"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

27 março 2011

A medida da espiritualidade



Pr. Luiz Fernando Ramos

Para muitos uma igreja espiritual é aquela que é hiper ativa. Muito trabalho, vários ministérios e muito reboliço. Tenho visto igrejas com um calendário tão cheio de atividades que os membros não têem tempo para si mesmos ou suas famílias. Todo feriado prolongado fazem retiros, acampamentos, excursões etc. Isso somente aumenta a angústia existencial e o vazio do homem. Nem sempre o trabalho excessivo é o parâmetro para avaliarmos a espiritualidade de uma igreja.
Para outros a espiritualidade está vinculada a um conjunto doutrinário, onde se lançam em cruzadas contra demônios tentando exorcizar tudo e todos. Este tipo de comportamento é doentio e adoecedor. Tais comunidades entendem que a ênfase em batalha espiritual é o que determina o nível de espiritualidade. Ai vemos as maiores atrocidades em nome do espiritual como por exemplo: endemoninhamento de crianças, objetos de uso pessoal serem destruídos por estarem consagrados aos demônios, mapeamento espiritual de uma cidade para delimitar territórios onde o mal não pode chegar ou entrar, unções esquizofrênicas e mirabolantes como ungir o telefone celular para que somente receba mensagens boas e positivas. Esses comportamentos são regidos por conceitos distorcidos do que seja espiritualidade. Em muitos lugares os demônios sofrem agruras porque os líderes os fazem engolir chumbo fervente, encostam espadas flamejantes em suas costas etc. Em algumas comunidades se permite que algum embusteiro diga que está cheio do Espírito Santo e passe a adivinhar o número da carteira de identidade, endereço e placa de carro de membro da igreja e o povo acriticamente explode em berros achando que Deus esta nisto.

23 março 2011

A liberdade que não se tem

















Por Jorge Fernandes Isah

      Não sei porque, cargas d'água, decidi fazer este pequeno texto sobre o determinismo. Espero ainda realizá-lo de forma ampla, explicativa, e que possa eliminar as dúvida dos que questionam essa doutrina. Este é apenas um resumo mal-acabado do que penso e, por isso, caso esqueça-me, reitero que o determinismo bíblico é plena e claramente verdadeiro, lógico e racional. E de que não tem nada a ver com o fatalismo filosófico ou de outras cosmovisões, como alguns insistem e não se cansam de afirmar, tal qual o operador de máquinas aperta porcas e parafusos sem ferramentas, porcas ou parafusos... atarrachando o vento.
     Antecipo, primeiramente, o meu conceito de determinismo, como sendo todas as coisas, materiais e espirituais, seja a natureza, atos, vontade, pensamentos, etc, subordinados ao eterno decreto de Deus. Em linhas gerais, toda a criação está sujeita à vontade decretiva e providente de Deus. De tal forma, que se uma folha cair, é porque Deus determinou que caísse. Se não, é porque Deus determinou que não caísse. De tal forma, que se escolher um sorvete de laranja ao invés de um sorvete de coco, é porque Deus determinou até mesmo essa escolha. Seja nos eventos complexos ou nos mais insignificantes, eles somente acontecem pela vontade divina.
     Sou o que se pode alcunhar de determinista absoluto ou radical; porque...

21 março 2011

Um guia para jovens cristãos














Por John W. Robbins                        
          
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Quando Deus nos salva, ele faz com que creiamos em certas proposições sobre ele mesmo e sobre nós — ideias que  anteriormente pensávamos não ser verdadeiras. Num instante, Deus nos ressuscita da morte espiritual de incredulidade e nos faz entender e crer na verdade sobre Jesus Cristo e nós mesmos. A Escritura se refere a esse evento usando várias figuras de linguagem: ser nascido de novo, ser nascido do alto, ter a mente iluminada, ser ressuscitado dentre os mortos e receber um coração de carne no lugar do nosso coração de pedra. O que essa linguagem figurada literalmente significa (e se você não sabe o que significa linguagem figurada literalmente, então o signicado dos termos lhe escapa) é que Deus afeta nossa mente diretamente, fazendo com que aceitemos como verdadeiras ideias que anteriormente pensávamos não ser verdadeiras. Ele nos dá a verdade — figurativamente chamada de “luz” na Escritura — diretamente às nossas mentes.

