"A Verdade não precisa de defesa; por si mesma ela se defende. A Verdade precisa ser proclamada!"

27 fevereiro 2009

UMA HISTÓRIA DE DOIS PROFESSORES









Por Jerry Bergman
Houve dois professores cujas histórias nos contam muito sobre a educação superior de hoje. O professor Hardison foi um professor de filosofia que gostava de discutir biologia, e Bishop foi um professor de anatomia que gostava de discutir filosofia, mas suas semelhanças acabam por aí.
1. RICHARD HARDISON
Dr. Hardison trabalhava duro tentando convencer os estudantes de que suas opiniões sobre Deus, evolução, e propósito da vida estavam corretas. Um de seus admiráveis estudantes disse que Hardison foi especialmente eficaz em ajuda-lo a “pensar claramente acerca de filosofia e teologia, particularmente com atenção à razão e à fé” (Shermer, p. xv). Embora Hardison tenha persuadido muitas pessoas a aceitar o seu modo de pensar, a história de apenas um estudante será contada aqui. Este é Michael Shermer.
Dr. Shermer foi apresentado ao Cristianismo quando jovem, e em sua maioridade no colégio ele declarou aceitar a Cristo (p. 2). Separado para o ministério, ele se matriculou na Universidade Pepperdine (uma escola da Igreja de Cristo) para se especializar em teologia. Enquanto ouvia uma aula de filosofia no Colégio Glendale, o ministro adolescente fez um curso com Hardison. Decidindo testemunhar ao seu professor, Michael deu a ele um livro sobre teologia cristã. O professor aceitou o livro a fim de refuta-lo, e passou uma lista de problemas a Michael. Logo se seguiram muitas discussões, tanto dentro como fora de sala, nas quais Hardison acabou por vencer Michael - e ele se converteu de um cristão evangélico em um ateu, ativo no proselitismo contra o cristianismo e Deus.
Shermer agora especialmente se opõe a todas as tentativas dos crentes de “usar a ciência e a razão para provar a existência de Deus” (p. xiii). Ironicamente, como editor da Skeptic Magazine [Revista Cética, n.t.] e autor de numerosos livros, ele gasta uma grande parte do tempo usando “a ciência e a razão” para refutar (ou pelo menos discorrer contra) a existência de Deus. Ele é especialmente ativo em atacar o criacionismo porque, em suas palavras, “a razão número um que as pessoas dão porque elas acreditam em Deus é... o clássico argumento cosmológico ou de projeto: O genuíno projeto, a natural beleza, perfeição, e complexidade do mundo ou do universo nos obriga a pensar que isso não poderia acontecer sem um planejador inteligente. Em outras palavras, as pessoas dizem que elas acreditam em Deus porque a evidência de seus sentidos manifesta-lhes isso” (p. xiv). Por essa razão, muitos professores (como Hardison) atacam o clássico argumento do projeto cosmológico para converter os estudantes ao ateísmo.
Embora Hardison tenha sido muito ativo em converter os estudantes à sua cosmovisão, não poderíamos encontrar qualquer registro de reclamação ou preocupação acerca de seu proselitismo. Ele é considerado um excelente professor, sinceramente interessado em seus estudantes, mesmo desafiando ativamente a fé deles e, não raras vezes evidentemente, convence os estudantes do seu ponto de vista. Algumas vezes os estudantes se opõem, sentindo que ele é um prosélito contra a religião, mas suas reclamações nunca foram feitas à corte (e, se fossem, a ACLU** e outras organizações iriam com toda certeza defender a liberdade acadêmica de Hardison).
2. DR. PHILIP BISHOP
Dr. Philip Bishop é um professor associado de fisiologia na Universidade do Alabama, e diretor da performance laboratorial humana da universidade. Ele também foi um professor popular que começava cada aula semestral com uma discussão de dois minutos sobre sua conclusão proveniente de seu estudo da fisiologia que ele acreditou fornecer abundantes evidências do planejamento inteligente em vez do naturalismo evolutivo (McFarland, p.2). Desafiando isso, um painel de três censuras do 11o U.S. Circuit Court of Appeals*** pendurado na universidade exigiu que ele nunca mencionasse suas crenças religiosas em classe. Bishop também incluíra uma unidade opcional intitulada “Evidência de Deus na Fisiologia Humana”, ensinada em seu próprio tempo, mas a corte ordenou-o a parar com isso também (Jaschik, p. A23).
