"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

30 agosto 2008

SABEDORIA ESPIRITUAL X SABEDORIA CARNAL




X














Por Jorge Fernandes

No apêndice 3 do livro COM VERGONHA DO EVANGELHO, do Pr. John MacArthur Jr., publicado pela editora Fiel, há um trecho escrito pelo pastor escocês Thomas Boston, o qual, nos idos do séc. XVIII, muito antes do surgimento da palavra "pragmatismo" já a descrevia com riqueza de detalhes. Fica claro que satanás repete-se a si mesmo no tempo, servindo-se dos incautos e de sua soberba "incapacidade" para atingir seus objetivos.
Neste apêndice são consideradas as afirmações das duas sabedorias: a carnal e humana versus a espiritual e divina. Não relaciono todos os pontos abordados por Boston, apenas os mais urgentes. As linhas em vermelho mostram a sabedoria carnal, enquanto as linhas em verde, a sabedoria espiritual. Deixo-lhes a sabedoria divina: "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a inteligência dos inteligentes... Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens... Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele" (1Co 1.18-29).

1- Sabedoria Carnal: Trabalhe diligentemente visando possuir um discurso fluente e eloqüente; o estilo aprimorado é um grande apelo às pessoas cultas. Sem isto, elas menosprezarão a sua pregação.
2- Sabedoria Espiritual: Cristo nos enviou a "pregar o evangelho, não com sabedoria de palavra" (1Co 1.17). Não pregue "com ostentação de linguagem ou de sabedoria" (1Co 2.1). Sua mensagem e pregação não devem ser "em linguagem persuasiva de sabedoria"(v.4).

1- Procure ser brando em sua pregação. Não ataque os pecados específicos das pessoas que o ouvem.
2- "Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a tua voz como a trombgeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados" (Is 58.1). "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que maneja bem a palavra da verdade" (2 Tm 2.15).

1- Se você não for delicado, seus ouvintes ficarão irrtados. É perigoso falar com franqueza e lidar com coisas específicas. Falar ousadamente a uma geração como esta, pode trazer-lhe sérios riscos. Por que expor-se a tais coisas?
2- "O que repreende ao homem achará depois mais favor do que aquele que lisonjeia com a língua" (Pv 28.23). "Eis que fiz duro o teu rosto contra o rosto deles, e dura a tua fronte, contra a sua fronte... não os temas, pois nem te assustes com os seus rostos, porque são casa rebelde" (Ez 3.8,9). "Não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros" (Jo 15.20). "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim" (Jo 15.18). "Se alguém dentre vós se tem por sábio... faça-se estulto para se tornar sábio" (1Co 3.18).

1- Pessoas importante ficarão ofendidas. É preciso cortejá-las e ganhá-las de modo atraente, porque elas podem desprezá-lo, e como ficará o seu respeito próprio?
2- "Não farei acepção de pessoas, nem usarei de lisonjas com o homem. Porque não sei lisonjear; em caso contrário, em breve me levaria o meu Criador" (Jó 32.21,22). "Não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento" (1Co 1.26).

1- Se precisar falar do pecado, faça-o de forma sutil, de modo a não ofender muito as pessoas, principalmente entre os novos convertidos. Gaste tempo expondo-lhes as verdades bíblicas, amenizando-as tanto quanto possível.
2- "Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente" (Jr 48.10). "Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade" (2Co 4.2). "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (Jo 9.4).

1- Seja agradável aos que têm maior influência na igreja, pelo menos até que você esteja seguro. Caso contrário, poderá ficar à procura de trabalho, pois as igrejas ficarão amendrontadas consigo e não o convidarão. Então, como subsistirá? Uma abordagem mais sutil lhe garantirá um ministério mais amplo.
2- "E, como não podíamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor" (At 21.14). "Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" (Is 46.10). "O homem fiel será coberto de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará impune" (Pv 28.20). "O temor do homem armará laços, mas o que confia no Senhor será posto em alto retiro" (Pv 29.25).

