Por Vincent Cheung
Deus tem existido na eternidade; o próprio tempo foi criado por ele. Isso significa que, antes da criação do universo, Deus tinha existido sozinho. E visto que a Escritura ensina que não há mal em Deus, a questão que se levanta quanto à fonte e origem do mal. Nós não podemos dizer que o próprio Deus, embora não haja mal nele, cometeu o mal; a Escritura nega essa possibilidade. Tiago 1.16-17 afirma: "Meus amados irmãos, não se deixem enganar. Toda a boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras incontantes". Se Deus é fonte de "toda boa dádiva e todo dom perfeito", e ele "não muda", isso significa que ele não realiza alguma outra coisa senão aquilo que é bom.
Uma resposta consistente com o registro bíblico seria que Deus criou criaturas com a capacidade de escolher, embora ele possua controle completo sobre até mesmo suas vontades, e que foi bom para ele ter feito assim. Mas, essas criaturas, pelo bom decreto soberano de Deus, decidiram fazer escolhas que eram contrárias à bondade de Deus, e, portanto, resultaram no mal. Devemos insistir, contrário ao "livre-arbítrio" do humanismo, que Deus não meramente "permitiu" o mal, mas ele o decretou; de outra forma, ele não poderia ter se originado.
Ora, a Bíblia diz que se não houvesse lei moral, então não haveria nenhum pecado. Portanto, pecado é uma transgressão da lei moral. Visto que a lei moral declara o que é bom, o mau é, dessa forma, um desvio dessa bondade objetiva, e não é, portanto, realmente uma coisa em si mesma. O que se segue a partir disso é que a bondade pode existir sem o mau, mas o mau não pode existir sem a bondade objetiva. Se mau, como parece, é um "não deve", então ele não pode existir sem um "deve". É possível haver um padrão de bondade objetivo sem qualquer desvio dele, mas não é possível haver um desvio da bondade se a própria bondade não é definida ou não existe.
Por exemplo, é concebível ter um limite de velocidade sem qualquer violação dele, mas é impossível violar o limite de velocidade se não existe tal coisa. Da mesma forma, somente é possível existir o mal se houver o bem, mas é possível que haja o bem sem a existência do mal. Deus não precisa de Satanás para defini-lo.
O mal, de fato, existe mas não como uma coisa em si mesma; antes, ele é um desvio do bem. Isso não significa que o mal seja uma ilusão, como alguns sistemas de pensamento não cristãos afirmam, mas que ele não tem existência independente e objetiva como no caso da bondade. Resumindo, a bondade é definida pela palavra de Deus, e o mau é, consequentemente, definido pela (o desvio da) bondade. O que Deus diz que é bom é bom; o que se desvia ou contradiz o que ele diz é mau.
(1) Extraído do livro "Sobre o Bem e o Mal" - Click Editora Monergismo para adquirir um exemplar
(2) Leia meus comentários ao livro AQUI
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