A universidade esforçou-se em proibir somente Bishop - e mais ninguém - de mencionar, sempre brevemente, sua visão pessoal de mundo na sala de aula (depoimento de Bishop, p.7). O depoimento de Bishop defende que se somente aqueles professores com um parecer ateísta ou agnóstico pudessem livremente expressar suas opiniões, os estudantes poderiam concluir erroneamente que todos os professores dividem esta mesma opinião. McFarland descreveu o caso como se segue:
A administração da Universidade ordenou Bishop a suspender suas conversas em sala de aula como também suas conversas opcionais no campus. Nenhuma outra faculdade e nenhum outro tema foram similarmente restringidos. Dr. Bishop obteve uma ordem federal protegendo sua livre conversa e liberdade acadêmica, mas prevaleceu uma desastrosa opinião da Corte Norte-americana de Apelações do Décimo Primeiro Circuito. A corte defendeu que professores de universidades públicas não têm direito constitucional de liberdade acadêmica e que seu direito de livre conversa em salas de aula é sujeito a um controle absoluto (censura) pela administração da Universidade (p. 2).
O foco do caso de Bishop foi desafiar a reivindicação do colégio de que este tinha o direito absoluto de restringir mesmo comentários ocasionais em aula e fora de aula que mencionassem um ponto de vista pessoal do professor sujeito à perícia acadêmica.
Embora os comentários de Bishop fossem separados, não-constrangedores, e claramente identificados como tendência pessoal, a universidade argumentou que permitir que os professores apresentassem seus próprios pontos de vista implicaria no endosso da universidade, defendendo que endossaria “qualquer coisa não-censurada” (Bishop, p. 10). Bishop defendeu que expressões ocasionais de crença pessoal, feitas em uma universidade pública, “não podem ser interpretadas como significando a aprovação da universidade, e estão dessa maneira protegidas sob a Primeira Emenda onde elas serão separadas e não-constrangedoras” (Bishop, p. 9).
A universidade lançou um veemente apelo restringindo as conversas do Dr. Bishop “exclusivamente por causa de seu conteúdo religioso”, e argumentou que “conversas apresentando uma perspectiva religiosa estão sujeitas ao mesmo tratamento indiscriminado que outras formas de conversa” (p. 13). Contrariamente às extensas leis criadas e à Constituição, a corte de decisão de apelações autorizou “censuras virtualmente ilimitadas dentro de salas ou conversas de professores relacionadas à sala de aula” (Bishop, p. 9) se isso puder ser traduzido como religioso, ou mesmo motivação religiosa, mesmo que os pontos de vista expressados sejam claramente identificados como pessoais.
Estritamente aplicada, esta decisão judicial conclui que é inapropriado para um professor declarar que ele é judeu ou muçulmano, vai à igreja, ou acredita em Deus. Mas ao mesmo professor é permitido declarar que ele não acredita em Deus ou que retém uma cosmovisão não-religiosa. Em suma, ele pode dar aula contra tudo o que o estado define como valores “religiosos” ou crenças, mas não a favor deles. A corte de apelações pautou que a universidade tem um “interesse legítimo” em prevenir que a religião “infecte” os estudantes “porque expressão de um ponto de vista religioso, não importa o quão cuidadosamente apresentado,... produz inquietação nos estudantes” (Bishop, p. 15).
A corte de apelação também afirmou que a “expressão de uma posição religiosa em um domínio secular, não importa o quão cuidadosamente apresentada, cria a aparência de endossamento daquela posição pela Universidade e gera inquietação em estudantes que podem se sentir compelidos a simular crença e, pior ainda, negar sua própria crença” (Bishop, 16). Se há mesmo um sinal de endossamento para o ateísmo, todas as outras considerações (incluindo a Primeira Emenda) devem ser anuladas. Conseqüentemente, só o ateísmo pode ser ensinado. A Corte Suprema Norte-Americana rejeitou o pedido de certiorari [rogatória], e o caso foi encerrado.
3. OUTROS COMENTÁRIOS SOBRE O CASO BISHOP
