"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

13 janeiro 2012

Dr. Marcos Eberlin desafiando a "Nomenklatura Científica"

Excelente entrevista capitaneada pelo Dr. Augustus Nicodemus, da Chancelaria da Universidade Mackenzie, com o cientista, professor e doutor Marcos Eberlin, da Unicamp, sobre as falácias do movimento evolucionista, e a sua impossibilidade de "matar" a Deus. 
Parabéns à Universidade Mackenzie pela iniciativa, e pelo Dr. Eberlin, por sua lucidez, coragem, e amor à verdade, mesmo diante da poderosa "Nomenklatura Científica", como bem diz o amigo Enézio de Almeida Filho, através do qual tomei contato com este vídeo, e a quem agradeço por disponibilizá-lo em seu ótimo blog, o "Desafiando a Nomenklatura Científica".



FONTE: DESAFIANDO A NOMEMKLATURA CIENTÍFICA
Nota: O título da minha postagem não é o título original no blog do Enézio Almeida, mas, de certa forma, foi uma homenagem a ele.

03 janeiro 2012

Aniversário do Kálamos: És pó!


Por Jorge Fernandes Isah


Bem, lá se foi mais um ano, em que aprendi muito [até mesmo a esquecer algumas coisas], mas que, apesar de tudo, ainda me mantém em um estado de ignorância mesmo no pouco que sei.

Não farei um balanço de fim-de-ano, pois não saberia por onde começar; já que os erros foram tantos que um ano seria pouco para relatá-los, e os acertos... deixa pra lá! Não farei planos para o futuro, como normalmente, esperando que o Senhor me guie e me oriente quanto à sua vontade. Na verdade, sempre pretendo fazer isso ou aquilo, e acabo por fazê-los, quando os faço, mal e porcamente. Mas de tudo, tudo mesmo, o que ficou, foi que, em meio a algumas lutas e aflições, Deus fez-me ver que a minha relação com ele estava em frangalhos, que eu, apesar de me considerar "espiritual", agia como um antiespiritual. É claro que isso somente ficou visível quando a mão do Senhor pesou para valer sobre mim. Então, me lembrei de Paulo: Como um Pai, Deus disciplina ao que ama [Hb 12.7].

Pensei que tudo era fruto dos meus pecados. Pensei que, mantendo-me saudavelmente longe deles, as coisas voltariam ao normal, e as feridas seriam saradas. De que um novo pacto entre eu e ele me levaria a obter os seus favores novamente. Mas lembrei-me de que já o refizera inúmeras vezes, sem sucesso. De que por mais que eu tentasse cumpri-los, me esforçasse com o que de melhor possuía, sempre caía na cláusula da "quebra-de-contrato". Isso fez com que me envergonhasse tanto, que vi lançado por terra a minha soberba espiritual. Sim, eu era um homem espiritualmente orgulhoso, o tipo mais doentio e nefasto de orgulho. Ao ponto em que, reconhecer os meus defeitos, falhas e pecados, fazia-me, de certa forma, superior aos meus próprios olhos. Mas que importância isso tem realmente? Pois, quem sou eu? Por que parecer bom aos meus olhos, se eles estão tão habituados ao mal, e não há bem neles? Seria o mesmo que um corvo, acreditando-se um rouxinol,  a participar de um concurso de canto, esperando ganhar o primeiro lugar, e agradar a todos com o seu grasnar monocórdico.

Porém, o que devia ser o motivo para me aproximar de Deus, humildemente, reconhecendo o meu pecado, e buscando nele a reparação do mal que trazia para mim mesmo, fez-me afastar ainda mais. De alguma forma, ainda que inconsciente, pensei que Deus precisava de mim, quando é o contrário. Deus é suficiente em si mesmo, na comunhão e unidade que há entre as três pessoas da Tri-unidade,  e eu era quem necessitava urgentemente de reparação. Minha frieza e distanciamento em relação à vida cristã, significavam perda e prejuízo apenas para mim. Esse foi um processo que durou meses, e do qual eu, inicialmente, não percebera nada. Como se tudo estivesse bem, e eu em paz comigo e com o Senhor. A minha tolice não tem mesmo tamanho...

Para encurtar a história, somente a partir do momento em que percebi que estava como que andando ao lado do meu melhor amigo sem notá-lo ou sem dirigir-lhe a atenção, pude finalmente ver que, a despeito da minha negligência, do meu descaso, e do orgulho que me impedia de desviar os olhos de mim mesmo, o Senhor estava ali, sem me abandonar. Porque não dependia de mim, nem do meu querer, pois o seu amor é eterno. Assim como o pai nunca deixará de ser pai, mesmo diante da rebeldia do filho, Deus jamais deixará de ser o Pai bendito, eterno, misericordioso, para com os seus.