Jesus teve uma conversa com o seu discípulo Pedro que ilustra esse ponto. Jesus perguntou a Pedro: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus respondeu a Pedro: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus” (Mateus 16.15-17). Pedro tinha viajado e vivido com Jesus, e certamente tinha ouvido Jesus pregar muitas vezes. Mas Jesus diz que foi Deus o Pai quem revelou essas verdades à mente de Pedro. Jesus nega explicitamente que Pedro tenha chegado a conhecer e acreditar nessas proposições por conta própria, pois “carne e sangue não revelaram” essas verdades a Pedro — Deus o Pai as revelou a Pedro diretamente. Nós todos estamos na mesma situação que Pedro nesse respeito; a resposta de Pedro é a resposta de todo crente; e a resposta de Cristo a Pedro é a mesma que sua resposta a todos os crentes. Assim como Pedro não é o único recipiente dessa verdade, ele não é o único recipiente da revelação direta. Todos os crentes recebem a verdade que conhecem diretamente de Deus. Não estamos cientes da obra do Pai, assim como  Pedro não estava...

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18 março 2011

Os Seminários, por quem nunca os frequentou

By Vanderson M. da Silva

Biblioteca do Seminário Teológico Batista do Sul dos EUA
Seminário Teológico Batista do Sul dos EUA. Créditos: Alex Leung (sob Creative Commons).

Desde mais ou menos a época da minha conversão venho me dedicando ao estudo da teologia, e por isso foi natural que durante algum tempo passasse a considerar a possibilidade de um dia vir a cursar um bom seminário. No meu raciocínio, isso me proporcionaria maior desenvolvimento e profundidade como estudante da Bíblia e ainda capacitação para a obra do Senhor. Passaram-se os anos, e hoje esse sonho é coisa que eu não acalento mais.
Em parte isso ocorre por entender que um curso desses me tomaria um tempo além do desejável, exigindo-me até o afastamento de certos trabalhos que exerço na obra do Senhor, para a glória de Seu nome. Porém, em parte isso tem a ver também com minhas decepções para com a realidade atual de grande parte daquelas instituições, cujo corpo docente, em larga medida é cada vez mais avesso a reter firme “a fiel palavra, que é conforme a doutrina” (Tito 1.9), desviando a si e a seus alunos para ensinos heterodoxos e antibíblicos, “não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (1 Timóteo 1.7) — com as honrosas exceções de sempre, claro. Aliás, há alguns anos, um jovem pastor reformado confessou, em tom de desabafo, que o celebrado seminário no qual cursou foi o lugar onde ele mais viu a Bíblia ser desonrada… Triste, muito triste.
Para analisar e comentar esses e outros problemas dos seminários há gente muito mais abalizada que eu, tanto por ser “de dentro” deles quanto por sua muito maior qualificação intelectual, acadêmica e teológica. Caso do Rev. Augustus Nicodemus que, em seu blog, escreveu dois belos textos sobre tal assunto (clique aqui e aqui), grandemente enriquecidos pelos debates nas respectivas seções de comentários.
Todavia, neste meu artigo, proponho-me a dar aqui uma modesta contribuição para a discussão. Um olhar de alguém de fora que também tem refletido sobre a questão e que ousa levantar alguns questionamentos:
1. O modelo de formação de futuros obreiros está mesmo em consonância com a Bíblia? Anos atrás o site Monergismo publicou um polêmico texto de Vincent Cheung, “Igreja e Seminário”, que pode ser acessado aqui. O teólogo sino-americano é contundente: argumenta que seminário só é necessário porque as igrejas são falhas em seu papel de preparar obreiros para o ministério. Segundo ele observa, “o modelo de treinamento de Cristo (e.g. Jesus e os Doze) e os apóstolos (e.g. Paulo e Timóteo) [mutatis mutandis, eu incluiria também o modelo vetotestamentário: Moisés e Josué, Elias e Eliseu, Jeremias e Baruque -- autor] deveria ser mais do que suficiente, e que ele é aparentemente insuficiente somente porque as igrejas não o têm adotado realmente. Os presbíteros da Igreja deveriam ser capazes de treinar seus próprios parceiros e sucessores, ao invés de ter que enviar seu próprio povo para seminários, onde serão ensinados por pessoas que ninguém na igreja jamais conhece ou ouviu sobre ele”. A tese é controversa, e penso que esse ideal defendido por Cheung é quase impraticável em períodos de decadência espiritual como o nosso. Realmente, de minhas leituras sobre Calvino e sua escola em Genebra percebo que havia então uma proximidade muito maior entre essa e a igreja ali do que consigo ver hoje entre os modernos seminários e as igrejas. Porém, naqueles tempos vivia-se uma Reforma religiosa que foi um mais poderosos reavivamentos da história.
Sim, eu sei que há preocupação das instituições teológicas em dar a seus estudantes uma formação mais prática e menos teórica, buscando maior proximidade com as igrejas, futuro campo de ação daqueles. Contudo, o que me parece é que tal relação seminário/igreja vem fazendo com que o seminarista mais pareça um estagiário de igreja do que um obreiro em treinamento — pior ainda, um estagiário à brasileira, encarado muito mais como mão-de-obra auxiliar do que como alguém em fase de aprendizado e, por isso, carente de maior cuidado e atenção para com a sua formação. Há até pastor que faz coincidir seu período de férias com o do seminarista, aproveitando para botar esse à frente da comunidade e viajar com a família…
Por outro lado, à luz do lemos em 2 Timóteo 2.15 — “procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” — parece que o indispensável que se requer de um ministro é grande conhecimento do Livro Santo. Isso pode incluir, é verdade, saber na área das línguas originais e o básico de Arqueologia e Geografia Bíblicas. Claro, desejável é que ele vá além disso. Mas, repito, é desejável, não indispensável.