A faculdade comumente, muitas vezes ostensivamente, introduz seu próprio ponto de vista - muitas vezes agnóstico ou ateu - em sala. Tais pareceres, contudo, não são normalmente restringidos, e se um ataque fosse feito, um grito de protesto da comunidade acadêmica provavelmente viria (Johnson, pp. 179-184). As cortes têm constantemente julgado a favor de faculdades que introduzem materiais anti-religiosos, ateístas, ou agnósticos dentro de suas salas, mas contra faculdades que introduzem o oposto em suas salas (Bergman, pp. 1-34).
Professor de ciências biológicas na Universidade Cornell, William B. Provine, primeiramente apresenta o lado teísta em sua sala e então, pelo resto do ano, se empenha em demolir os argumentos para o teísmo. Ele notou que no início do curso, cerca de 75% de seus estudantes eram criacionistas ou ao menos acreditavam num propósito para a evolução, i. e., eram teístas e acreditavam que Deus dirigira a evolução. Provine (p. 63), orgulhosamente notou que a porcentagem de teístas caiu para 50% ao fim do curso - isso se compara à cerca de 90% da sociedade como um todo (Shermer, p. 156). Obviamente bem-sucedida em influenciar os seus estudantes em direção ao ateísmo, e muito esclarecida sobre o seu sucesso, a universidade e a corte não interferiram.
4. CONCLUSÕES
Muitos paralelos existem entre os dois professores. Ambos foram populares, bem-quistos, reconhecidos como bons professores, e bem-informados em suas áreas. Ambos se esforçaram em ajudar os estudantes a entenderem seu ponto de vista, como Dr. Hardison abertamente em classe, via escritos que ele dava aos estudantes e por se encontrar com eles após a aula. Em conversas, Bishop discretamente convidou os estudantes a ouvirem sua opinião que apoiava o teísmo, mas somente depois da aula. No primeiro caso, a corte nem mesmo esteve envolvida. No outro caso resultou em uma decisão aberta da corte - Bishop não devia mostrar a sua opinião, mesmo fora de sala; tampouco lhe foi permitido contar aos estudantes qual a sua religião pessoal porque isso poderia inquietar os não-cristãos.
Um professor teve plena liberdade acadêmica; a liberdade acadêmica do outro foi claramente vetada. A diferença está em suas opiniões: um ateísta, e o outro teísta. Um foi encorajado a apresentar abertamente sua opinião aos estudantes dentro e fora de classe, não importando se o que expressasse, inquietava os cristãos. O outro professor, sob a pena de desinência, não pôde nem mesmo sugerir o que ele pessoalmente acreditava aos estudantes. Dr. Bishop também precisou ensinar um ponto de vista que lhe desagradava pessoalmente, e não foi liberado para apresentar seus sentimentos sobre isso aos estudantes. Muitos outros casos similares poderiam ser citados, mas este efetivamente ilustra a preocupação de muitas pessoas de que o colégio se tornou um meio de doutrinar os estudantes em uma cosmovisão que é hostil com respeito não somente ao teísmo, mas religião de todas as formas. Como podem as cortes, em qualquer sentido, reivindicar neutralidade nesta controvérsia?
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REFERÊNCIAS
Bergman, Jerry. The Criterion: Religious Discrimination in America. Richfield, MN: Onesimus, 1984. Esgotado.
Bishop, Philip A. v. O.H. Delchamps, Jr., et al. Brief submitted to the U.S. Supreme Court, Oct. Term, 1991.
Hartwig, Mark. “Christian prof. loses free-speech case.” Moody Monthly, 24 de junho, 1991, p. 55.
Jaschik, Scott. “Academic freedom could be limited by court ruling.” The Chronicle of Higher Education, 17 de abril, 1991, p. A23. Johnson, Phillip E. Reason in the Balance: The Case Against Naturalism in Science, Law & Education. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1995.
Myers, John (Ed.). “U.S. Supreme Court denies review of Bishop: Academic freedom stumbles in wake of 11th Circuit Court Ruling.” The real Issue, 11(3), out. 1992.
Provine, William. “Response to Johnson Review.” Creation/Evolution, n. 32, Verão, 1993. pp. 62-63.
Shermer, Michael. How We Believe: The Search for God in an Age of Science. NY: Freeman, 2000.
Shermer, Michael. Why People Believe Weird Things. NY: Freeman, 1997. p. 156.