Então, me vi em lágrimas, exultando-o, bendizendo-o, louvando-o, porque ele permanecia fiel enquanto eu insistia na infidelidade. Ele não me abandonaria, ainda que eu me considerasse abandonado; ele não me rejeitaria, ainda que me sentisse rejeitado; ele me amaria, mesmo que não me sentisse amado; porque o erro, o distanciamento, a incompreensão, serão sempre meus; na sua perfeição, Deus me ama plenamente, através do seu Filho Jesus Cristo. Certa vez, o pr. batista Erwin Lutzer disse que sempre, ao acordar, orava a Deus para que ele não o visse como ele era, mas o visse através de Cristo. E é assim que o Pai nos vê; e é assim que devemos vê-lo, como o nosso Senhor o vê. Como já disse em algum lugar, bendito o Pai que nos deu o Filho, bendito o Filho que nos deu o Pai. Já que ele me vê através do Filho, que eu possa vê-lo como o Filho o vê, também. Oro, portanto, para que ele me capacite, sempre, dando-me os olhos de Cristo, para que eu jamais pense em vê-lo com os meus olhos falíveis e imperfeitos.

Como Davi, o homem segundo o coração de Deus [não entendo porque os cristãos o têm como "exemplo de pecador", quando o Senhor o honra de uma forma tão maravilhosa por toda a Escritura], quero esperar com paciência no Senhor, pois ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor... E pôs um novo cântico na minha boca, um hino a ele... Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração... Não retires de mim, Senhor, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade. Porque males sem número me têm rodeado; as minhas iniquidades me prenderam de modo que não posso olhar para cima. São mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça; assim desfalece o meu coração... Senhor, apressa-te em meu auxílio... Mas eu sou pobre e necessitado; contudo o Senhor cuida de mim [Sl 40].

É esta certeza que traz paz; e faz com que, a exemplo de Paulo, possamos regozijar sempre no Senhor [Fp 4.4], mesmo que sejamos, para nós mesmos, o motivo de tristeza e desolação. Pois certo é que, em nós, não há nada pelo qual nos alegremos, pois a alegria vem do Senhor; e, por isso, regozijarei sempre nele [Ts 5.16]; orando para que jamais, novamente, eu creia-me humilde, quando há apenas orgulho. Creia-me suficiente, quando há insuficiência. Creia-me necessário, quando sou inútil. Creia-me bom, quando sou mau. Creia-me espiritual, quando sou carnal. Que a minha fé não esteja, nunca mais, posta em mim mesmo, ao ponto de eu acreditar possível manter-me longe do meu Senhor; o qual é o único capaz de me alegrar a alma, pois, a ti, Senhor, levanto-a... Porque tu és grande e fazes maravilhas; só tu és Deus... E grande é a tua misericórdia para comigo [Sl 86]; pois conhece a minha estrutura; e sabe que sou pó [Sl 103.14].

A ele, o Deus eterno, bendito, santo, toda honra e glória!

Amém!

Nota: Esta postagem tinha o objetivo inicial de falar do aniversário de 04 anos do Kálamos, e de dizer que estarei sorteando, no próximo dia 30, entre outras coisas, uma Bíblia A.C.F. com referências, concordância e mapasMas, sem me conter, acabei confessando-me publicamente, e cheguei a pensar em não publicar o texto. Mas ele está aqui, posto. Aos que desejarem concorrer aos prêmios comemorativos, basta acessar o logo abaixo.