17 março 2011

Deus é Soberano


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"O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza, e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em quem me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio." Sl. 18:2

Deus é soberano. Isto implica que tudo está debaixo do seu governo. Ele a tudo controla e dirige de acordo com seus propósitos. Sua soberania se estende desde as coisas criadas até os homens e seres espirituais.
Disse o Senhor Jesus Cristo que nenhuma folha de árvore cai sem que o Pai não sabia. Isto implica que todos os eventos de nossa história de vida estão em suas mãos. Nada nos pode acontecer sem que Ele o tenha permitido. Tudo está debaixo de Seu controle soberano. Ate o mal está limitado pelo poder soberano de Deus.
Tenho ouvido muitas pregações que dão ao Diabo um poder quase divino. Nestas pregações o Diabo faz e acontece, como se ele pudesse agir independentemente. Ele leva e tira as coisas dos cristãos e arrasa com suas vidas. O maior exemplo cantado desta heresia está na música Restitui. Como se o diabo tivesse o poder de tirar algo que pertence ao cristão independentemente da soberania de Deus. O Diabo somente pode agir dentro das limitações que Deus impõe. Precisamos lembrar que Deus é exclusivo e único. Fora Dele não há outro. Essa foi a máxima do shemá judaico: "Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR"Det. 6:4. Não somos maniqueista. Não existe um Deus do bem e outro do mal. Existe somente um Deus e este é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Fora dEle operam suas criaturas quer sejam homens ou anjos e todos operam debaixo da Sua vontade.
Muito se tem dito, nestes dias, sobre a possibilidade de uma escalada mundial do terrorismo. Cada vez que vemos um telejornal ficamos com a sensação de impotência e abate sobre nós um medo inexplicável.