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O Dr. Jerry Bergman é Ph.D. em Biologia, professor e pesquisador da Faculdade de Biologia da Universidade Estadual de Northwest em Ohio. Este artigo foi publicado no boletim Acts & Facts do Institute for Creation Research, em sua edição de junho de 2004, com o título "WA Story of Two Professors".
Tradução do texto de Daniel Ruy Pereira.
FONTE: www.impacto.org.br

16 fevereiro 2009

A BRECHA NO MURO










Por Kris Lundgaard

A essa altura você deve ter adivinhado que a lei do pecado em nós, pelo ódio que ele tem a Deus, e enganosa como ela é, não ergue os braços em rendição diante da primeira linha de defesa. A carne tem os seus explosivos prontos para minar o muro. Seu primeiro e mais baixo ataque é insultar a graça de Deus para que o pecado pareça menos pecaminoso, menos perigoso e menos ameaçador.
Você tem que entender isto: A carne enfraquece a convicção contra o pecado separando o "remédio" da graça dos "desígnios" da graça. As Escrituras não ensinam nada mais claramente do que o desígnio de Deus em mostrar misericórdia é nos tornar pessoas santas: "Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, regenerdas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente" (Tt 2.11-12). Mas Deus fornece também um remédio para os nossos lapsos: Seu ardoroso perdão nos dá paz, e assim sabemos que se nós pecarmos, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo (1Jo 2.1).
A carne labuta para fazê-lo esquecer o desígnio (que você é salvo para ser santo) e pensar somente no remédio (se você pecar será perdoado). Ela prega meio evangelho (um evangelho distorcido) para nós: "vá em frente e satisfaça os seus desejos – eles já estão pagos". Aqueles que caem presa de tal engano evidentemente são muitos, uma vez que as Escrituras o condena de modo tão veemente (Rm 3.5-8; 6.1-4; Jd 4).
Você sabe que a carne fez uma brecha nas suas defesas quando o seu coração está endurecido pelo engano dela (Hb 3.13) de maneira que você está descuidado quanto ao pecado. Você vai olhar para sua vida e pensar sobre quão freqüentemente você precisa do perdão de Deus, e então ver isso como uma coisa comum, nada com que se preocupar ou se esforçar para modificar. Você vai saber que está endurecido quando começar a dilatar as fronteiras da liberdade cristã para incluir tolerâncias que no passado o teriam chocado. Sua carne vai assoprar ao seu ouvido que severidade e cuidado ansioso quanto à obediência são LEGALISMO – o evangelho veio para livrá-lo de coisas como essas! E além disso, se você realmente cometer um pecado, você pode ser perdoado depois.
Além disso, ao depreciar o pecado, a carne usa de artifícios enganosos para tirar todo pensamento de Deus da nossa mente e enchê-la de pensamentos mundanos. A carne sabe que uma mente não pode estar fixa em Deus e nas coisas terrenas (Cl 3.2; 1Jo 2.15). A principal estratégia da carne é introduzir coisas mundanas na mente à guisa de "necessidade".
Veja a história do banquete nupcial em Mateus 22. Quando a festa estava pronta o rei manda seus servos buscar os convidados. Mas cada um tinha uma desculpa: alguma coisa mais urgente: "Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio" (V.5).
Trabalhar no seu campo pode ser agradável a Deus – ele quer que nós trabalhemos duramente. Você pode gerenciar um negócio para a glória de Deus e até usá-lo para expandir o seu reino. Mas a carne está fazendo alguma coisa sutil aqui – tirando o que pode ser bom e agradável a Deus e usando isso para expulsar nossos pensamentos de Deus.
Não é fácil imaginar um homem iniciando o seu negócio com o seu coração resolvido a honrar a Deus de todas maneiras, e depois sendo levado a extraviar-se. Ele dá um décimo ou mais dos seus lucros para o reino, e Deus abençoa o seu trabalho. Então ele trabalha mais, obtém mais lucros, dá mais a Deus. Isso parece e é sentido como bênção de Deus, ainda que seu trabalho duro e as exigências do seu sucesso comecem a tomar o tempo que ele dedicava à Palavra e à oração pessoal. Agora ele se ocupa mais do seu controle de qualidade do que sobre o controle de Deus sobre a sua vida. O túnel foi cavado sob o muro, e este desaba, expondo o seu coração ao mais profundo engano da carne.
Do livro "O MAL QUE HABITA EM MIM" - Ed. Cultura Cristã - www.cep.org.br

09 fevereiro 2009

ORIGENS: DOIS MODELOS!