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01 janeiro 2012

Estudo sobre a Confissão de Fé Batista de 1689 - Aula 11: O Ateísmo Secreto













Por Jorge Fernandes Isah


O ateísmo não é algo novo e que surgiu nos últimos séculos. O salmista já o denunciava a seu tempo [Sl 14.1]. Acontece que temos os ateus professos ou dogmáticos, aqueles que declaram e defendem uma fé ateísta, a fé na descrença em Deus. Ela se baseia na ideia central do movimento iluminista nos sec. XVII e XVIII de que tudo o que não pode ser explicado pela razão humana, sendo essa razão superior e final para se estabelecer todo o conhecimento humano, simplesmente não existe. Parte-se do princípio de que se deve "provar", através da razão, se tal coisa ou objeto existe ou não. A esse racionalismo segue-se o empirismo, que resumidamente advoga para si o único poder de guiar seguramente o homem ao conhecimento. Como não é possível provar experiencialmente a existência de Deus, sendo ele quem é, segue-se que ele não existe. Há uma frase célebre de Descartes, um filósofo francês, que disse: "Penso, logo, existo!". Mas ela falha preliminarmente ao não considerar que o Sol existe a despeito de eu pensar ou não. De que outras pessoas existem, também a despeito de eu pensar ou não. E que o mundo continuará existindo, mesmo que eu esteja morto e não pense mais [seguindo o padrão ateísta de que não há vida depois da morte]. Esses são os ateístas clássicos, possíveis de se encontrar em vários círculos, mesmo cristãos, e o perigo está em se retirar toda a sobrenaturalidade da existência, como se tudo fosse algo meramente natural e possível de ser explicado naturalmente.

Ouve-se muito, em discussões entre teístas e ateístas, estes dizerem que as coisas que o homem ainda não conseguiu explicar serão conhecidas um dia, bastando para isso que se decorra o tempo e o homem continue a sua evolução intelectual e científica. Para eles, tudo é sempre uma questão de tempo, principalmente para que toda a vida e o universo sejam desvendados e conhecidos. Temos aqui um "endeusamento" do homem, que em algum estágio da sua suposta evolução deterá o conhecimento total tornando-se em um "deus". Mas esse pensamento é falacioso pois, como vimos, a razão é um elemento da humanidade, portanto, finita, falha, imprecisa, e como poderia explicar um universo infinito e complexo? É a presunção e arrogância novamente se travestindo de sabedoria e superioridade, quando prova exatamente o contrário, torna o seu proponente em tolo e inferior em todos os sentidos, pois sua visão estará contaminada pela tolice e pretensão.

Mas o objetivo central desta aula não é discutir um ateísmo teórico, filosófico. Reconhecemos que esses homens têm em si o "Imago Dei" e o "Sensus Divinitatis", mas em sua rebelião deliberada, num desejo de exaltar a si mesmo e criar um ídolo à sua imagem e semelhança, rejeitaram o conhecimento de Deus que há neles, como Paulo nos diz em Romanos 1, e que pudemos abordar na aula passada. Quero falar é do ateísta prático, aquele que, mesmo não negando a Deus verbalmente o nega em seu coração. Pois, vou-lhes dizer irmãos, nesse sentido, todos fomos ateus. Surpresos? Leiamos o que Paulo tem a nos dizer: "Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo" [Ef 2.12].

No verso anterior, o apóstolo diz que os efésios eram, em outro tempo, gentios na carne, ou seja, em dado momento de nossas vidas, antes da conversão, do chamado de Deus para vivermos a glória da regeneração em Cristo, éramos ateus, pois vivíamos sem Deus. Lembram-se que a palavra ateu quer dizer "sem Deus"? Pois bem, todos nós, sem exceção, ainda que tendo o conhecimento inato de Deus, o qual o próprio Deus colocou em nosso coração, vivemos sem ele, até que sejamos por ele transformados. De criaturas em filhos. Pois há a falsa ideia de que todos os homens, sem exceção, são filhos de Deus. Mas não é o que a Bíblia nos diz: "[Cristo] veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" [Jo 1.11-13]. Portanto, apenas aquele que crê, e para crer tem de ser pela vontade divina não pela vontade do homem ou da carne, é filho de Deus. As demais pessoas são criaturas, não têm vínculo filial com ele.

Paulo se refere aos efésios e, por tabela, a todos nós que vivíamos segundo a carne e pela carne, como ateus práticos. Eles não negavam a existência de Deus, pelo contrário, eles cultuavam outros deuses. E, muitos, diziam servir a Deus, amá-lo, honrá-lo. Porém, suas vidas revelavam o contrário. Ao darem vazão aos seus instintos e intentos carnais eles negavam a Deus ignorando-o, fazendo exatamente tudo o que lhe afrontava, pervertendo os seus caminhos, afastando-se de todo o seu conhecimento, desobedecendo-o e rejeitando os seus preceitos.  Eles, como nós, viviam para satisfazer os seus prazeres e desejos, na forma do pecado, e assim seus discursos eram aparentemente piedosos, reverentes, mas em seus corações e em suas vidas havia apenas a descrença em Deus: "Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toa a boa obra" [Tt 1.16], resume o apóstolo.