16 março 2011

Misericórdia, Graça e Eleição





Por Mizael Reis


Definitivamente, nós não somos merecedores daquilo que Deus prometeu fazer, e fez por nós. Todos nós somos unânimes em concordar com a verdade inconteste de que somos salvos por Deus, quando poderíamos não termos sido salvos por Ele, caso Ele mesmo não se propusesse assim o fazer. Por essa razão, reputamos a sua forte mão toda a força, sobre a qual repousa todo engajamento e obra por vivermos quando merecíamos morrer.


Contudo, quando o diálogo sobre tamanha verdade se estende, emergindo as inevitáveis implicações que de tal doutrina emana, e que por meio da longevidade da reflexão concluímos algumas questões a mais, que decorrem por conseqüência dessa conclusão, alguns resistem em digerir algumas verdades. Verdades as quais claramente se defrontam com nosso desejo tolo e teimoso de sempre nos sentirmos cooperadores ativos, significativamente cruciais de nossa própria salvação.


Creio que a misericórdia, a graça e a eleição estão orgânica e interdependentemente ligadas por uma ação inseparável, sem a qual todas não demonstrariam o que são de fato e se auto-excluiriam à parte da verdade. Falar da misericórdia divina significará tentar compreender o passo que antecede a ação graciosa de Deus, o qual bem pode seletivamente dispensá-la, visto ser ela, a graça, uma ação imerecida, soberanamente dispensada sobre homens cujas vidas mancharam-nas da culpa da qual se revestem todos os que são dignos do inferno. Mas vamos por partes.

A misericórdia de Deus é bem discutida por nós. O texto abaixo faz com que tal manifestação divina elenque sobre as ações de Deus mais conhecidas:

15 março 2011

O Marcionismo e a Sagrada Escritura


















Por Nelson Ávila

Devo este texto às aulas ministradas pelo pr. Franklin Ferreira (entre os dias 14 e 18 de fevereiro de 2011) na Escola Charles Spurgeon, referentes à disciplina “História do Pensamento Cristão”, e sua bondade em analisá-lo antes desta publicação.

O nome Marcionismo deriva de seu fundador, Marcião de Sinope (110 – 160 d. C.). Marcião era filho de um bispo, todavia passou a sustentar uma posição teológica bem diferente da ortodoxia cristã, o que o levou a ser excomungado no ano 144 da era cristã.
Marcião pregava o anti-semitismo e uma firme oposição entre Lei e Graça, onde a Lei do A. T. apresentava um Deus mau e irado, enquanto que a Graça do N. T. apresentava o Deus de amor que envia seu Filho para salvar a humanidade. Para defender sua teologia, Marcião abandonou todos os livros Sagrados do A. T. e aqueles do N. T. que discordavam de seus ensinamentos, adotando como único Evangelho autorizado uma versão do Evangelho de Lucas, expurgada de toda passagem que fizesse qualquer referência em benefício ao judaísmo e excluindo os textos que afirmavam a ressurreição corpórea de Cristo, bem como as menções a Sua infância. Semelhantemente, selecionou dez das cartas de Paulo, o apóstolo a quem ele considerava como o mais correto intérprete e transmissor da mensagem evangélica de Jesus, e destas fez um grande recorte, concluindo seu Cânon num total de onze livros.
A teologia de Marcião representou um dos primeiros ataques sérios a autoridade e inspiração das Sagradas Escrituras. É interessante notarmos que a arma utilizada pelos pais da igreja para reagir à heresia marcionista fora justamente a reafirmação da Palavra de Deus como única e final autoridade inerrante e infalível.

13 março 2011

Bendize, ó minha alma, ao Senhor






Sermão pregado dia 27.02.2011










Por Filipe Luiz C. Machado


Nosso texto: "Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios". Salmos 103.2


Amados, confesso-lhes que constantemente fico estupefato com a magnificência dos salmos. São escritos do mais alto calibre, da mais bela e rica literatura que podemos encontrar. Os salmos nos mostram a humanidade dos salmistas, que embora fossem grandes homens de Deus, ainda assim eram seres humanos e com os respectivos desejos de sua natureza. Outro ponto que também me deixa extasiado é o grande desejo pela lei de Deus que moveu esses escritores.