Não nos esqueçamos das promessas, advertências, do servir e testemunhar a Cristo em conformidade com a Seu Evangelho, assim como Pedro e João o fizeram diante dos seus acusadores: "Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido" (At 4.19-20).

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Meus comentários ao livro podem ser lidos AQUI

28 agosto 2008

PREDESTINAÇÃO E GRAÇA

[João 21.18-25]
Por Dr. Rousas John Rushdoony*

"18. Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.
19. E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me.
20. E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara
também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair?
21. Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será? 22. Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.
23. Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?
24. Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
25. Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém". [João 21:18-25]

A conclusão ao Evangelho de João não tem sido justamente exposta. Ela é impressionante! No v. 18, nosso Senhor diz a Pedro: quando eras jovem, fazia muito bem o que lhe agradava, mas, na tua velhice, outros farão contigo o que desejarem. Há uma sugestão de morte nas palavras de Jesus, de execução nas mãos dos outros. Pedro certamente entendeu que o significado era algum tipo de prisão e execução. Isso veio claramente como um golpe sobre Pedro. Ele olhou para João, e então perguntou a Jesus sobre o futuro dele: E o que será deste homem? A resposta de Jesus foi bem dura: “Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu” (v. 22).
De forma bem óbvia, as palavras de nosso Senhor pressupõem predestinação. É Ele quem ordena a vida de todos os homens, e Ele tinha decretado a vida e morte dos Seus discípulos. Sua declaração é enfática: “Se eu quero”. Tudo depende da Sua vontade soberana. Nem Pedro, nem qualquer outro discípulo disputa isso. Seu propósito predestinador difere de uma pessoa para outra, de forma que ninguém existe igualmente em Sua predestinação. Ele poderia decretar que João permanecesse vivo até a Segunda Vinda, embora não tenha feito isso.2 Sua advertência foi interpretada por alguns como isentando João da morte, um tolo mal-entendido. O que Ele
disse foi que Sua vontade é soberana, de forma que ninguém pode se queixar sobre sua própria porção. Como Paulo escreveu em 1 Coríntios 4:7: "
Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?".
O que somos é parte do poder predestinador de Deus tanto quanto o que será de nós no futuro e na eternidade. Por conseguinte, a declaração dura de nosso Senhor: “Que te importa a ti?” Os propósitos de Deus para nós são determinados por Ele, não por nós.

Mas isso não nos absolve do nosso dever. A predestinação não significa que somos autômatos; somos criaturas responsáveis com uma responsabilidade e liberdade secundária. Portanto, nosso Senhor diz a Pedro: “Segue-me tu”. Isso Pedro pode fazer, como nós. No grego, a ordem das palavras é, “Tu – segue-me”. É pessoal e intensivo. Não devemos olhar para os tratamentos dos outros por Deus e então invejar as suas bênçãos. Somos todos chamados para servir numa esfera e modo particular, e estamos sendo também preparados para o nosso chamado eterno.
Mas isso é um problema, pois nossa era é uma que enfatiza a igualdade. Embora possamos estar plenamente cientes dos males do igualitarismo, ainda somos os filhos do nosso tempo, que anseiam por um nivelamento que nos favorecerá. Esse igualitarismo tácito é anticristão. Nossa compulsão em dizer “Por que, Senhor?” é errônea.

De novo, sem a predestinação não existe graça. Predestinação e graça são simplesmente aspectos diferentes da soberania de Deus. Se removemos de cena a eleição de Deus, temos então as obras auto-eletivas do homem, e nenhum evangelho.
João, por todo o seu Evangelho, enfatiza a soberania e a predestinação de Deus. Na conclusão, ele registra que Jesus confrontou os discípulos com esse fato. O que Ele disse a Pedro aplicava-se a todos. João poderia não morrer nas mãos de executores, mas seus sofrimentos não seriam menores que os de Pedro. A ilha de Patmos (Ap. 1:9), onde ele esteve como prisioneiro, era um lugar de trabalho escravo particularmente brutal que poucos sobreviviam.
Cada discípulo seria usado pelos homens exatamente como Deus ordenara, pois todos eram testemunhas de Cristo.

