por Daniel Pipes
National Review Online
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Original em inglês: The Left's New Enemy: "Empire"
Tradução: Joseph Skilnik
Tradução: Joseph Skilnik
Nós sabemos o que Marx, Lenin, Stalin e Mao desejavam (controle de tudo pelo estado) e como atingiram esse objetivo (totalitarismo brutal); mas o que desejam hoje seus sucessores e como esperam alcançá-lo? Curiosamente é um assunto não pesquisado.
Ernest Sternberg da Universidade de Buffalo apresenta um artigo com explicações esclarecedoras em uma recente edição da revista Orbis, "Purifying the World: What the New Radical Ideology Stands For". Ele começa esboçando a que a extrema esquerda contemporânea (em contraste com a "esquerda decente") se opõe e o que ela deseja.
A que a esquerda se opõe: O principal inimigo é algo chamado Império (sem artigo definido), um suposto monólito global que domina, explora e oprime o mundo. Sternberg resume a superabrangente acusação da esquerda contra o Império:<0}
o povo vive na pobreza, os alimentos estão contaminados, os produtos são artificiais, somos compelidos a consumir de forma perdulária, povos nativos são desapossados e a própria natureza é subvertida. Espécies invasivas se alastram incontroladamente, geleiras se derretem e as estações do ano estão bagunçadas, ameaçando uma catástrofe mundial.
"Império", o texto chave da esquerda fascista. |
Os Estados Unidos, claro, é o Grande Satã, acusado de acumular riquezas de forma desproporcional. Suas forças armadas oprimem os pobres para que as corporações possam explorá-los. Seu governo fomenta o perigo dissimulado do terrorismo com o propósito de cometer agressões no exterior e reprimir em casa.
E Israel é o Pequeno Satã, servindo como aliado sinistro do Império – ou quem sabe o Estado judaico seja realmente o mestre? Das reuniões do Foro Social Mundial no Brasil à conferência contra o racismo das Nações Unidas em Durban e das principais correntes das igrejas às ONGs, o sionismo é retratado como o mal absoluto. Por que Israel? Mais além do antissemitismo não tão sutil, somente ele, dos países ocidentais vive sob o bombardeio de constantes ameaças, que por sua vez o obriga a se envolver em guerras constantes. "Tiradas de todo e qualquer contexto," Sternberg observa, "as ações de Israel se encaixam nas imagens imprescindíveis de agressor".
Para combater os recursos superiores do Império, a esquerda precisa se aliar com quem quer que seja que se oponha a ele – notadamente os islamistas. As metas islamistas contradizem as da esquerda, mas não importa; contanto que os islamistas ajudem a combater o Império, eles têm um valioso lugar na coalizão.
O que a esquerda deseja: Uma palavra-chave é autenticidade: A artificialidade do Império transforma a cultura nativa em espécie em extinção. A cultura deve ser nativa, orgânica e estar protegida do mercantilismo insensível do Império (por exemplo, Hollywood), do seu nacionalismo fraudulento e dos seus falsos conceitos de liberdade.
A segunda palavra-chave é democracia: A esquerda rejeita a estrutura distante e formalista de uma república madura e em vez disso exalta a democracia de movimento de base, não hegemônica, expressa numa voz mais direta. O processo democrático, explica Sternberg, " prosseguirá por meio de reuniões livres das rédeas manipuladoras da lei, normas, precedentes e hierarquias". Contudo, essas palavras eloquentes, escondem a receita para o despotismo; aquelas leis, normas, precedentes e hierarquia servem a um propósito muito real.
A história, aparentemente, não acabou. |
O socialismo definitivamente faz parte desse quadro mas a economia não domina mais, como dominava outrora. O novo objetivo esquerdista é mais complexo do que o mero anticapitalismo, constituindo um estilo de vida por completo. Sternberg chama esse movimento de purificacionismo do mundo, mas eu prefiro fascismo de esquerda.
Ele então faz uma pergunta vital: Será que a última encarnação da esquerda se tornará uma vez mais totalitária? Ele acredita ser muito cedo para se ter uma resposta definitiva, aponta para vários "sinais de alerta totalitários", incluindo a desumanização de inimigos e acusações de assassinatos em massa. Ele alerta para um ponto de inflexão quando fascistas de esquerda "se mantiverem fiéis a sua retórica cataclísmica e vestirem cintos recheados com bombas suicidas ou levantarem armas com o intuito de se tornarem mártires".Em outras palavras, os perigos são verdadeiros e estão aí.
Chega dessas teorias que estiveram em voga há duas décadas, alardeadas quando da queda do Muro de Berlim, a cerca do fim da ideologia. A esquerda se reestruturou após a queda do leninismo e agora ameaça o mundo com uma nova versão da sua ideologia antiocidental, antiracional, antiliberdade, anti-individualista.
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