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FONTE: Texto originalmente disponível em "2Timóteo 3.16"

12 março 2011

LUTERO E O AUTOR DO PECADO






Por Martinho Lutero
Logo, aquilo que chamamos de remanescente da natureza no ímpio e em Satanás não está menos sujeito, como criatura e obra de Deus, à onipotência e à ação divina do que todas as outras criaturas e obras de Deus. Assim, visto que Deus a tudo move e atua em tudo, também move necessariamente a Satanás e o ímpio e neles atua…
Aqui vês que quando Deus opera nos maus e por meio dos maus certamente o mal acontece, e contudo... 

10 março 2011

Bem Seguro


Por André Luiz

Em 1992 aconteceu um acidente com um garotinho de 6 anos de idade no bairro de São Francisco, aqui em Manaus. Sua mãe conta que ele era muito "danado"; não parava. não andava, só corria. E certo dia em que foram visitar uns parentes, conversando e confraternizando-se desaperceberam-se do menino, por um momento, e ele foi até a casa da vizinha brincar com uns coleguinhas da casa ao lado. Quando sua mãe percebeu sua ausência e foi atrás do menino era tarde demais. Ouviu-se um grito. Ele fora atropelado, naquele instante, por um caminhão que vinha de ré a entrar na rua onde ele estava. Trágico. O motorista não o viu, sua mãe também não, e ele por ser muito "sapequinha" acabou sofrendo este terrível acidente.
O desespero assolou a todos que ali estavam ou chegaram ali. O motorista, inocente e desesperadamente o pegou no colo para levá-lo ao hospital, junto com sua mãe que ficou fora de si. Culpando-se na sua consciência pelo acidente, pelo descuido momentâneo.
Imagino-a, naquele instante perturbador, a falar:


- "Meu Deus!!! Meu filhinho... Meu Deus, não!!! Por quê!!!" e em lágrimas, desconsolada. 

Nove meses na sua barriga, sendo bem cuidado e amado, todo limpinho e cheirosinho. Num ambiente familiar bem conservador, entretanto tudo aquilo, todo o cuidado e esforço pelo filhinho se desmoronou naquele momento.
Chegaram ao hospital com o menino, ainda vivo, e seu pai que estava trabalhando no momento do acidente chegou ao hospital desesperado, com o coração apertado, angustiado. "Onde está meu filho?" - E depois de esbravejar com a mãe do menino, sua esposa, chegaram a eles novas informações: que o estado do menino piorara. Agora ele está na UTI. É como se alguém no momento apertasse até estourar o coração dos dois. Que notícia triste. E agora, dizia a mãe. O pai tentando consolá-la, mas ele mesmo, estava desconsolado. Eles não conheciam o Senhor Deus.

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08 março 2011

Sobre paz e verdade [1]




Por Matheus Mendes

Martinho Lutero disse: “A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço”. O reformador não é era perfeito — eu tampouco o sou. Não somos exemplos ideais do assunto. Contudo, sua frase é uma grande oportunidade de pensarmos em suas maiores virtudes, como o desejo de proclamar a verdade, ainda que nas piores ocasiões. Seguir a Cristo é partir num caminho que sempre nos custa tudo; aliás, é crer que nada temos de nosso. Todas as coisas são dele.
Minha intenção será tratar da relação entre verdade, paz e agressividade, dentro dos modelos bíblico. Longe de esgotar o assunto, o que eu nem saberia, desejo apenas iniciá-lo. Comecemos pela frase de Lutero.
Sua resposta é que a paz é secundária, e a verdade, inegociável. A paz é possível às vezes. Mas as possibilidades de termos paz são restritas. A verdade traça limites, nem tudo é válido pela paz. Sendo mais claro: quando somos obrigados a escolher entre a paz e a verdade, a única opção é a verdade, — ou melhor: a guerra. Ao entrarmos em momentos delicados nos perguntamos quanto ao que fazer. Uma frase objetiva resume bem o princípio, mas não tira todas as dúvidas. Situações desse tipo são complexas pela quantidade de fatores que envolvem nossas relações sociais. Na família, no trabalho, ou entre amigos, cada ambiente possui suas próprias regras. Em cada uma dessas, há algo a perder por um erro. A vontade de tomar a atitude correta e honrar a Deus nos leva a ponderar: como agir nessas horas?