Nos vv. 24-25, João afirma que seu relato é atestado como verdadeiro.
Novamente, como em 20:39, João nos diz que mais livros poderiam ser escritos sobre Jesus que o mundo poderia conter. Sem dúvida, se um jornal diário tivesse sido mantido pelos discípulos, teríamos vários volumes extensos de relato detalhados.Mas isso não parece ser o que João quis dizer. O que sua linguagem em 20:30 e 21:25 nos diz é que descrever e explicar plenamente
Jesus Cristo é impossível: como a Palavra de Deus, Deus o Filho, Ele é, como o Pai e o Espírito, inexaurível.
Descrever plenamente um homem seria difícil, mas, porque o homem é uma criatura e é limitado, teoricamente isso poderia ser feito. Mas não é assim com Deus. Como pode alguém descrever ou compreender Aquele que é eterno, infinito e invisível, bem como todo-poderoso, sábio, santíssimo, absoluto e totalmente livre em todo o Seu ser? Compreender Deus requereria
de nós uma mente igual à de Deus. Embora Ele seja incompreensível, ainda podemos conhecê-lo verdadeiramente através da Sua revelação, pois Ele é totalmente auto-consistente em todo o Seu ser.
É a isso que João se refere, e é sobre isso que trata todo o seu Evangelho. Desde que João escreveu o seu Evangelho, o número de comentários sobre a vida de Jesus Cristo, estudos nos Evangelhos, obras teológicas sobre o assunto, e mais, tem crescido aos milhares. Todavia, cada
geração vê frescor em Sua relevância total, e nenhuma geração pode exaurir o Seu significado. João escreve, os cristãos ortodoxos sempre mantiveram, sob a inspiração do Espírito Santo de uma maneira única. Como em toda a Escritura, em João vemos as palavras que são dadas por Deus. Em João mais que em Mateus, Marcos e Lucas, a divindade de Jesus Cristo é tratada com
maior clareza, mas a palavra final de João é que o assunto é, como a Pessoa, inexaurível.
Mas João, em seu prólogo, nos dá um resumo (João 1:1-18) que toca como música. João Calvino escreveu certa vez que o Credo Apostólico deveria ser cantado, pois é música gloriosa.
Há outro fato curioso sobre o término de João. Marcos e Lucas concluem com a ascensão de Cristo. Mateus nos diz que os discípulos se reuniram no monte da ascensão, e embora ele conclua seu relato com a Grande Comissão, a ascensão está implícita. João não inclui a ascensão. Ele
nos diz sobre as muitas referências do Senhor à ascensão, mas a mesma não está registrada. Seu relato de Jesus Cristo apresenta-o como para sempre presente e, todavia, eternamente no trono de glória.
Duas vezes João nos diz que muita coisa permanece não dita sobre os sinais que Jesus “fez… na presença dos seus discípulos” (João 20:30s; 21:24s). Por que João não faz tal declaração no começo do seu Evangelho? Por que no final, em conexão com o relato da ressurreição, e Suas aparições posteriores? Os sinais eram milagres com um significado que revela o Evangelho. Nada revela mais claramente o Evangelho que a morte expiatória de Cristo e Sua ressurreição. Elas nos dizem que Jesus Cristo destruiu o poder do pecado e da morte. Portanto, João deliberadamente limita o número de milagres que ele registra, para apontar e concentrar-se na morte e ressurreição do nosso Senhor. O Jesus da história é Aquele que fez expiação por nós, morreu e ressuscitou. Sua vida não pode ser entendida à parte disso, nem podemos
conhecer Sua história em qualquer outra luz. Esse é o motivo do testemunho de João ser verdadeiro, e, enquanto livros enchendo a Terra pudessem não conter tudo o que poderia ser dito, o testemunho dado por João é fiel.
*Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Do Livro The Gospel of John, Rousas John Rushdoony, Ross House Books, p. 279-281.
FONTE:
http://www.monergismo.com/

18 agosto 2008

INFALÍVEL, INERRANTE E ETERNA







Pr. Júlio César de Salles

Sabemos que a Palavra de Deus não precisa ser defendida pelos homens, mas também não podemos negligenciar o uso da apologética em nossas vidas. Seria correto afirmar que a apologética é para nós e não para Deus, mesmo sabendo que no final a glória pertence toda a Ele. O que está em jogo não é nossa reputação, mas a glória de Deus, a infabilidade e a inêrrancia da Sua Palavra.