Por Dr. Chistiano P. da Silva Neto*

INTRODUÇÃO
Até meados do século passado, o mundo civilizado vivia sob forte influência do cristianismo. A teologia era considerada a "rainha" das ciências. Cristãos eram criacionistas que jamais ousavam por em dúvida as Escrituras.
Num universo de idéias tão fechadas, não foi fácil a escalada evolucionista. No que diz respeito às origens do universo e da vida, por exemplo, não se admitia outra forma de pensar que não fosse compatível com a narrativa bíblica da criação.
Gradualmente, porém, após a publicação do livro de Darwin, a opinião pública começou a mudar. Primeiro foram os círculos científicos, depois as rodas intelectuais e então, indistintamente, todas as camadas sociais.
Desde então, a filosofia dominante tem sido a evolucionista. Em escolas e universidades, em jornais e revistas, o evolucionismo é apresentado , não como uma hipótese, mas como um fato cientificamente comprovado, impenetrável a qualquer outra forma de pensamento.
Em conseqüência, o novo universo das idéias se mostrou tão fechado quanto o anterior, quando cristãos defendiam sua forma de pensar com argumentos estritamente religiosos. Hoje, não crer na evolução é, na opinião dos evolucionistas, negar o óbvio, desconhecer os fatos científicos mais elementares.
Apesar disso, nas últimas décadas, alguns cientistas têm corajosamente feito oposição ao evolucionismo: são os criacionistas, que afirmam poder sustentar cientificamente esta posição. Tais homens de ciência afirmam não estar longe o dia em que a evolução será ensinada nas escolas, não como um fato, mas como a grande falácia dos séculos XIX e XX.
Temos, portanto, dois modelos das origens, o criacionista e o evolucionista, que se propõem a explicar o surgimento da vida, a diversidade de formas em que esta se apresenta, o nascimento do sistema solar, das galáxias, do universo como um todo.
Examinaremos, aqui, esses dois modelos de que o homem tem se utilizado para tentar desvendar o enigma das origens. Iniciamos, pois, uma jornada pelo mundo da ciência, da filosofia e da religião, em busca de nossas próprias origens.

O MODELO DA CRIAÇÃO
Este modelo define, no princípio, um período de criação especial, quando todos os sistemas básicos da natureza foram trazidos à existência completos, prontos para pleno desempenho de suas funções.
Assim, ao invés de pensar na vida como tendo surgido a partir de formas bem simples - aminoácidos, proteínas, bactérias, algas etc., gradualmente evoluindo para formas mais complexas, a teoria da criação afirma que os seres vivos vieram à existência através de atos distintos de criação.
Isto não significa que criacionistas sejam fixistas. O fixismo afirma que as espécies biológicas são, desde o princípio, imutáveis e idênticas aos primeiros organismos criados. Criacionistas do tempo de Darwin eram pouco afeitos à ciência e, pressionados pelas idéias evolucionistas, muitos foram para esse outro extremo.
Criacionistas sabem da existência de vários processos da natureza, que convencionamos denominar de mutações, capazes de introduzir novidades genéticas em uma dada espécie.
Eles, entretanto, não crêem que tais processos possam trazer à cena modificações tão extraordinárias, a ponto de gerar toda a diversidade de vi­da que encontramos no planeta a partir de um primeiro e único organismo unicelular, ou mesmo uma espécie a partir de outra. Eles também não crêem que a vida possa ter se originado a partir da matéria sem vida, de um modo inteiramente ao sabor do acaso.
Assim, a origem da vida e das espécies de seres vivos não pode ser explicada através de recursos naturais, demandando, portanto, a existência e o concurso de um agente externo ao universo e que foi o responsável por todos os pontos críticos da história desse mesmo universo. Findo o período de criação, cessaram os processos criativos, substituídos por processos de conservação, com o fim de preservar tudo que havia sido feito.
Nesse contexto, tudo teria sido criado perfeito. Do infinitesimal protozoário aos grandes mamíferos; do minúsculo átomo as gigantescas galáxias, o universo foi criado em perfeita ordem e todos os seres vivos, inclusive o homem, estavam presentes desde o inicio. Entretanto, num universo perfeito, onde alterações aleatórias são sempre possíveis, o sistema tende a se desorganizar.
Na verdade, essa tendência é a própria essência da segunda lei da termodinâmica, expressa em termos probabilísticos. Assim, o modelo da criação admite um princípio básico de desintegração, em vigor na natureza, desde o seu início. Naturalmente, se este modelo e mesmo factível, deve haver, por todo o universo, muitas evidências dos seus pressupostos.