06 março 2011

Vaso de Honra - Parte 2





Por André Luiz

Há alguns anos li um livro que levava um título curioso, acho que era mais ou menos assim: "Como um Deus de amor pode mandar pessoas para o inferno?". Na edição que li, o livro tinha uma capa preta com as letras cor ígnia, a imagem e o título do livro fizeram-me interessar pela sua leitura e o fiz. A princípio, ao menos para mim, foi uma leitura que fez-me pensar bastante sobre o assunto, Deus, o Deus de amor que enviou seu filho para salvar os pecadores e por amor deles, esse mesmo, o Bondoso e Misericordioso Deus preteriu outros e os enviou ao inferno. Como pode?! Faz uns 8 ou 7 anos atrás, foi emprestado do Rev. Valter Falcão que na época pastoreava a congregação da qual sou membro. Depois da leitura não tão bem assimilada por um novo crente, que eu era, fui questioná-lo sobre aquilo e ele me fez entender algumas coisas que direi a partir do que escreverei abaixo, então vamos ao texto.


O primeiro post que intitulei como Vaso de Honra - Parte 1 deveria ter o segundo post como Vaso de Honra - Parte 2, porém, leva como título o acima descrito tendo em vista a passagem que tenho comentado.

Como já escrevi a respeito dos predestinados para a salvação e vimos como Deus os escolheu antes da fundação do mundo para serem vasos de honra, homens e mulheres que amam e servem a Deus de todo o coração, e vimos o contexto da passagem e algumas partes e/ou algumas passagens que achei relevante para entendermos o texto base, desenvolverei agora apenas um versículo do capítulo 9 de romanos que é o 22 que diz  o seguinte:

05 março 2011

Poema



Por Joelma Rocha

Eu sou um poema escrito pelas mãos de DEUS

Eu sou o resultado da graça de DEUS. O que sou, o que penso, é fruto do meu relacionamento com Ele. Ele Habita em mim, opera em mim. Eu sou o resultado da minuciosa lapidação que ocorre através da sua Palavra. Assim... Como um diamante meticulosamente lapidado.  Pois quanto mais leio, mais entendo, mais me submeto. Renuncio a minha própria vontade, tenho prazer na dEle. Eu sou assim, mas não fui sempre assim, vou diminuindo pra que Ele cresça em mim.

Quando sua luz vem sobre mim, revela sua Justiça,  ilumina os meus caminhos, esclarece minhas dúvidas, dissolve meus dilemas. Comunica uma inexplicável paz no meio das tribulações. Traz um contentamento diante do sofrimento. Enche-me com alegres cantos de livramento.

04 março 2011

Cristianismo, Estado e Justiça - Parte 1











Por Jorge Fernandes Isah

Todo cristão deve ter a convicção de que, em qualquer época e lugar do mundo, onde o Evangelho de Cristo não se fizer presente, como a regra primeira e última de normatização das relações humanas [não apenas como um devaneio para a alma e poetas], ali encontraremos o que se pode chamar de idade e reino das trevas, sem a menor chance de sermos injustos ou precipitados. Porém, o que vem acontecendo e se disseminando entre nós é exatamente o contrário, a possibilidade de se criar um paraíso terreno sem a necessidade de se aplicar a Lei e o Evangelho, antes a rejeição de ambos [1]. Como se o homem, em si mesmo, pudesse deter algo de bom, e seus valores e objetivos fossem mais justos e santos do que os valores divinos, os quais provém da única fonte capaz de gerá-los, Deus, visto ser ele, em essência,  santo e justo.

