas que este espírito triste e esperançoso seja mesmo o espírito dos homens. Talvez, Lewis apontasse que são ambos “nau”. “Sim, são os filhos de Ilúvatar”, provavelmente responderia Tolkien. E, se este é o espírito humano, ele é mais próprio na imagem restaurada do cristão. Não surpreende, pois, a tristeza e a esperança da pena do autor da mitologia.
Nem surpreende que a beleza seja sempre encontrada onde há esta mescla. A Poesia é esta nostalgia.
No entanto, a tristeza, bela que seja em nostálgica Poesia, não é fácil de ser vivida. Não falo dos dias de pranto e pesar apenas. Falo da vida. Pois viver esta nossa vida é viver a tristeza desde que nos corrompemos e morremos. E, ainda que, em certo sentido, como na mitologia a morte seja dádiva (o morrer é lucro...), ainda resta que vida e morte sejam sofrimento. Sofremos pela queda e seus efeitos. Sofremos, seja em pesar, seja em contentamento.
E, é verdade, tudo isso nos parece bem inadequado. Soa inóspito como um deserto. Talvez a vida fosse mais bela não houvesse a tristeza. Pode ser. Não posso, contudo, atinar como seria uma vida sem pecado, pois não é a vida que vivo. Entretanto, posso ter um vislumbre: olhos não viram, ouvidos não ouviram, nem há sombra em coração humano do que nos espera no porvir...
Então, se não fica menos difícil passar por este deserto que é esta vida de tristeza, não posso deixar de ver nela Poesia. Pois sofrimento presente algum pode desvanecer a alegria dada por primícias do porvir. Há, por dádiva, um fogo que arde em corações humanos. Naqueles corações que conheceram Aquele a quem chamam Aba... E a saudade da eternidade…
Não há palavras de consolo, no entanto, para aqueles que não se inclinam a esta esperança.
Por isso é que esta mescla nostálgica, tristeza e esperança, se bem que fale a todo espírito humano, orna melhor a cristãos. Nós sabemos que “embora o deserto seja, aos nossos olhos, um lugar inadequado, é ali que a sarça arde”.

SOLI DEO GLORIA!