OPOSITORES DA EVOLUÇÃO
Criacionistas encontram-se entre os mais duros opositores da teoria da evolução, apontando sempre o que eles consideram pontos fracos dessa teoria. Eis, abaixo, alguns desses pontos:
1. O registro fóssil não apresenta os fósseis de transição entre as espécies. Esta é uma necessidade básica do evolucionismo, obviamente não resolvida;
2. Não há qualquer evidência de que uma espécie tenha, com o tempo, se transformado em outra, nem há, na natureza, qualquer mecanismo capaz de tal proeza. Este fato não deve nos causar surpresa, uma vez que a evolução não se caracteriza como fenômeno passível de observação e conseqüente investigação científica;
3. Erros básicos encontrados nos métodos radiométricos de datação comprometem as idades atribuídas a todos os sistemas datados. Sem a vastidão do tempo a sua disposição, o evolucionismo não pode subsistir;
4. Similaridades entre os seres vivos foram, no passado, consideradas evidências da evolução acima de qualquer suspeita. Comparações recentes entre o DNA e o RNA de varias espécies têm mostrado que esse tipo de comparação é, na verdade, inconclusivo.
Os meios de comunicação têm, via de regra, caracterizado o movimento criacionista como anticientifico, cujos integrantes são fanáticos religiosos, dispostos a tudo para fazer prevalecer seus pontos de vista acerca das origens. Recentemente, em um artigo a respeito de Darwin, o articulista afirmou: "só protestantes fundamentalistas, que interpretam a Bíblia ao pé da letra e, por isso, nao crêem nas mutações, se recusam a crer nas idéias de Darwin acerca da evolução das espécies".
Isto, porem, não é verdade! Todos sabemos que as mutações são uma realidade - dizem os criacionistas - mas também sabemos que elas não dispõem de potencial para promover a evolução. Em outras palavras, os criacionistas afirmam possuir respostas claras e convincentes, sempre consistentes com os fatos da natureza e com as descobertas da ciência, a todos os argumentos apresentados por evolucionistas.


SÍNTESE DA POSIÇÃO CRIACIONISTA
Criacionistas crêem na existência de um Ser superior, que preexistiu a todo universo e, pelo seu poder, deu origem a tudo quanto existe. Crêem também os criacionistas que o Criador trouxe a existência não só as galáxias de que se compõe o universo, como também os tipos básicos de seres vivos, dos quais descende a presente multiplicidade de formas em que a vida hoje se apresenta. Esta é uma idéia bastante plausível, e que conta com o suporte da observação e da experimentação. A espécie dos cães, por exemplo, em 1960 possuía 200 raças a mais do que em 1700, obtidas através de sucessivos cruzamentos e seleção de certas características.
Tanto quanto tem sido observado, experimentalmente ou na natureza, nem as mutações, nem os processos de seleção, têm potencial para produzir uma transformação de uma espécie em outra. Os mutantes são sempre da mesma espécie que os originou, quase sempre menos aptos a sobrevivência, e os processos de seleção natural não fazem mais do que recombinar os genes presentes em uma dada espécie.
Assim, sabemos que o homem tem sido capaz de selecionar combinações de genes para produzir novas variedades de cães, pombos, ervilhas, feijão etc., e que através de mutações se pode ter novas características introduzidas em uma dada espécie. Nenhum dos dois casos, entretanto favorece a transmutação de uma espécie em outra.
Veja algumas das principais características da criação:
1. Sobrenaturalista - Origens explicadas através da existência de um agente externo ao universo: o Criador;
2. Externamente dirigida - Todo o universo é dirigido pelo Criador, que mantém sua obra através de processos de conservação por Ele estabelecidos;
3. Dotada de propósito - O Criador trouxe o universo à existência com um propósito bem definido;
4. Completa, concluída - Houve um período de criação, ao fim do qual o Criador deu sua obra por completada.
Criacionistas mantêm, ainda, que a livre investigação da natureza confirma todos os pontos do seu modelo; que as evidências da natureza apontam, de modo insofismável, na direção do Criador. Afirmam, também, que a Terra é um planeta jovem, apresentando não só erros básicos nos métodos de datação utilizados pelos evolucionistas, como também evidencias da natureza que favorecem o seu ponto de vista.