Estranha-me que cristãos saiam decidida e prontamente em defesa de ideologias e métodos nitidamente antibíblicos, como se Deus pudesse, de uma hora para outra, renegar a si mesmo em favor do homem. Bem, alguém poderia, num arroubo delirante, dizer que a encarnação do Verbo foi uma espécie de negação da divindade, mas eu direi a esse insano que não há como Deus negar-se a si mesmo, pois o perfeito jamais pode ser imperfeito ou deixar de ser perfeito. E Cristo encarnou-se exatamente por causa da sua perfeição, a fim de executar o plano perfeito, imutável e eterno traçado pela Trindade Santa. Porém esse não é o motivo deste post, e a discussão pode se direcionar a outro lugar e momento. 

02 março 2011

APARÊNCIA DE SABEDORIA


Por Natan de Oliveira


“E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” Marcos 7.7


Quando menino, 13 ou 14 anos, passei por uma situação ridícula da qual nunca me esqueci.



Congregávamos numa igreja, nasci e fui criado nela, onde muitas coisas (além da Escritura) eram pecado.



A lista era grande e altamente constrangedora: Cortar o cabelo (para as mulheres), deixar a barba crescer, bigode em cima do lábio (depois liberado), “bigode” abaixo do lábio (continua proibido até hoje), ir no cinema, ter televisão, ir num baile, raspar o cabelo das axilas (para as mulheres), raspar o cabelo das pernas (para as mulheres), jogar futebol, praticar esportes, usar “eslaque” (calça comprida para mulheres), usar bermuda, etc, etc...



Para não constranger os meus leitores, e os meus filhos quando tiverem idade para lerem este texto, fiquemos só com o mandamento da chamada “sã doutrina” que preceituava que a televisão era o caixão do diabo (tinha até chifre, pois as antenas eram internas, em forma de V, e ficavam sobre o aparelho televisor).



Não sei se tanto pela proibição, mas o fato é que eu menino era apaixonado por televisão.



Nas férias, visitando tios que não eram da minha igreja, nem saía de casa e passava o dia inteiro se me fosse permitido, a ver tudo o que podia.



Voltando para casa, voltava para a vida de “santidade” e nada de TV.



O lado bom disto tudo, se é que tem lado bom, foi que aprendi a ler, e li muito dos 11 aos 19 anos.



Voltemos à história de menino, aquela que é ridícula e que até hoje me envergonho da situação.



Minha mãe era costureira e eu seu menino ajudante.
Eu comprava retroses, zíper, pano, e muitos outros aviamentos de que uma costureira precisa para trabalhar. Eu era quase um especialista no ramo. As moças das lojas me conheciam de vista, haja vista que eu lá ia várias vezes por dia.



Minha mãe não esperava acumular necessidades para realizar compras, mas como me tinha sempre a disposição, sempre que ela queria, lá eu partia para comprar um metro de elástico, nem bem tinha chegado com a mercadoria, já saía para comprar uma intertela, e assim durante todo o tempo do dia em que eu não estava na escola.



Um tio meu me apelidou de “Transville”, em homenagem a uma transportadora da minha cidade.



Eu não me importava com tantas viagens, na realidade em cada uma delas eu ficava com parte do troco em forma de salário (um acordo tácito que eu tinha com minha mãe), isto custeava minhas pequenas despesas (revistinhas em quadrinhos – que também era pecado, balas, chocolates, e outras pequenas necessidades básicas de um menino).



Mas não me importava principalmente porque em cada saída eu podia ver um pouquinho de TV...



No meio caminho entre as lojas de aviamento e a minha casa, havia, uma grande loja de eletrodomésticos. 



A frente da loja era toda de vidro, e num dos cantos, na parede lateral ficavam estantes que iam do chão até o teto com vários televisores de todos os tamanhos e tipos, invariavelmente todos ligados no mesmo canal.