Em Salmos 138:2 , está escrito: "Inclinar-me-ei para o teu santo templo,e louvarei o teu nome pela tua benignidade,e pela tua verdade,pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome”. Aqui vemos a importância da Palavra de Deus pelo fato d'Ele a ter exaltada até mesmo acima de Seu próprio nome. A Bíblia não contém a Palavra de Deus, ela é a Palavra de Deus! Nunca podemos limitar a Sua Palavra dentro de uma mera encadernação, mas reconhecer que Sua Palavra sempre existirá por toda eternidade.

Foi fato que durante o período da inquisição muitas Bíblias foram queimadas em praças públicas, mas este ato de vandalismo nunca invalidou o poder da Palavra de Deus. O seu conteúdo e poder transcende as meras páginas de papel. Deus fez um pacto consigo mesmo em colocar Sua Palavra acima de Seu próprio nome. Quando cuidamos de nossas Bíblias não estamos preservando um mero livro, mas reverenciando o nome do nosso maravilhoso Pai.

Um pacto deve conter no mínimo duas partes para que seja confirmado, mas neste caso, Deus fez o pacto consigo mesmo, em que Ele mesmo exaltaria a Sua Palavra acima de Seu próprio nome. Não poderia haver falhas. Deus jurou por si mesmo. O homem por ser pecador não poderia fazer parte desta aliança. Podemos observar como o salmista inicia o versículo: “Inclinar-me –ei”; no sentido de se fazer reverência à Palavra de Deus, reconhecendo toda a glória devida ao Seu santo nome. Este é o aspecto objetivo que comprova a veracidade da Palavra de Deus. O próprio Senhor Jesus disse: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24:35). Este é o caráter eterno da Palavra de nosso Senhor.

Além do aspecto objetivo, há também o aspecto subjetivo que comprova a veracidade da Palavra de Deus, a saber, a transformação que ela produz na vida dos homens. "Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam, mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come, assim será a minha palavra, que sair da minha boca, ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo que a enviei” (Is 55:10-11). Deus usa a vida das pessoas para testificar o poder de Sua Palavra. O profeta Isaías depois de fazer uma comparação usando o ciclo da natureza, prova desta maneira a veracidade da Palavra eterna. Assim como a água da chuva cumpre a sua tarefa de regar a terra e depois volta aos céus pelo processo cientificamente provado da evaporização, a palavra de Deus cumpre a Sua vontade na vida dos homens.

Não devemos interpretar como que todos responderão de maneira amistosa para com a Palavra de Deus. Esta vontade de Deus não só inclui àqueles que serão salvos, a saber, os eleitos, mas também àqueles que continuarão negando a Cristo como único salvador de suas vidas. Deus debaixo de sua grande soberania, nunca será pego de surpresa. Muitas vezes somos românticos com relação à vontade de Deus e inconscientemente concordamos com um falso evangelho, que prega uma salvação universal, interpretando este versículo como que todos responderão de maneira positiva ao evangelho da salvação.

O nosso padrão de avaliação é diferente do padrão divino. O profeta está nos mostrando que todo homem é indesculpável diante da sentença eterna de Deus, uns para condenação eterna e outros para vida eterna nos céus.

Mas isto não quer dizer que Sua Palavra falhará em seu propósito eterno. Assim como as leis da natureza não falham, a Palavra de Deus não falhará em seu alvo de mostrar a todo ser humano que existe somente um único Deus que exaltou a Sua palavra acima de seu próprio nome.