O MODELO DA EVOLUÇÃO
Darwin não pretendia, ao publicar o seu livro A Origem das Espécies, em 1859, explicar a origem da vida na Terra. Sobre isto, ele escreveu um único parágrafo, em que afirmava crer que os primeiros germes de vida haviam sido colocados por Deus em nosso planeta. Tal parágrafo, porém, Darwin ordenou que fosse suprimido a partir da segunda edição de seu livro.
É muito difícil julgar intenções, mas a atitude de Darwin, ao suprimir esse parágrafo, parece significar que ele já começava a se render ao naturalismo, que afirma que tudo no universo pode ser explicado através de causas naturais. Nesse caso, a origem da vida não seria uma exceção.
Mas o objetivo do livro era explicar a origem das espécies, a partir de vida preexistente. Como, afinal, explicar a origem de todas as espécies que encontramos na Terra? Qual a origem da grande diversidade que hoje observamos entre os seres vivos?
Darwin estava convencido de que as espécies se transformavam com o tempo, e que as pequenas diferenças que normalmente observamos entre uma geração e a sua prole acumulavam-se e, com o tempo, davam origem a uma nova espécie. Neste contexto, peixes haviam surgido de outros seres menos complexos nos oceanos e dado origem aos anfíbios. Destes teriam surgido os répteis, ancestrais das aves e dos mamíferos. O homem, como afirmara T. Dobzhansky, era apenas um produto dessa evolução, tendo surgido entre os mamíferos como o ser mais evoluído.
Outros pensadores vieram após Darwin e completaram essa visão de modo a incluir o universo como um todo. Assim, se configurou um modelo das origens bastante distinto do criacionista, ao qual se denominou de modelo evolucionista das origens. Desde então, esse modelo passou por diversas modificações na tentativa de vencer as dificuldades que se apresentaram a partir de novas descobertas da ciência.
Em sua caminhada. muito provavelmente por falta de oposição a altura, tornou-se o modelo hoje dominante. A maior parte dos cientistas acredita na teoria da evolução como a única forma de explicarmos nossas origens, e praticamente toda a mídia, revistas, livros, jornais, radio, televisão etc., ao tratar algum assunto científico relacionado com as origens, o faz em um contexto evolucionista.
Em sentido mais abrangente, este sistema afirma que todo o universo se encontra em continua evolução. Este processo teria se iniciado com o hidrogênio, subproduto básico de uma suposta explosão (Big-Bang) supostamente ocorrida há cerca de 15 bilhões de anos, quando o presente universo ainda não existia.
A partir de então, esse gás incolor, inodoro, insípido, contendo apenas um próton em seu núcleo, e um elétron à sua volta, teria sofrido transformações casuais, gerando outros elementos por meio da captura de elétrons, prótons e nêutrons. Estes teriam se combinado de modo a gerar as substâncias de que se compõe o universo, com a matéria resultante se organizando ate o ponto de gerar a vida, com todas as suas particularidades.
Como todos os processos até hoje idealizados para justificar a evolução são sempre muito lentos, o tempo se torna um dos fatores imprescindíveis nesse modelo. Não se pode conceber o processo da evolução em um período de tempo muito curto. A evolução requer bilhões de anos, e esta imensa porção de tempo Darwin encontrou à sua disposição na filosofia uniformitarista de James Hutton.
De acordo com G. A. Kerkut, agraciado com o título de professor emérito de neurociência na Universidade de Southampton, em seu intrigante livro Implications of Evolution, há sete hipóteses básicas freqüentemente não mencionadas em nossas discussões sobre a evolução, e que muitos evolucionistas ignoram as primeiras, considerando apenas a sétima. Eis aqui essas hipóteses:
1.- Coisas não vivas deram origem ao material vivo, em outras palavras, a geração espontânea ocorreu;
2.- A geração espontânea ocorreu apenas uma vez na história da Terra;
3.- Vírus, bactérias, plantas e animais estão todos inter-relacionados;
4.- Protozoários deram origem aos metazoários;
5.- Os invertebrados também estão todos inter-relacionados;
6.- Os invertebrados deram origem aos vertebrados;
7.- Entre os vertebrados, peixes de­ram origem aos anfíbios; anfíbios aos répteis; e répteis a aves e mamíferos.
Continuando, o Dr. Kerkut diz que: "... essas sete hipóteses não são passiveis de verificação experimental. Elas pressupõem que uma série de eventos ocorreu no passado. Ainda que fosse possível produzir tais eventos sob condições atuais, isto não significaria que tais mudanças tenham ocorrido no passado. Assim, transformar um réptil moderno em um mamífero, ainda que uma operação de grande interesse, não nos revelaria nada sobre a origem dos mamíferos. Infelizmente, nem mesmo esse tipo de transformação estamos aptos a realizar" (p. 7).
Apesar das críticas que o Dr. Kerkut desfere em seu livro contra o modelo da evolução, ele é um evolucionista. Isto, porém, não deve nos surpreender: todo aquele que sucumbir diante dos apelos do naturalismo, que insistir em afirmar que tudo no universo pode ser explicado através de causas naturais, não terá mesmo outra alternativa para explicar as nossas origens que não a teoria da evolução.
* Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

01 fevereiro 2009

VOCÊ TEM FOGÃO EM CASA?