O fato de usarem o nome de Deus não os faz dignos dele; pois o Deus que diziam servir e adorar nada tinha a ver com o Deus vivo e verdadeiro, o Deus bíblico. E é aqui que o problema tem contornos ainda mais dramáticos; pois eles, como nós, criavam a ilusão de estar servindo a Deus, de cultuá-lo, de se colocar a seu serviço, quando não queríam nada com ele. Elegeram um Deus "postiço", um substituto, e o fizeram objeto de adoração. É o que Paulo diz aos atenienses: "Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio" [At 17.23]. A partir daquele momento, Paulo lhes apresentou o Deus vivo, o único Deus, o qual não substituiria todo o panteão de divindades gregas dos atenienses, mas as destruiria, porque Ele, como criador de todas as coisas, e quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas [v. 24-25], "não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam" [v.30]. E, arrependam-se de que? Ora, de ignorá-lo como único Deus, e fazerem para si deuses de várias formas, e assim manterem enraizadas em seus corações a depravação e a rebelião contra ele.
  
Quando ouço coisas do tipo: "Não leio a Bíblia, mas eu sirvo a Deus", pergunto para a pessoa: Mas a qual Deus? Elas, na maioria das vezes, dizem servir a um Deus que não podem identificar, um Deus indeterminado, impessoal. Ele estaria mais para uma entidade abstrata e imprecisa, e, como servir e adorar o que não se conhece ou pode conhecer? Então, normalmente dizem: "Esta é a minha fé, e Deus a aceita como ela é!". Nisso há alguma razão. Ele tem uma fé que não é sobrenatural, que não provém de Deus, mas uma fé humana, claudicante, frágil e enganosa. Uma fé gerada em seu próprio coração iníquo. E que o lança ainda mais na ilusão ao afirmar que Deus a aceita como ela é, mas como sabê-lo? Deus falou diretamente com ele? Ou não passa de uma suposição, um pensamento derivado da sua necessidade de manter-se distante e protegido da verdade?

Todos fomos assim um dia; ateus práticos, que não dizíamos negar a Deus, mas o negávamos diariamente mantendo-nos ignorantes quanto a ele, mantendo-nos distantes dele, presumindo que os nossos conceitos e opiniões pudessem ser superiores à Revelação escriturística, de forma que ela fosse dispensável. De forma que tanto a moral que tínhamos, como a ética, como o julgamento, eram claramente uma indisposição, uma má vontade contra ele.

Qualquer um que diga conhecer e servir a Deus fora dos padrões estabelecidos pelo próprio Deus é um ateu prático. Certamente ele não professará a fé ateísta, mas se manterá como um ateu secreto. Por isso, tanto o ateu militante e teórico, como o ateu não-militante e secreto, necessitam desesperadamente da redenção, a redenção da mente, da alma, do espírito, somente possível através de Cristo, o único mediador entre o homem e Deus. Se Cristo não estiver ali, unindo as duas partes, elas permanecerão distantes, irreconciliáveis. Ele que "é a imagem do Deus invisível" [Cl 1.15], pelo seu sangue derramado na cruz trouxe-nos a sua paz; a nós que éramos inimigos no entendimento pelas nossas obras más, agora nos reconciliou, nos apresentando santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis [Cl 1.20-22]. Por isso, o mundo labuta tanto contra Cristo, e há uma obra em progressão que faz as pessoas terem a ideia de que se é possível apresentar-se dignamente diante de Deus por si mesmos, sem a intermediação do Redentor. As pessoas concentram suas forças no mérito pessoal, na capacidade que consideram ter de, em si mesmo e por si mesmos, achegarem-se a Deus. Também é visível que o homem cria cada vez mais um Deus impessoal, um Deus genérico, capaz de reconhecer em cada indivíduo o seu esforço ou até mesmo esforço algum, numa contradição somente possível aos homens, naufragando em sua própria estupidez. Um Deus assim seria um Deus despropositado, senil, autista e esquizofrênico. Capaz de reconhecer tudo e nada ao mesmo tempo, verdade e mentira, realidade e ilusão, santidade e corrupção, de maneira que ele seria um Deus sem pessoalidade, indefinível. Esse é o desprezo máximo a Deus, saber que ele existe, mas viver sem Deus no mundo, como um ateu.

Nota: [1] Para baixar o áudio para o seu computador ou dispositivo móvel clique em Aula 11.MP3
[2] Aula da E.D.B. do Tabernáculo Batista Bíblico  em 04/12/2011