"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

22 maio 2010

POLUIÇÃO

Ave na baia da Guanabara no vazamento do Tarik

Por Folton Nogueira*

Em dezembro de 1952 a umidade, o frio e aos altos teores de dióxido de enxofre na atmosfera causaram a morte de cerca de 12 mil pessoas em Londres. Houve dias com 900 mortos. Este acidente é considerado um marco no registro das catástrofes ambientais modernas.

Em 1984 um vazamento de gás em Bhopal, na Índia, matou 27 mil pessoas. Em fins de abril de 1896, um vazamento de radiação em Chernobil, na Ucrânia, contaminou milhares, contaminou 4 mil e matou 56 pessoas. Em setembro de 1987, em Goiânia, a capsula de um aparelho de Raios X, desmontada em ferro velho, contaminou mais de 100 pessoas, levando 4 delas à morte, e deixou uma herança maldita de 13 toneladas de lixo atômico que precisa ficar guardado por quase 200 anos.

Em 1978 o Amoco Cadiz derramou 230 mil toneladas de petróleo no litoral da França. Em 1989 o Exxon Valdez derramou uma quantidade menor na costa do Alaska, mas até hoje é considerado o pior desastre ambiental devido a circunstâncias locais. Em 1975, o Tarik Ibn Ziyad derramou 6 milhões de litros de óleo na Baía da Guanabara. A foto acima é desse desastre. E como estes, mais de 30 outros acidentes com navios petroleiros engrossarão uma pesquisa rápida.

Nas últimas 4 semanas cerca de 800 mil litros de petróleo vazaram todos os dias no Golfo do México e não há certeza de que o vazamento tenha sido estancado.

Listei alguns dos muitos casos de poluição atmosférica e marítima, mas tenho certeza de que você conhece um rio, uma lagoa ou uma represa poluída. E, se não se recorda de terra poluída, procure saber de Santo Amaro da Purificação na Bahia.

Hoje falamos não apenas de poluição do ar, da água e da terra. Expandimos o conceito para poluição sonora, visual, etc. Vou mais longe: Sem alterar os critérios creio que poderíamos estender o mesmo conceito às coisas da alma.

Na verdade a primeira poluição foi a da alma e dela derivam-se as demais. Por poluir sua própria alma o homem degradou também o jardim de Deus: o meio ambiente.

Os poluentes da alma são mais sutis e vazam com a aquiescência de algum e para o deleite de outros. Entretanto a lista de mortes causadas por eles é muito maior do que a soma de todas que se possa fazer dos desastres ambientais.

O senhor Jesus se referiu a eles como tendo origem no coração: “Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.18-19), e o apóstolo Paulo entendeu isso com clareza ímpar e o aplicou à própria igreja ao dizer “as más conversações corrompem os bons costumes” (1Co 15.33).

Somos poluidores por natureza. Mesmo redimidos poluímos tanto o meio físico quanto o espiritual. E, a exemplo da lista de desastres ambientais com que abri este artigo, há como fazer muitas outras de desastres em que muitas almas foram vitimadas. O Senhor já advertia:“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós” (Mt 23.15).

Missionários ou poluidores? Disseminadores do verdadeiro Evangelho ou das piores desgraças que habitam os recônditos de uma alma poluída? Acaso você não tem visto defensores de adultérios ou prostituição disfarçados de pastores? Nunca percebeu tal “teologia da prosperidade” quando não é uma apologia do furto é uma disseminação de blasfêmias? No mínimo você há de concordar que há uma multidão de pregadores de “maus desígnios”.

Não é sem razão que “toda criação geme e suporta angústias até agora” e que nós “igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a redenção de nosso corpo” na esperança do fim deste cativeiro, do qual a poluição é apenas um aspecto.

* Fonte: FOLTON

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