Por Natan Oliveira

Casal recém casado sai de lua-de-mel fora da temporada de verão, e aluga um pequeno bangalô numa praia charmosa próximo a região onde moram.Como não é verão, as praias estão praticamente desertas.A água do mar está fria, e não é propriamente o momento certo para se tomar banho de mar, então a alternativa é caminhar e dar longos passeios de mãos dadas.E numa destas caminhadas, andando pela areia da praia, num local onde a impressão que se tem é de que a natureza está intocada pela ação da mão do homem, e repentinamente... meio enterrado, meio exposto, no meio da areia da praia... um fogão!Os dois são pessoas relativamente normais, e obviamente não ficam especulando como as areias da praia durante bilhões de anos puderam construir aquele fogão que ali estava.O fogão é uma máquina."Salta aos olhos" que ele é uma máquina.Ambos sabem que sendo uma máquina, foi criada.Ambos sabem logicamente que uma máquina como um fogão, não surge do nada, nem é o resultado de milhões de anos de evolução da ação da natureza.Qualquer pessoa relativamente capaz, saberá que um fogão é um fogão, e sendo um fogão é uma criação, e sendo uma criação, precisa de um criador.Pois bem, até o mais materialista dos pensadores clássicos como Thomas Hobbes, pensava que o homem era uma máquina, o universo era uma máquina, na realidade uma gigantesca máquina.Morto o cérebro, desligada a máquina do corpo humano, e não existiria mais nada, a própria alma seria uma combinação de elementos químicos do cérebro. Uma vez sem vida, fim e ponto final.E por que será que um casal qualquer de passeio por uma praia sabe e ninguém precisa lhe provar que o fogão foi criado, por que será que existem homens que olham para o que eles chamam de máquina do universo e acham que ele surgiu do nada, ou de um longo processo evolutivo, cuja origem foi impessoal e por acaso?Máquinas surgem do acaso?Máquinas surgem do nada?Para espanto de alguns, a ciência tem mostrado que o universo é sim um grande relógio, que como máquina funciona perfeitamente, e bastariam poucos graus acima e abaixo na temperatura média da terra e a vida se tornaria insustentável.Bastam poucos graus de temperatura e a máquina do corpo humano morre ou vive.Quem já foi pai, sabe a angústia que é a febre quando um filho seu vai a 39, 40 graus de febre. Poucos graus alterados para mais ou menos significa a morte certa. Estamos por um fio.Quem projetou o “fogão-universo”?Por que os homens olham um fogão na praia e ninguém precisa lhes convencer que é máquina e foi feita por homem, mas ao mesmo tempo olham para a natureza e não percebem que também é matéria-máquina-criada e foi feita por Deus?Não precisamos especular. A Bíblia responde:Os homens estão loucos...“Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?” 1 Coríntios 1.20Mas isto não os torna inocentes e moralmente não responsáveis:“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis.” Romanos 1.20E é esta concepção, de que um fogão é nada mais que um fogão (coisa criada), que pensadores do DI - “Design” Inteligente (ou ID - “Inteligent Design”) estão chegando, ou seja, que as coisas da natureza tem projeto, tem concepção, tem um “design”, e portanto existe sim um “Designer”.Como sempre vai ter quem diga que o Deus da Bíblia não existe, então logo vão dizer que o “Designer” seria um ser extraterrestre, que tenta fazer “contato” como aquilo que criou em tempos passados.Enfim, Deus não precisa de defesa, mas quando alguém te perguntar a razão da tua fé criacionista, pergunte para ele - ... escuta, tu tens fogão em casa?
Texto gentilmente cedido por Reflexões Reformadas, disponível originalmente em http://oliveira-reflexoes-reformadas.blogspot.com/2008/04/voc-tem-fogo-em-casa.html