Dentro desta defesa de caráter subjetivo, podemos perceber a transformação que esta Palavra produz na vida daqueles que se entregam pela fé ao Senhor Jesus Cristo. "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” ( 2Tm 2:16-17). Estas são as qualidades contempladas na vida de um cristão que se submete à autoridade da Palavra de Deus. São inúmeros casos de vidas transformadas pelo poder do evangelho.

Infelizmente há abusos sendo feito com a Palavra de Deus, mas este não será o nosso foco. O que queremos mostrar é que Deus tem feito grandes milagres nas vidas dos seus. Isto é uma prova subjetiva da autenticidade da Sua Palavra. O homem natural não entende as coisas espirituais. Nossas vidas são uma apologia do poder de Deus. Passamos a amar em vez de odiar, a edificar ao invés de julgar, a ajudar ao invés de destruir. E isso só é possível pelo poder da Palavra de Deus mediante o Espírito Santo que habita em nós. Vidas transformadas para a glória de Deus.

Outro fator que comprova a veracidade eterna de Sua Palavra é o princípio da lei da semeadura. Isso é comprovado tanto nas vidas dos salvos como dos não salvos. Ninguém está livre da grande lei da semeadura expressa na Palavra de Deus. Lemos no livro de Gálatas 6:7-10: “Não erreis; Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque ao seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”. Até mesmo na vida dos não cristãos esse principio bíblico é confirmado pelo fato de que, quando essas pessoas são diligentes em qualquer área de suas vidas, elas são bem sucedidas no que fazem.

Tomemos por exemplo um adolescente que obedece aos seus pais, e se dedica aos estudos. Futuramente acabará colhendo mais oportunidades de um emprego melhor. Outros, simplesmente por honrarem aos seus pais, acabam desfrutando de uma vida mais longeva na presença do Senhor. Acabam por cumprir de uma maneira até mesmo inconsciente as palavras do livro de Êxodo 20:12: “Honra a teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. É esplendido ver como os princípios bíblicos são eficazes para todos, mostrando desta maneira como a Palavra de Deus é eficaz em sua autoridade infalível. Este argumento subjetivo já seria o bastante para nos provar o caráter inequívoco das Santas Escrituras.

Lemos no livro de Obadias 15: “Porque o dia do Senhor está perto, sobre todos os gentios; como tu fizeste, assim se farás contigo; a tua recompensa voltará sobre a tua cabeça”. Nos ensinando que tudo que fazemos voltará sobre nós e que o homem é fruto de suas próprias decisões. Ouçamos o que o salmista nos diz: “Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem. Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem o engano. Aparte-te do mal, e faze o bem; procura a paz, e segue-a” (Salmos 34:12-14). Diante dessas declarações, está bem claro que o homem é incapaz de fazer o bem por si mesmo sem antes ter que pelo menos honrar os princípios éticos da Palavra de Deus. A regra áurea de Jesus de amar ao próximo como a ti mesmo, abrange todos os esforços de uma sociedade humana em busca de um bem comum, indo além de um ato feito ao próximo somente no sentido de se obter uma barganha de Deus, mas partindo da premissa em que todos as ações devem ser feitas de coração sem buscar interesse próprio.

Por isso cremos que quando praticamos o que Jesus nos pede: “que nisto conhecerão que sois meus discípulos se tiverdes amor uns pelos outros”; deste modo fazemos uma defesa da fé no sentido de provar que a Igreja é um mistério de Deus. Que quando tomamos o passo de fé e saímos de nossas casas para nos congregar, desta maneira provamos para o mundo que cremos no poder da Palavra do Pai. Para nós, cristãos, a atitude de sair do conforto de nossos lares e buscar um convívio com os irmãos, ao meu ver, já é um apartar-se do mal, procurar a paz e viver de uma maneira que testifica o poder da Palavra de Deus. Como dissemos no início, Deus não precisa ser defendido, mas a apologética é uma maneira bem simples de viver defendendo nossa fé.