Eu parava e via longos pedaços da programação, depois corria para a loja de aviamentos, comprava o que era necessário, voltava para a loja do mostruário de televisores, e ficava ali do lado de fora, vendo mais um pedaço da programação, esperava a propaganda, voltava para casa, minha mãe já tinha nova necessidade, eu corria, voltava em tempo de ver mais um pedaço do filme, e assim sucessivamente até que todo o filme era visto.



Tudo no mudo.



Sim, eu ficava do lado de fora da loja, e eles eram ligados sem som.



Vi dezenas de filmes da tarde tudo no mudo, tanta era a fome e o desejo de ver TV (coisa dita proibida e pecaminosa).



Os dias se passaram...



Um dia eu estava na frente da loja, e de repente eu percebi que estava entendo o que os personagens falavam... Levei alguns segundos para entender que eu realmente estava ouvindo, mas como?



Olhei para cima e no canto da laje o gerente da loja tinha mandado instalar uma pequena caixa de som...



Quase morri de vergonha...



Nunca mais parei na frente da loja para assistir TV.



Ficava imaginando a cara do gerente com pena daquele menino, sempre passando as tardes na frente da loja vendo TV... Talvez ele tivesse algum caso na família de gente semelhante que eram proibidos por seus pastores de verem televisão... Não sei o que ocorreu, mas o fato é que possivelmente se condoeu do meu caso e mandou instalar a caixa de som... E depois ainda deve ter se frustrado e ficado sem saber o que teria levado e ocorrido para que eu nunca mais lá ficasse para ver filmes.



O que ocorreu? Me senti ridículo...
Passei a ler ainda mais.
Aos dezoito anos passei a ler a Bíblia sistematicamente da primeira até a última folha. 
Foi “a desgraça” para os meus pastores.



Um dia me deparei com alguns textos que me fizeram lembrar a minha história...



“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados.” Colossences 2.16



“Ninguém vos DOMINE a seu BEL PRAZER, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisa que não viu; estando DEBALDE INCHADO NA SUA CARNAL COMPREENSÃO.” Colossences 2.18



“... por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies?” Colossences 2.19b-20



Aprendi a lição, e tinha como provar biblicamente, e coragem de discordar de pastores que pregavam coisas que iam além das Escrituras, sem me sentir como alguém que estava desrespeitando o “anjo do Senhor”.



A partir de então, somente a Escritura tinha fala final nas coisas da vida cristã.
Tudo o mais eu ignorava.
Aos meus filhos e leitores eu digo e aconselho sempre o que a própria Bíblia já ensina.



Quando forem escolher um local para congregar com outros irmãos e para adorar a Deus, lembre-se:



“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofia e vãs sutilizas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.” Colossences 2.8



Reflitam também que:



“E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” Mateus 15.9



Estas doutrinas humanas que de bíblicas não tem nada, tem apenas aparência de sabedoria, e não servem para nada, são inúteis.



“As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os PRECEITOS E DOUTRINAS DOS HOMENS; as quais tem, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, SENÃO PARA A SATISFAÇÃO DA CARNE.” Colossences 2.23



P.S.: Interessante notar que eu nunca vi nenhum pregador falar sobre estes assuntos de púlpito quando ainda congregava naquela igreja e o mais triste é que hoje passo de carro na frente da casa de um deles, e vejo antenas de televisão instaladas sobre a casa... Quando o padrão pregado não é o bíblico, a coisa toda acaba em ridículo... E hoje mesmo, os pastores desta igreja disputam espaços e horário para pregarem dentro do que eles chamavam de “caixão do diabo”. Tristes e ridículas lembranças. Não se deixe enganar. Fique com as Escrituras somente, mesmo que o cara diga que foi até o céu e próprio anjo Gabriel lhe revelou coisas novas.


“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja maldito.” Gálatas 1.8

Nota: Texto gentilmente cedido pelo autor e disponível originalmente em "Reflexões Reformadas"