"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

26 fevereiro 2013

Esquisitice Acadêmica


Por Tanja Krämer

Vou contar para você uma coisa que me deixa meio boba. 

Existem muitos blogs, twitters e seja lá que mais freqüentados por gente oriunda das universidades. Muitos na faixa dos 25-35 anos (como a Espectadora). Em vários casos, a pessoa chegou a passar pela pós-graduação. Como estou mais acostumada a ler gente das Humanas, não sei dizer se há muito blogueiro ou twitteiro (ou qualquer outra função cujo nome seja tão horrendo quanto) que seja formado noutra área.

Não são pessoas que caíram de pára-quedas na área de Humanas. Bom, pelo menos o povo que costumo ler parece ter um interesse genuíno pela área. Muitos costumam até mesmo elogiar as faculdades que cursaram.

O que me deixa boba é uma única coisa. Se tantos vêm das universidades, se há aqueles que até elogiam os cursos que fizeram (ou fazem), por que ao escreverem sob diversos assuntos não costumam citar um único acadêmico brasileiro? Por que não costumam citar um único trabalho (livro, artigo)?

Certas vezes consigo perceber cacoetes acadêmicos. Percebo o uso de certos termos, de certos modos de pensar e de certas citações de autores comuns na universidade. A única coisa que não costumo perceber é a bendita presença concreta da produção acadêmica. Claro, estou generalizando. Porém é muito estranho que no meio de tantas menções a tantos autores quase não apareça um único trabalho de um acadêmico brasileiro. A presença desse pobre coitado é quase fantasmagórica, porque na maior parte dos casos está nas entrelinhas.

De meio boba fico quase doida com algo ainda mais esquisito. Uma das poucas pessoas que costumam citar acadêmicos brasileiros (até já escreveu livros sobre eles) se chama Olavo de Carvalho. Que está fora (e de propósito) do meio acadêmico institucional. Sim, um dos poucos que mais citam os nossos professores é aquele que mais reclama deles.

Se eu estiver certa (descontando um ou outro exagero), como explicar que quem esteve (ou está) no meio acadêmico e que gostou (ou gosta) dele quase não mencione nenhum trabalho ali produzido, enquanto aquele que reclama do mesmo meio vive citando vários a todo instante?

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