Contato: prjuliosalles@hotmail.com

09 agosto 2008

CARTA A UM PASTOR ABERTO AO TEÍSMO RELACIONAL










Por Jorge Fernandes

Sinceramente, não gosto da sua "teologia relacional", pois não há traços bíblicos nela mas essencialmente humanísticos, travestidos de cristianismo simplesmente pelo citar a Cristo, da mesma forma que cita, em profusão, os filósofos existencialistas e teólogos modernosos adeptos do marxismo/teologia da libertação (e Deus nem mesmo chega a ser uma inferência, visto que a sua base doutrinária é antropocêntrica). A sua arrogância e desprezo para com as outras "teologias", em especial à ortodoxia (e o tom pejorativo e muitas vezes jocoso com que as repele; o mesmo tom pelo qual se julga perseguido), mostra o quão distante está do amor de Cristo que diz buscar. Não há como ser igual a Cristo, excluíndo-O.
Creio que o grande erro dos cristãos liberais (?), dos modernos e pós-modernos evangelicalismos é o desprezo pelas coisas de Deus, o desprezo pela Sua Palavra, é não aceitar a Sua imutabilidade, e crer que Ele se parece conosco, ou podemos ser como Ele. A menos que nos despojemos da nossa natureza (inclusive intelectual: "Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus. Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?" - 1Co 1.18-20), e oremos pedindo-lhE que o caráter do Seu Filho seja forjado em nós, do contrário, não estaremos de forma alguma servindo-O como é o Seu desejo. Biblicamente, é possivel Cristo viver em mim sem que a minha natureza morra (2Co 5.17; Gl.2:20)?
Entristece-me ver em que estágio um pastor se encontra e pode encontrar-se, como lobo cruel a não poupar o rebanho (Atos 20.29 - e são muitos os que estão doentes, infectados pelo vírus diabólico da negação da Palavra de Deus). Não intento desmerecê-lo mas alertá-lo no amor do Senhor (sei que pareço pretensioso; mas é no amor de Jesus Cristo que lhe escrevo, ainda que não creia, ainda que não o aceite); suas aflições, inquirições e dúvidas apenas subsistem no homem natural, não em Deus ou na Sua Palavra, a qual é a ÚNICA VERDADE, bastando que se creia ("o que não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece" - Rm 9.16).
O seu agir está muito próximo de uma zombaria, desrespeito e irreverência para com Ele. Se olhasse mais para o Senhor, e menos para si mesmo, creio que a grande maioria (desculpe a redundância) dos seus problemas e dilemas estariam resolvidos. Quando o homem quer se fazer diferente ao buscar os "louros" para si, achando que pode tirar de Deus a glória que lhE pertence, tece uma teia na qual a presa é o próprio homem. Quando não O aceitamos como Ele é, revelado nas Escrituras, e conjecturamos sobre Sua vontade, caráter e pessoa humanisticamente, usando critérios extra-bíblicos (muitas vezes blasfemos e místicos), erramos duplamente: ao não reconhecê-lO através da Sua revelação (especialmente em Cristo e Sua obra salvadora e redentora), e ao não considerá-lO o Criador soberano, reto, santo e justo que é, e que desta forma revelou-Se nas Escrituras. Então vive-se nessa roda, um círculo maligno que o levará à perdição, a criar um deus factual, tangível... um molde de gesso, capaz de se quebrar à simples pressão dos dedos.
Orei muitas vezes pelo senhor, pedindo a Deus que lhe revele a Sua santa vontade, que os seus olhos sejam abertos para a Verdade; contudo, cada vez mais o vejo obstinado em salvaguardar os seus interesses (ainda que mascarados, pretensamente solidários, éticos, morais e justos; mas que levam ao engano, à crença em um deus fora das Escrituras, um deus revelado pela nossa natureza débil, inconstante, pecadora e maléfica), e a expô-los de forma virulenta, ainda que com disfarces líricos e poéticos; uma estampa aparentemente bonita para algo efêmero, mas ainda assim, extremamente nocivo, perigosamente letal. Pense no que diz Paulo em Romanos 1:24-25: "Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!".
A quem sirvo? Ao Criador Eterno e Senhor da história? Ou à criatura (ao forjar um deus à imagem e semelhança do homem caído)?
Que Deus tenha misericórdia de você, e leve-o ao arrependimento.